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Friday, June 08, 2012

Siza Vieira caiu de uma escadaria e foi operado de urgência


O arquiteto Álvaro Siza Vieira foi submetido a uma intervenção cirúrgica ao fim da manhã desta quinta-feira devido a uma fratura do úmero resultante de uma queda acidental numa escadaria.

O arquiteto caiu na sua casa e a fratura da diáfise do úmero direito levou a que fosse operado de urgência. A queda terá ocorrido na quarta-feira.

«A cirurgia já terminou, por volta das 13:20, e correu bem. O arquiteto está já no recobro, para recuperação da anestesia. Não teve qualquer outra lesão e o que se prevê é um curto internamento, de um ou dois dias», afirmou José Rocha Barros, chefe de equipa do serviço de urgência daquele hospital.


(Fotografia retirada da net)

Natural de Matosinhos, Siza Vieira tem 78 anos e obras espalhadas por todo o mundo, tendo recebido o Prémio Pritzker (considerado o Nobel da Arquitectura) em 1992. (Jet7)

As Melhoras, Arquitecto! (GAD)

Sunday, May 06, 2012

A ARQUITECTURA PORTUGUESA - "BARALHAR PARA VOLTAR A DAR"



A ARQUITECTURA PORTUGUESA - "BARALHAR PARA VOLTAR A DAR"


Tenho em relação à arquitectura que vai sendo feita por arquitectos portugueses uma inquietação idêntica à que tenho no que diz respeito à "nossa fotografia", "à nossa pintura", à nossa escultura", enfim às nossas diversas formas de expressão artísticas.

Vivemos tempos onde a "palavra-chave" para o sucesso parece ser o "IMPACTO".

Na fotografia, esse "impacto" traduz-se, frequentemente, em imagens fotográficas (Não Fotografias...) de discutível qualidade mas com essa espécie de "magia" de fazer com que o observador menos informado, menos culto, se sinta (Impa)cotado...




("ANIMALINDAR" - Fotografia de PauloANunes - "foto do Mês" de Abril no Olhares .com)

Quem conhece e estuda os grandes mestres da fotografia internacional - Henri Cartier- Bresson, por ex - e portuguesa também: (Victor Pala, Gérard Catello-lopes, Carlos Afonso Dias, Carlos Calvet, António Sena, entre muitos outros) percebe que esse preceito - o "Impacto"- não fazia parte das suas preocupações nem tinha lugar na sua gramática de expressão artística - muito pelo contrário. A subtileza, a simplicidade, a singeleza das imagens que captaram revelam, acima de tudo uma forma inteligente de ver o Mundo - onde as mensagens estão implícitas, onde a revolta e o inconformismo se descobre com prazer em cada uma das suas fotografias.





Sem "IMPACTO", sem "ARTIFÍCIOS", sem "TRUQUES.

Hoje, na arquitectura, nomeadamente naquela que é feita por portugueses, confronto-me com o mesmo embaraço... O impacto parece prevalecer sobre o conteúdo, sobre o processo criativo, sobre o percurso (tão relevante na conquista das formas e dos espaços).

A verdade da arquitectura é subvertida pela imagem - aquela fotografia tipo "visão de toupeira" ou "olho - de - boi" que depois de passar pelo Photoshop faz as delicias dos arquitectos e das revistas da especialidade.

Por outro lado, a consciência e a intervenção política fundamental na arquitectura como em qualquer forma de expressão (artística ou não) tornou-se numa abstracção - algo até a evitar...- entre os nossos "cérebros".

Vivemos tempos socioeconómicos extremamente difíceis e penalizadores para aqueles que menos podem. Já foi dito e redito, bem sei...

Tempos que, na minha opinião, requeriam das "prima-donas" da arquitectura "portuguesa" uma posição firme, um repensar de preconceitos e de pressupostos, uma atitude activa e influente.



Nada. Siza Vieira, "nasceu" após o 25 de Abril, com uma actuação declaradamente política e com preocupações manifestamente humanas e sociais. Foi assim que se "fez" notar por cá e lá fora.

Contudo, neste tempo de "asfixia" não lhe ouvi uma palavra...

Já de Souto Moura, um sucedâneo de Siza, não esperava muito mais.

E como seria relevante uma declaração objectiva e substantiva de qualquer uma destas "estrelas"...

Enquanto a pratica da arquitectura agoniza entre nós, a Ordem dos Arquitectos Portugueses (O-A) pura e simplesmente não existe.

O nº de arquitectos desempregados há muito ultrapassou os 40%.

Com a (O-A) e com o seu bastonário - João Belo Rodeia - já nem quero perder muito tempo... Cansei-me de "malhar em ferro frio".




Falo (escrevo) apenas do que vejo. E o que vejo é o esvaziamento qualitativo da arquitectura, a colagem despudorada a modelos "importados" - a Holanda, por ex., a total ausência de uma actividade crítica, permanente, consistente, objectiva.

Reproduz-se em Portugal, com evidente sucesso, aquilo que de menos verdadeiro se faz por essa Europa.

É por isso que, na minha opinião, é urgente "baralhar para voltar a dar".

Voltar a conferir um significado e uma dignidade à nossa actividade, valorizar as heranças de saber (Távora, por ex.), estudar, utilizar "a dúvida" como método humilde e consistente para ir mais longe.

De outro modo, os projectos e as obras que por aqui se vão fazendo nunca passarão de ridículas imitações - limitadas intelectualmente, amputadas no desejo.


Gonçalo Afonso Dias - 05-2012