Friday, November 27, 2009
Wednesday, November 25, 2009
Tuesday, November 24, 2009
Sunday, November 22, 2009
A semana que passou - Bósnia x Portugal
Não há, de facto, explicação para a violenta falta de civismo, de cidadania e de respeito por uma Nação como foi a permanente e ensurdecedora assobiadela colectiva que durou o tempo em que tocou a "portuguesa".
Se até aí, a excitação e o empolgamento dos bósnios se poderiam considerar naturais, atendendo à juventude do país e ao facto de estarem na iminência de se qualificarem pela primeira vez para um Campeonato do Mundo de Futebol, nessa altura, mostraram claramente que nem as regras básicas da democracia estão, por aqueles lados, bem entendidas.
Depois, durante o jogo perderam o resto.
Perderam a classe que, em alguns largos momentos, mostraram em Portugal, perderam objectividade nos ataques, perderam inclusive um jogador, expulso por indisciplina.
Portugal voltou a não jogar bem. Voltou a estar intranquilo, a falhar muitos passes, a não conseguir jogar compacto mas, consegui jogar unido, solidário e com um único objectivo: ganhar a eliminatoria - no campo.
Por isso a Selecção portuguesa, no seu todo, mereceu e está de parabéns.
Carlos Queiroz, terá agora, na minha opinião, de fazer aquilo que não fez antes e que "nos" deixou "à beira da desqualificação". Consolidar a equipa, corrigir os seus pontos fracos, trabalhar, trabalhar, trabalhar. Só assim será possível entrarmos na fase final do mundial sem a calculadora na mão.
A semana que passou - "Verdade Desportiva..."
Assim se celebrizou Maradona com a famosa "Mão de Deus", já lá vão muitos anos.
Contudo, os tempos são outros, os meios da arbitragem e os poderes da FIFA também.
Um vício permanece:Para o "poder do futebol" é inconcebível um Campeonato do Mundo sem a presença da França. Já o demonstrou noutras ocasiões.
Se acontecesse o mesmo com a selecção portuguesa (quem não se lembra do penalti assinalado por "mão" de Abel Xavier)eu nem tão pouco festejava. Tinha vergonha.
E, julgo que será esse o sentimento que irá manchar a participação da selecção francesa no próximo mundial. Em qualquer estádio, em qualquer jogo, serão sempre vistos e vaiados como "aqueles que entraram à batota".
Tierry Henry, indiscutivelmente um grande jogador,dos melhores, tal como Maradona, ficará, por seu lado, na história pelo gesto que condenou a selecção Irlandesa e acabou com o sonho de uma nação inteira.
Wednesday, November 18, 2009
Quem vai à guerra...
Às voltas com a vida ; O Rui
O Rui tem 52 anos. Dois filhos maiores de idade.
Tem uma retinopatia degenerativa.
Foi desenhador profissional até aos olhos deixaram de ver.
Agora pinta em pequenas telas aquilo que não vê mas sente.
O que é espantoso no Rui é a sua recusa em aceitar ajuda, um orgulho mórbido, em antecipar o fim.
Mesmo sendo uma ajuda desinteressada, solidária, amiga.
E não vê mais nada, não quer ver mais nada a não ser um copo de vinho para iludir a realidade...
O Rui já não acredita. Em nada. Mas ainda há quem acredite nele e que, apesar da sua sistemática recusa se esforce por lhe dar a mão e insista em dizer-lhe que ainda é possível.
Monday, November 16, 2009
O ECLIPSE DO "SOL"OU, PIOR JORNALISMO QUE ESTE NÃO HÁ...
Irresponsabilidade, insensibilidade, oportunismo, desinformação, crime até.
A forma como o "Sol" vende a notícia sobre a morte de um bébé, de uma mãe recentemente vacinada contra a Gripe A, insistindo em relacionar, (contra a informação clinica atempadamente prestada pelos responsáveis da unidade hospitalar), essa morte com a vacina a que a mãe se submeteu, não só é um caso de pura especulação como também pode vir a ser uma responsabilidade criminal.
O alarmismo e a desconfiança que o "Sol" assim lança, ignorantemente, sobre muitas jovens grávidas, eventualmente indecisas sobre esta questão, pode vir facilmente, com o previsível crescimento da pandemia neste inverno, a traduzir-se em números estatísticos macabros.
Eu pergunto aquilo que pergunto sempre; A impunidade está institucionalizada... e a morte? também?. Nesse caso será legítimo que, por exemplo, um pai que perde um filho ou uma filha porque não tomou a decisão mais sensata, influenciado por notícias como a do "SOL", perder as estribeiras, dirigir-se à redacção desse jornal e matar, a sangue frio, os responsáveis pela notícia que lhe acabou com a vida?!
Sunday, November 15, 2009
Portugal 1 - 0 Bósnia Quarta-feira há mais...
Quarta-feira há mais.
Se for "mais do mesmo" a selecção de Portugal, a "nossa selecção" para além de apanhar um resfriado volta descorçoada e a queixar-se provavelmente da infidelidade da trave e dos postes da baliza da selecção da Bósnia...
Porque o que se passou no estádio da Luz só agradou (só pode ter agradado) ao iogurte fora de prazo, o seleccionador Carlos Queiroz (C.Q).
A avaliar pelas declarações de C.Q. na entrevista que se seguiu ao jogo, vimos (eu e ele) jogos diferentes...
Eu vi , mais uma vez, uma equipa deslaçada, a falhar sistematicamente passes e recepções de bola, a não conseguir "jogar com a bola no pé", a ser ridiculamente desarmada sempre que se aproximava da grande área da Bósnia.
Vi o Paulo Ferreira a entrar como titular e depois nunca mais o vi...
Vi uma insistência patética em servir o Nani que, depois da declaração infantil que fez ao jornal "i", parecia que (para se redimir) queria "levar a bola para casa".
Vi o Nuno Gomes atrapalhado, desajeitado e sem qualquer eficiência no ataque da equipa.
Vi o Simão e o Deco a tentarem desesperadamente, mas sem sucesso, contrariar a pandemia de sonambulismo que se instalou logo após o golo do Bruno Alves.
Vi o Ricardo carvalho a fazer um bom jogo.
Vi o "Professor" fazer entrar o Fábio Coentrão a 8 minutos do fim do "castigo" como se em apenas 8 minutos se conseguisse pôr a andar um camião empanado, carregado de zombies vestidos de vermelho.
Vi, sobretudo, uma selecção Bósnia, que se preparou para o desafio, banalizou em largos momentos os "craques" portugueses e só não marcou (merecia-o) porque teve um imenso azar.
Quarta-feira há mais. Depois, é que "já não digo nada"...
Saturday, November 14, 2009
O Sr. Fernando
Uma assombrosa lucidez, um requintado e expressivo sentido de humor e sobretudo a capacidade de ainda (e sempre) procurar novos amigos, outras conversas, mais motivos para continuar a celebrar a sua vida, dia-a-dia.
Conheci-o numa mesa do café por onde, à noite, passo. Por mero acaso, como conheço tanta gente genuína.
Esta série de 3 fotografias feitas de noite dirápouco da grandeza deste senhor. Mas dirá alguma coisa. Assim espero.
Há coisas que têm mesmo de mudar...
Friday, November 13, 2009
Wednesday, November 11, 2009
Viagem sem Regresso
Quando acontecem casos como o de Robert Enke, a sociedade deita as mãos à cabeça num gesto que tem tanto de espanto como de hipócrita.
Espanto, porque "não é suposto" um jovem de 32 anos, com tudo (aquilo que as pessoas geralmente ambicionam) para ser feliz, um dia, escrever uma carta dirigida à família e aos médicos, a pedir desculpa, meter-se no carro, parar numa linha de comboio e esperar pelo impacto fatal da pesada máquina em movimento.
Hipócrita, porque a sociedade não entende a depressão como uma doença assassina nem os deprimidos como pessoas que carregam, quase sempre sozinhos, uma cruz demasiado pesada, a cada dia que passa, mais insuportável.
A depressão é a "doença do século". Faz parte das doenças "invisíveis" cujos efeitos para o exterior são muitas vezes catalogados por lugares comuns como o "mau feitio", "a arrogância" ou "o intratável". Os amigos e até os familiares afastam-se frequentemente cavando, sem o saberem, cada vez mais, o poço escorregadio chamado depressão.
Robert Enke tinha tudo... tinha acesso aos melhores médicos. Tinha um "futuro" também, aos olhos dos outros.
Aos seus olhos, já não tinha nada.
Nada que o tirasse da apatia mórbida em que aparentemente vivia. Nenhuma motivação que o fizesse acordar num dia qualquer, com outro estado de espirito que não fosse o de por fim ao calvário em que vivia.
Tuesday, November 10, 2009
Monday, November 09, 2009
"Os olhos queimados por dentro" no Reino da Impunidade
Praticamente quatro meses depois da intervenção oftalmológica (17 Julho) que cegou seis pessoas no Hospital de Santa Maria, as vítimas foram “informadas” pelos médicos de que a cegueira é definitiva e sem qualquer hipótese de recuperação.
Não, não estamos na Etiópia, com todo o respeito por esse país.
Nem tão pouco num qualquer país sub-desenvolvido, pobre e sem meios ou recursos técnicos e ciêntificos.
Estamos sim numa “República das Bananas”, num Reino da Impunidade, da mentira e do descaramento.
Vivemos, de facto, num país onde episódios como este são possíveis e têm junto dos media menor importância do que uma qualquer eventual lesão no calcanhar de um Cristiano Ronaldo.
As vítimas sentem “os olhos queimados por dentro”… eu sinto, há muito tempo, os olhos e a alma queimada por dentro e por fora.
Sinto asco, nojo, repugnância quando leio que estão a decorrer “negociações entre as partes”… Em que posição estão aqueles condenados à escuridão para negociar? Eles estão e estarão para sempre apenas em condições para exigir. Tudo.
Eu e qualquer cidadão, estou, (estamos), hoje e sempre, em condições para exigir que os responsáveis por este crime absurdo, paguem pelas suas incompetência e negligência criminosas.
Mas, tal como as seis vítimas definitivamente cegas, também eu não acredito que chegue a ver a justiça a ser implacávelmente aplicada.
Fotografia: Gad. Madeira, 2006
2009-11-10, 24:50h
"QUEREMOS MAIS !" - MEMÓRIAS DO EURO,04
Sunday, November 08, 2009
Saturday, November 07, 2009
Olhares.com - Foto nº 200 em Galerias Públicas
Thursday, November 05, 2009
O que sabes tu de mim para me olhares assim?
Aquele homem andava por ali, no fim de Santa Catarina, deixando o álcool bradar por si... Impropérios à vida que já nem é, gestos violentos para o ar que ainda respira.
Conheço muitos homens assim. Contaram-me o seu passado, ensinaram-me e continuam a ensinar-me os seus passados.
Muitos rejeitaram (ou foram rejeitados pela) a sociedade, desistiram. Entre a hipocrisia do quotidiano que levavam e que lhes "aprisionava a alma", dia após dia, e a incerteza das noites passadas num canto qualquer partilhado sobre mantas e jornais com companheiros tão auto-excluídos, ou marginalizados quanto eles, não hesitam, vivem uma perigosa e doentia liberdade até um dia...
Quando olho para eles não tenho pena nem tão pouco me espanto. Apenas solidariedade e uma enorme dúvida: quem me garante que, como eles, um dia, não "acabarei" assim?
"Aprender a Ver-Se"
Fotografias / Edição: Gad, 2007/2009
Wednesday, November 04, 2009
Beja - Processo contra a Câmara Municipal - já lá vão dois anos...
Segundo um estudo elaborado pela SEDES* «A qualidade da Democracia em Portugal: A Perspectiva dos cidadãos», o descrédito da justiça é principal problema da democracia no nosso país.
(...) De acordo com o relatório, citado pelo «Público», «mais de dois em cada três eleitores consideram que diferentes classes de cidadãos recebem tratamento desigual em face da lei e da justiça» e «a maioria sente-se desincentivada de recorrer aos tribunais para defender os seus direitos».
O estudo dirigido por Pedro Magalhães, investigador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, conclui que 82 por cento dos inquiridos estão em desacordo com a afirmação de que «a justiça trata ricos e pobres de forma igual», 79 por cento estão em desacordo com a ideia de que «a justiça trata de forma igual um político e um cidadão comum» e 49 por cento discorda da frase «os processos judiciais não são tão complicados que não valha a pena uma pessoa meter-se neles».
Para 60 por cento dos inquiridos é falso que os «governantes tenham muitas vezes em conta as opiniões dos cidadãos» e 73 por cento não se revêem na afirmação «as pessoas como eu têm influência sobre o que o Governo faz», 75 por cento discordam da frase «os políticos preocupam-se com o que pensam as pessoas como eu» e 75 por cento das respostas dadas estão em discordância com a ideia de que «quem está no poder não busca sempre os seus interesses pessoais».
Finalmente, 74 por cento das respostas afirmam que não há «nenhum tema em comum» entre os que são as prioridades das pessoas e as dos governos.
Por outro lado, apenas 14 por cento dos inquiridos acreditam que «as decisões do Governo português não são muito condicionadas pela vontade de outros países» e 23 por cento discordam totalmente desta afirmação, sendo que 43 por cento não se revêem na frase «o poder político está protegido das pressões do poder económico».
Em conclusão, 51 por cento dos inquiridos não estão satisfeitos com a democracia, sendo que 16 por cento consideram-se «nada satisfeitos» e 35 por cento «pouco satisfeitos». Já 37 por cento estão algo «satisfeitos», nove por cento estão «bastante satisfeitos» e dois por cento estão «totalmente satisfeitos».(...)
*a SEDES é uma associação cívica que estuda o desenvolvimento da sociedade portuguesa
(Fonte: TVI24)
Tomando como exemplo o Processo que eu e a minha empresa (Metáfora-Arquitectos Associados, Lda) interpusemos contra o Município de Beja e mais concretamente contra o Sr. Carreira Marques (um ex-dinossauro autárquico em funções à data do caso) e tendo em conta os dois anos já passados, sendo que o processo esbarrou estranhamente no Tribunal Judicial, com uma argumentação ainda mais duvidosa - as habilidades do Poder...- e que transitará provavelmente após recurso para o tribunal Cível, já serei com certeza velhinho quando (e se) tudo acabar...
Entretanto a cadeira do Poder nessa autarquia já foi aquecida, (depois de "escaldada" durante anos e anos por Carreira Marques) por Francisco Santos e está agora, depois das recentes autárquicas a servir de assento ao Dr. Jorge Pulido Valente que, curiosamente era, (à data dos acontecimentos que motivaram o processo), vereador do pelouro da Cultura dessa mesma autarquia.
Também pela Ordem dos arquitectos que, em momento algum, (apesar de ter participado no processo de concurso e mais especificamente no Júri que entregou à equipa projectista que eu coordenei o primeiro lugar por unanimidade) cumpriu as suas obrigações éticas e estatutárias, defendendo ou apoiando um membro vítima do "vandalismo" autárquico, o lugar de chefia foi mudando... Presentemente lá está o Arqº João Rodeia que, por acaso, até já mandou no IPPAR e tem laços de amizade com gente comprometida com o processo.
Pode ser que daqui a quatro anos, depois das próximas eleições autárquicas, já haja uma Ordem para (todos) os arquitectos e, sentado no gabinete da presidência da Câmara Municipal de Beja, esteja alguém, seja de que partido for, que não tenha "o rabo preso" em lado nenhum e as mãos limpas para "arrumar a casa".
Pouco provável, bem sei, bem sei...
Fotografia - "A Terra vista do Céu", vista da terra.
Fotografias: Gad. Lisboa, 2004
Série de fotografias feitas na exposição de Yann Arthus-Bertrand "A Terra vista do céu" que aconteceu no Terreiro do Paço, Lisboa, 2004