Thursday, March 24, 2011

De PEC (ado) em PEC (ado).

Ontem, dia 23 de Março de 2011 o (PEC) ado nº "4" foi chumbado na Assembleia da República.
Esquerda e Direita associaram-se para que a tão anunciada Crise Política acontecesse.
Tenho assistido, como todos os portugueses, à autêntica demonstração de irresponsabilidade e de falta de respeito pelos valores fundamentais de um Estado de Direito que tem ocorrido nas últimas semanas.
O Primeiro-Ministro vitimiza-se ("tadinho") e o "outro", o que está na "pole position " para açambarcar o Poder, tenta passar, sobretudo pela comunicação social, uma imagem de "estadista" que não se compadece, nem com a sua falta de carisma, nem com a sua aptidão de político de (extrema) direita.
Não me apetecia escrever nada disto. Apenas o faço por "lealdade" ao meu blogue, onde venho registando, ao longo dos últimos anos, aquilo que me parece historicamente relevante.
E, não tenhamos dúvidas; Portugal vive presentemente um dos momentos mais críticos da sua História.
A culpa não é, por muito que se insista, da Crise Económica Internacional.
A verdadeira crise, no nosso país é de inteligência, de criatividade, de cultura...
Temos, à frente das grandes decisões políticas, gente inculta, obcecada pelo poder e exaltada por fugazes protagonismos.
Temos, agora e depois da esperada demissão de Sócrates, um futuro tão sinistro como sinistros são os seus actores.
Tínhamos um mau Governo, uma má Oposição e um mau Presidente da República.
Continuaremos a ter um mau Governo, uma má oposição e um obscuro Presidente da República
E, no meio disto tudo, atordoadas, confusas e incrédulas estão sobretudo aquelas pessoas por quem se devia ter o maior respeito - os idosos, os desempregados, os que estão, irremediavelmente, perdidos na vida.

Thursday, March 10, 2011

O "Guarda-Costas" ou, há "coisas" que não correm bem...

Fotografia: Gad. Cascais, Fevereiro 2011


Em meados de 2007, quando conheci o projecto (da autoria do ilustre arquitecto Gonçalo Byrne), que iria ser executado no lugar do "saudoso" Hotel Estoril-Sol (E-S), AQUI publiquei um post onde dava conta (humor precisa-se...) do sentimento que me revoltava por me sentir "plagiado" uma vez que, desde pequeno (9 meses) tinha um projecto semelhante, com maquetas e tudo...

O tempo foi passando e assisti com sentida revolta à demolição daquele que eu considerava um belo edifício, referência consolidada na linha da Costa de Cascais.
O "desgraçado" - O antigo edifício - foi humilhado até ao limite... travestido em "não sei o quê", pintado com todas as cores da escala da CIN, tapado com telas publicitárias de duvidoso gosto, e por fim abatido sem dó nem piedade.

Pelo meio, ouvi falar de intrigas, esquemas e concessões que envolviam a Câmara Municipal de Cascais, o Casino do Estoril e o seu "Padrinho", uma ajudicação "gamada" a outro ilustre da nossa praça, etc. Tudo mentira, é claro.

Hoje que o "Crime" está feito tenho muita pena...;
Entendo que o arquitecto Gonçalo Byrne perdeu uma excelente oportunidade de fazer uma obra notável.
É evidente que não conheço os pressupostos nem as "linhas com que teve de coser esse projecto".
Ainda assim, e mesmo fazendo um esforço por esquecer o antigo Estoril-Sol, custa-me muito olhar para ali...
Em relação ao que os desenhos e, sobretudo às tendenciosas e sedutoras imagens "3D" que foram então divulgadas, o resultado final - a obra - ficou (na minha opinião) acanhada, empastelada, triste.
O Arq. Byrne que não leve a mal. Nem tem que levar. Digo eu.

Nota: O título deste post tem apenas a ver com a fotografia que o ilustra... Nos dias que correm convém esclarecer... digo eu, outra vez.

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A História do (E-S) num artigo muito interessante de Luís Filipe Sebastião http://jornal.publico.clix.pt/notici...6566&sid=12913


O Mar gosta de flores. A Gaivota também.

Fotografia: Gad. Cascais, 17 de Fevereiro de 2011

Para os meus irmãos

Tuesday, March 08, 2011

" ESTE ANO HÁ FÉRIAS (DO) CARNAVAL..." Um post para revisitar 2 anos depois...

AQUI

Neste Dia Internacional Da Mulher


...Dedico esta fotografia a todas as mulheres particularmente a esta grande senhora que é a mais bonita, corajosa, dedicada e exemplar que conheço. A mulher que me trouxe ao mundo - À minha MÃE. Com todo o carinho.

Sunday, March 06, 2011

Deixem Angola em PAZ!

"Kandando". Fotografia: Gad. Uíge, Angola 2010



Muito teria a dizer sobre a Manifestação antigovernamental, a contramanifestação pró-governamental, a Democracia (musculada - como agora muito se ouve) ou a Democracia "atrofiada" (como a nossa) - digo eu.
Entendo que só há uma "DEMOCRACIA". Ou é, ou não é... E quase nunca é na sua plenitude (portanto não é.); a igualdade, o respeito pelos Direitos Humanos, a Liberdade de Expressão, a Solidariedade, etc.
Os angolanos têm motivos para estar descontentes com os governantes do seu (meu também) país e seria enfadonho aqui enunciá-los.
Em resumo, povo angolano está cansado da miséria, da desigualdade, do esbanjamento e da ostentação com que é permanentemente afrontado.

Os angolanos têm, por isso, razões de sobra para exigir mudanças, o cumprimento de promessas feitas e esquecidas, a melhoria das suas condições de vida. Exigir, protestar, reclamar..., mas dentro das normas democráticas, sem se deixar manipular, sem pôr em causa a Paz conquistada com tanto sangue e sacrifício.

O governo angolano tem agora uma oportunidade para afirmar e consolidar a democracia que defende. Não com discursos inflamados e ameaçadores, não alinhando nas "teorias da conspiração".
A liberdade de Expressão é um direito fundamental e um pilar em qualquer regime democrático. O protesto deve ser reconhecido pacificamente e aceite com dignidade.
É unânime o reconhecimento que os angolanos têm a José Eduardo dos Santos por ter "acabado com a guerra". Esse é um enorme capital que o presidente angolano não pode nem deve desprezar. Os angolanos querem a PAZ.
Confio na inteligência dos dirigentes angolanos. Confio na imensa sabedoria do povo que não permitirá, em caso algum, que o passado que ainda lhes "queima a alma" volte como uma vício incurável alimentado por quem não quer bem a Angola nem aos angolanos.

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Esta fotografia foi a 600ª, das 771 que já editei, a entrar para as Galerias Públicas do Olhares.
Agradeço a quem nela votou e fico particularmente satisfeito pelo momento em que esta ocorreu.
Por ser um apelo à paz em Angola, por ser um sentido "Kandando" (abraço) aos angolanos que, como eu, querem ver a reconstrução do país alicerçada nos verdadeiros valores democráticos.
Sem contemplações, sem hesitações e, sobretudo, livre dos vícios prepotentes e arrogantes de muitos daqueles que querem, a todo o custo, perpetuar as "regalias", o estatuto e o poder que o passado e, sobretudo a guerra, lhes conferiram.
Quero ver o meu país livre dos caprichos dos "generais" e dos "comandantes"
Quero ver o meu país, que recentemente deu uma prova de maturidade democrática, (tolerando e relativizando uma tentativa "sinistra" de rebelião popular) de prosseguir no caminho da tolerância, do respeito pelos Direitos Humanos, da vontade de diminuir progressivamente as desigualdades sociais que ainda o melindram aos olhos do mundo.
Quero tudo para os angolanos. Esta fotografia, este "Kandando", é para eles.