Tuesday, July 31, 2012

Fotografia - Série "Meninos do Mussulo, Angola"















Um Homem Bom



Fotografia: Gonçalo Afonso Dias, S.Pedro do Estoril, 07/2012

O Sr. Armando. Conheço-o há muitos, muitos anos. Mantém uma pequena mercearia de bairro há 50 anos junto ao meu atelier em S. Pedro do Estoril.
Sofre das pernas, trabalha de sol a sol e tem sempre um sorriso na cara.
Todos os dias, quando chego para trabalhar cumprimento-o "Está bom senhor Armando? Como é que vão essas pernas?!
"Como hão-de ir..." responde-me sempre.

Monday, July 30, 2012

Os imigrantes Portugueses em Angola - A mudança de paradigma

ACTUALIZAÇÃO - 01 DE AGOSTO DE 2012:
Transcrevo um comentário aqui deixado por uma das "honrosas excepções" a que me refiro neste texto.
Trata-se de uma pessoa que, com o marido, se mudou para Angola há um par de anos e que, naturalmente, já formou uma opinião sólida sobre este assunto:


Elsa Faria said...
Análise sábia a tua... só me entristece que esses "artistas" além de estarem a tratar mal quem os acolheu, deixem como imagem de marca o "português" que a todos envergonha... a mim envergonham-me, diariamente... por isso não fazem cáfalta... nenhuma!!!!


Aquele abraço, Gonçalo!
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"Sonho com o dia em que todos levantar-se-ão e compreenderão que foram feitos para viverem como irmãos."

(Nelson Mandela)
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Não gosto de generalizar.

Procuro, em cada texto que escrevo, informar-me e documentar-me previamente sobre o conteúdo ou os conteúdos que abordo.

Neste caso, porém, a fundamentação da opinião que se segue é baseada no conhecimento "in loco" e da experiência que acumulei na vida em Angola, antes, durante e depois da Independência dessa ex-colónia portuguesa, agora, mais do que nunca, um destino preferencial na crescente onda de imigração de portugueses que, no contexto de Crise e Austeridade imposto a Portugal pela Troika, agravado pela governação submissa aos interesses do eixo Franco-Alemão e dos grandes grupos económicos, perversa e desumana do primeiro-ministro português - Pedro Passos Coelho - e dos seus acólitos no poder.

Como angolano e português que sou há quase 48 anos, divididos entre esses dois países, conheço com uma substancial profundidade as duas realidades, tanto do ponto de vista socioeconómico e político, como no que diz respeito ao modo de vida e aos costumes dos dois povos.

Por formação e carácter não me abstenho, em Portugal ou em Angola, de, utilizando responsavelmente o Direito à Liberdade de Expressão, me manifestar frontalmente contra tudo aquilo que entendo ser politicamente condenável, culturalmente criminoso e atentatório dos Direitos Liberdades e Garantias dos cidadãos tenham eles a origem, a religião ou a cultura que tiverem.



Não tenho qualquer fidelidade partidária, não sigo qualquer ideologia política mas tenho ideais que, em muitos aspectos de podem considerar "de esquerda".

Estou portanto, como sempre estive à vontade para me exprimir, para criticar, concretizando, e para, quando as situações a isso me obrigam as Denunciar publicamente.

Se a minha posição em relação aos sucessivos governos portugueses tem sido amplamente manifestada neste blogue, já em relação a Angola ela carece de uma maior concretização:



Desde 1984 que viajo com frequência para Angola e, dentro de Angola para todas as suas províncias, conhecendo em profundidade a situação de cada uma delas e estando muito atento à situação e às condições de vida do povo angolano.

Reconheço, porque constato, que tem havido um esforço significativo do governo angolano na Reconstrução de um país assolado durante 3 décadas pelo flagelo da guerra.
Reconheço, como a grande maioria dos angolanos, o papel fundamental do seu presidente - José Eduardo dos Santos - na conquista da Paz e da estabilidade económica dessa potência da África Austral.

Critico e choca-me visceralmente o fosso social que persiste entre os angolanos (novos-ricos) e um povo que maioritariamente continua a (sobre)viver com indescritíveis dificuldades de toda a ordem (Trabalho, saúde, condições de vida e uma pobreza extrema). Um povo que sofre, que continua a sofrer, e que é confrontado diariamente com os sinais de riqueza e com a ostentação dos "que podem".

Angolanos que são agora "colonizados" pelos seus próprios patrícios, explorados e desrespeitados na sua dignidade.

Pessoas com Direitos e Deveres como todas as outras mas que carecem de uma particular solidariedade sob pena de continuarem a assistir à morte e à doença dos seus filhos e familiares, à falta de instrução, à ausência de um "Futuro"...

Não reconheço o conceito de "Democracia Musculada" - já o escrevi: "só considero duas hipóteses - ou há democracia ou não há democracia.
Entendo, contudo, que o modelo de democracia europeu - já decadente e obsoleto, não pode ser implementado em África "tou-cour", sem atender à especificidade dos seus povos em todos os seus aspectos, sem compreender a sua Idiossincrasia.
Reconheço ainda a extrema dificuldade que representa governar e reconstruir um país assolado pela guerra, onde as novas gerações cresceram e viveram num ambiente de dor, de morte e de miséria. Mas penso que se pode e deve fazer muito mais.

Assisto com pena e com a dor de quem estima o património cultural e arquitectónico à mutilação de edifícios e cidades e à construção desmedida e opulenta de edifícios "importados", inspirados em modelos que nada têm a ver com Angola (Dubai por exº), à presunção generalizada de que a modernidade passa pela utilização massiva do vidro e dos revestimentos em alumínio (num clima tropical, com elevadas consequências no comportamento térmico dos edifícios e nos custos inerentes, num território que é uma "enciclopédia de soluções de ensombramento), à ausência de um planeamento consistente e abrangente - o que tem gerado o caos nas maiores cidades, Luanda no topo.

Esta introdução esclarece, espero, o meu conhecimento da realidade em Angola e o meu posicionamento imparcial, sem vínculos ou o "rabo preso" a quem quer que seja.
Este pequeno artigo visa sobretudo abordar e reflectir sobre a imigração em massa de cidadãos portugueses para Angola: Quem vai, porquê e qual a sua postura profissional e pessoal nesse país independente e tão carente de gente interessada verdadeiramente em contribuir com trabalho e dedicação para a sua reconstrução e para a melhoria das condições de vida do seu povo - a criação de emprego digno e justamente remunerado.

Para isso importa primeiro fazer aqui uma retrospectiva sobre a quantidade e a qualidade de quem, desde 2004 tem voado para Angola.


A MUDANÇA DE PARADIGMA

Angola, 15 vezes maior que PORTUGAL, acolhe actualmente cerca de 200.000 portugueses, um nº que aumenta diariamente consequência da Crise Económica, da Austeridade e do Desemprego exponencial que se vive em terras lusitanas

Quando em 2004 reiniciei a minha actividade profissional em Angola e as viagens regulares para esse país no âmbito dessa actividade, os aviões iam cheios de imigrantes. Hoje continuam a ir cheios de imigrantes, cada vez mais aviões, cada vez mais repletos de gente que "foge" de Portugal à procura de um emprego, de condições de vida dignas.
No entanto, constato uma notável diferença entre o género de pessoas que imigravam em 2004 e aquelas que hoje imigram.
Em 2004 via sobretudo pessoas humildes, sem grande instrução recrutadas maioritariamente pelas grandes construtoras portuguesas a operar em Angola (Somague, Soares da Costa, Mota Engil, etc,) para trabalhar nas obras - pedreiros, serventes, "trolhas".

A reconstrução de Angola dava os primeiros passos e estava tudo por fazer.
Um salário de 5000 Dólares Americanos (USD) era, nesse tempo uma autêntica fortuna.

Hoje, cada vez mais, imigram para Angola técnicos médios e superiores e muitos licenciados.
Muitos deles antes da Crise, da Troika e de Passos Coelho ocupavam em Portugal cargos directivos, tinham um bom ordenado, uma vida tranquila. Estavam a pagar a casa, os carros e outros luxos, iludidos no tempo das "vacas gordas" e do crédito fácil.
Vão agora, como antes referi, em massa para outros destinos sendo Angola um dos mais procurados.

Mas o "El Dorado" angolano acabou...

Angola impõe hoje regras e condições e tornou-se mais selectiva no que respeita a abrir as portas a qualquer um. E muito bem, na minha opinião.
A concorrência estrangeira aumentou em todos os sectores mas sobretudo na Construção onde os chineses não dão grandes hipóteses em termos competitivos. As grandes construtoras portuguesas entraram em declínio e 5.000 USD/mês já não chegam para viver confortavelmente, sobretudo em Luanda - a cidade mais cara do Mundo.

Continua a haver uma carência significativa de quadros superiores, apesar do regresso "à terra" de muitos angolanos qualificados que se formaram em Portugal e aqui fizeram as suas vidas durante muitos anos.

Já não se fazem fortunas "de um dia para o outro" em terras angolanas. É preciso trabalhar muito, criar empregos, aceitar o princípio fundamental de que se está num país independente com as suas regras e especificidades.



E é aí que "bate o ponto"...



Muitos desses portugueses, (há excepções felizmente e não gosto de generalizar - repito) não "digeriram" ainda o facto de Angola já não ser há muito uma colónia portuguesa. 

O que os move e o que o faz imigrar resume-se a "ganhar dinheiro", amealhar o mais possível e o mais depressa possível para um regresso confortável a Portugal.

Estão-se "nas tintas" para os angolanos e para a reconstrução do país, para a criação de postos de trabalho e para a tão urgente formação de quadros angolanos.

Com um espírito neocolonialista e um complexo de superioridade próprio de gente mal formada destratam os angolanos, criam conflitos nos locais onde trabalham, exercem um racismo mal disfarçado.



Essa triste realidade é mais visível quanto mais altos e bem remunerados são os cargos que ocupam. Directores e gestores que saíram de Portugal com "uma mão à frente e outra atrás" não escondem a "falta de chá" e a falta de formação cívica, abusando das competências que lhes são atribuídas com uma arrogância e uma prepotência que só pode acabar mal. E acaba mal, mais cedo ou mais tarde.

Nestes 8 anos de trabalho continuado em Angola já "choquei de frente" com dois desses "artistas"... vi também os dois a cair do altar... Um deles já regressou "a casa", o outro... apenas uma questão de tempo.



Defendo que em Angola há lugar para todos.



Mas também defendo que Angola deve recrutar para esses cargos os angolanos qualificados que estão no estrangeiro e, mais importante, formar em quantidade e qualidade, nas suas universidades, técnicos e quadros superiores, deixando assim de precisar de tolerar gente "mal-acabada" e formatada segundo os padrões do antigo regime.


Acabo com as excepções - são muitas, cada vez mais, felizmente, sobretudo nas gerações mais novas.
Gente que vai a Angola pela primeira vez, que encontra um caminho para a vida, que se identifica com o país e com o seu fantástico povo e que, ao fim de algum tempo de lá já não quer sair.
Gente nova que muitas vezes casa com angolanos (as), constitui família, cria raízes profundas.

É dessas pessoas, bem formadas, sem complexos, disponíveis, tolerantes e activas que Angola e os angolanos precisam querem e acarinham, como irmãos.

Os outros, aqueles que põem o "canudo" à frente dos princípios e da educação bem podem deixar-se ficar por aqui. Não fazem falta. Como angolano o afirmo.

Portugueses em Angola vivem bem mas não gostam dos negros no país deles

SEM COMENTÁRIOS...

Marcelo R. de Sousa: Multado pela GNR



«Marcelo R. de Sousa: Multado pela GNR

O comentador disse ontem na TVI que foi autuado por excesso de velocidade, na A2, mas confessou-se “feliz” e elogiou a GNR, porque não está acima da lei. CM»



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Esta (não) notícia dada pelo Correio da Manhã é exemplar da conduta editorial desse popular órgão de informação… e de tantos outros.

Um cidadão foi multado pela GNR por conduzir em excesso de velocidade. Todos os dias são multados, pelo mesmo motivo milhares de condutores em Portugal.

Acontece que MRS é uma figura pública e mediática.

A mensagem implícita e que justifica para o editor do CM esta manchete é tão simples como básica: “vejam só… um político com os créditos e as responsabilidades de MRS não cumpre a lei, transgride!” 



Fotografia: Gonçalo Afonso Dias, Luanda, Angola
Todos os direitos reservados

Conheço pessoalmente MRS com quem tive o gosto de conversar demoradamente numa dada ocasião em Luanda e de o retratar também.
É um homem como outro qualquer, porventura mais perspicaz, comunicativo e inteligente do que a maioria mas que tem, como “humano” que é, virtudes, defeitos, carácter, “feitio” e as contradições próprias de quem pensa pela sua cabeça.

O CM está, desde a sua fundação na “pole position” do mau jornalismo que por cá se faz.

Esta é uma notícia insignificante, outras muito piores , porque sujam de um modo quase definitivo o Bom-Nome de pessoas e das suas famílias têm sido recorrentes na estratégia deste “pasquim” para vender papel…

Não defendo o fim do CM. Pelo contrário. Como em tudo na vida é importante que estes maus exemplos existam para que se valorize efectivamente quem trabalha com ética, com rigor, com respeito pela dignidade das pessoas, com o princípio basilar em Justiça de que “até prova em contrário qualquer cidadão é inocente. Com ética, enfim. (GAD)

Saturday, July 28, 2012

Está re-aberta a "Caixa de Comentários" / The comment box is re-opened


Ao longo dos últimos anos os comentários a este blogue estiveram sujeitos a aprovação.

A razão para isso foi o abuso dessa funcionalidade com mensagens anónimas de índole racista e xenófoba, insultos e pornografia.

Entendo agora, passados esses anos, que os conteúdos do blogue já demonstraram tratar-se de um projecto sério, responsável, abrangente.

Por isso, "destranco" os comentários, antes limitados e moderados por mim, permitindo e agradecendo todas as opiniões, criticas e contributos, desde que feitos com educação, civismo e frontalidade.

Caso contrário serei obrigado, com pena, a voltar à moderação das mensagens.


Gonçalo Afonso Dias

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Over the last years comments on this blog have been subject to approval.
The reason for that was the misuse of this functionality with anonymous messages containing racist and xenophobic insults and pornography.

I understand now, after these years, that the contents of the blog have already proven it to be a serious and responsible project.

Therefore, I'm "unlocking" the comments, before limited and moderated by me, allowing and thanking every opinion, critique and contribution, as long as they're done with education, civism and frontality.

Otherwise, I will be forced to, unfortunately, go back to the comment moderation.

Gonçalo Afonso Dias
English translation : Tiago Afonso Dias

O (Miserável) Estado da Nação


Pouco ou nada aqui tenho escrito sobre a "Actualidade Política" e sobre a situação económica e financeira que por cá vemos e vivemos.

Porque pouco ou nada há de novo para escrever - mais do mesmo...

Nos últimos dias apenas registo, sem grande espanto, a metamorfose da retórica e da postura do Sr. Primeiro-Ministro (PM), o Dr. Passos Coelho (PPC)...

Sem grande espanto, repito, pois a encenada postura de fair-play com que principiou o seu mandato era obviamente estratégica.

Revela com as recentes declarações num tom genuíno de Massamá o verdadeiro PPC...

"Que se lixem as eleições", a metáfora da "ventoinha" são apenas dois exemplos daquilo que antes afirmei.

O tom crispado, irritadiço, provocador que agora o PM evidencia no Parlamento é apenas, na minha opinião, a consequência da constatação do falhanço da sua política seguidista, despersonalizada, gratuita e quase criminosa.




Mas o pior está para vir...

O Descontentamento crescente da população - são disso bons exemplos a situação dos professores com "Horário Zero" e as manifestações contra o "Novo Mapa Autárquico", as vaias que se multiplicam sempre que "aparece um governante" - depois mal digeridas pelos "homens do poder e relativizadas com o argumento obsoleto de que se trata de manifestações orquestradas - não escapam com toda a certeza a quem nos observa de longe.

As evidência, como a de, este ano, já 3000 alunos do Ensino Profissional terem desistido de estudar por não terem como pagar as propinas, o desemprego crescente e assustador, a total ausência de uma política séria, abrangente e transversal de apoio às Pequenas e Médias Empresas que todos os dias fecham as portas às centenas parecem não perturbar a postura intolerante e totalitária de Passos Coelho.

Um Primeiro-Ministro esvaziado de conteúdo, impreparado, sem a experiência de vida - tão importante quando se decide o futuro de pessoas - notoriamente inculto e vagamente burgesso... Um executivo que parece um "jardim-escola", constituído também, à imagem do líder e que padece dos mesmos vícios e das mesmas insuficiências, da mesma imaturidade política, da mesma inexperiência e do mesmo grau - uma consequência, claramente do que antes afirmei - de incompetência.



Um "rapazito" hipócrita que com um descaramento olímpico e uma demagogia refinada afirma que está a "Salvar a Nação"... revelador e sintomático de uma ideologia que roça o fascismo.

O facto de o CDS de Paulo Portas começar a dar sinais de rotura com o PSD e consequentemente com PPC, é um sinal que não se deve desprezar de uma instabilidade crescente e preocupante ma maioria governamental com consequências previsíveis para Portugal e para os portugueses.

Não há, comprova-se, quem ature este PM... À esquerda e já nem à Direita...

No "Meio" o Partido Socialista arrasta-se... ao ritmo empastelado e amorfo de António José Seguro. Entre a espada e a parede, comprometido com o acordo que subscreveu com a Troika, arrependido, titubeante e politicamente mal dirigido por outro político "de calções" que não sabe o que fazer ao "menino que tem nas mãos"...

A olhar por cima, para toda esta miséria, continua um Presidente da República, comprometido com o PSD, incoerente, infeliz nas suas intervenções, incapaz de defender os portugueses - a sua maior obrigação - inexistente mesmo...

E assim caminha Portugal para um abismo onde encontrará a Grécia...

Assim continuam os portugueses a sufocar sob a tortura sádica deste governo materializada em leis e diplomas desumanos, ineficazes, contraproducentes.

Até quando este povo irá manter a tradicional postura de resignação e de inércia? Julgo que é apenas uma questão de tempo. E não me parece que se trate de muito tempo...

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Como o rapazinho mudou e engordou...



(Fotografia retirada da Net)

Friday, July 27, 2012

As Vacas, os números e nós...


Fotografia e Edição: Gonçalo Afonso Dias


As vacas, os números e nós
As vacas não têm nome, são apenas números;
Nós temos nomes mas também, como as vacas, somos tratados como números.
Números, mais ou menos importantes, consoante a conta para o que eles contam...
As vacas não fazem a mínima ideia do seu número nem tão pouco do número do dia em que se serão convertidas em bifes, para nós, os outros números, comermos.
As vacas não nos comem e também não sabem que nós sabemos que o número do "nosso dia" chegará fatalmente. E que a partir daí, se o número que somos de pouco vale, apenas passará a contar para as mais mórbidas estatísticas.
Os que fazem de nós números também são números, importantes, é certo, mas com o mesmo destino apesar de raras vezes se lembrarem disso.

Negro Fofo - Bom fim-de-semana !


Algum Povo é pobre com um Sentido de Humor assim?!

Fotografia: Gonçalo Afonso Dias. Luanda, Angola, 07/2012


Fotografia



"O Princípio"


"Eu funciono "a emoções" e não tenho vergonha nenhuma de dizer que muitas lágrimas minhas já molharam a areia desta ilha." (GAD)



"Quando cheguei ao Mussulo carregado com os brinquedos para os miúdos levava um plano... Se os deixasse entregues aos "kandengues" a maka ía ser grande...
Então encarreguei a "Mais velha" da guarda desse "espólio"...
"Vocês brincam e depois entregam à Kota!" Depois voltam e ela dá-vos os brinquedos de novo. Ficou tudo de acordo e eles respeitam a regra." (GAD)


Fotografias: Gonçalo Afonso Dias. Ilha do Mussulo 07/2012


Thursday, July 26, 2012

Fotografia


Wilson em 2012 (8 anos)
"Quando o Wilson tinha um ano, não se ria, olhava para dentro de mim com aqueles grandes e profundos olhos. Eu dizia-lhe: "Ainda vais ser o Presidente!"
Sete anos depois cresceu mas o olhar e a expressão continuam os mesmos. Já não lhe digo que vai ser o Presidente. Agora tenho a certeza!" (GAD)


Wilson em 2005 (1ano)


Wilson em 2007 (3 anos)





Fotografias: Gonçalo Afonso Dias
Ilha do Mussulo, Angola, 07/2012





Tuesday, July 24, 2012

Casa no Mussulo - Habitada por um dia






O Guarda Fernando, Nome de Guerra: "Relevo"





A minha "família" do Mussulo

Fotografias: Gonçalo Afonso Dias
Ilha do Mussulo, Angola, 07/2012





Cão com Pulgas



Fotografia: Gonçalo Afonso Dias
Ilha do Mussulo, Angola, 07/2012

Sunday, July 22, 2012

Luanda - A vida nos Bairros



"Atenção!"


"O Peso" (1)Da vida e o do que ela carrega na cabeça...


"O Peso" (2)




"O Chinês"
Esta fotografia retrata um aspecto muito interessante da comunidade chinesa em todo o mundo e em Angola também - a sua enorme (única talvez) capacidade de adaptação. Em Angola há milhares de chineses maioritariamente na construção civil. Têm uma vida de escravos, fazem turnos por uma cama... Contudo já se integraram perfeitamente em tudo. Há chineses a viver nos musseques, já com mulheres negras e filhos mulatos com os "olhos em bico"!

Há chineses taxistas (Kandongueiros), chineses por todo o lado. É uma gente humilde e simpática.

Fotografias: Gonçalo Afonso Dias, Luanda, Angola, 07/2012

Saturday, July 21, 2012

Conhecer o Namibe pelo "Gente do meu tempo"



Um blogue encantador dedicado ao Namibe (antiga Moçamedes), uma região belíssima conhecida pelo seu deserto, pelo seu mar, pelas suas gentes - os Mucubais

Imperdível é este vídeo no qual Helka Guimarães nos guia por esta cidade no sul de Angola




"Filme giro e muito bem conseguido. Só peca porque afirma uma não verdade. A Fortaleza de Moçâmedes nunca foi depósito de escravos que alí aguardavam o embarque em navios negreiros para o exterior.

Esta fortaleza foi construida após 1844, alguns anos depois da publicação do decreto da abolição do tráfico de escravos, em 10 de Dezembro de 1836.

Poderia ter sido, talvez, depósito temporário de escravos libertados de navios negreiros clandestinos apresados por patrulhas maritimas, e que, na condição de «libertos», espécie de semi-escravos, eram distribuidos por zonas de Angola onde se fazia sentir a falta de trabalhadores, de acordo com o novo paradigma colonial de ocupação povoamento e desenvolvimento do território nos termos da Conferência de Berlim (1884-1885).

Por Mossãmedes passava nessa altura toda uma problemática ligada à urgente definição de fronteiras, daí a importância da zona, considerada próxima do sudoeste africano, cobiçada por alemães."

(Rectificação de Maria N Jardim, autora do blogue "Gente do meu tempo"

Friday, July 20, 2012

Em Obra - Sede do Banco Espírito Santo de Angola (BESA) no Lobito - Arquitectura e Sentimentos - 2011/...



ARQUITECTURA E SENTIMENTOS:

De todos os projectos que já fiz ao longo de 24 anos de arquitectura, tanto em Portugal como em Angola este - o Besa/Lobito/Sede - é, sem dúvida, aquele em que os sentimentos e as memórias maior impacto tiveram e têm na concepção e nas fases posteriores do trabalho.




No Lobito, uma belíssima cidade outrora conhecida como "A Sala de Visitas de Angola", cresci, fui adolescente, livre e feliz.






A RESTINGA - (FOTOGRAFIA RETIRADA DA NET)


O EDIFÍCIO DOS CORREIOS



EDIFÍCIO DA M.E.B.P.A.

Vivi durante muitos anos nesta cidade - primeiro na Restinga, em frente à praia, depois na Caponte, junto à Colina da Saudade, na mesma rua e dois prédios à frente do local desta obra - o "Prédio da Casa Lopes".



UMA DAS CASAS ONDE VIVI NA RESTINGA




No Lobito aprendi a ler a contar e a desenhar... frequentei a Escola Primária Pedro Alexandrino da Cunha, também na Restinga, onde tive como professora da 1ª à 4ª classes a inesquecível D. Célia.





DESENHOS DE 1970 (5 ANOS)

Ali frequentei também o Liceu até à altura em que a guerra, a invasão a partir da África do Sul das tropas da UNITA acompanhadas pelos mercenários Sul-Africanos nos obrigaram, integrados numa memorável coluna de fugitivos, a recuar para Luanda. Uma Odisseia que durou 3 dias e ficará para sempre gravada na minha memória.

Fiz também muitos amigos (O Riki - com quem andava sempre às "turras, o Frazão, o Pedro Vaz Pinto - o maior de todos -, os Catalões, etc.) que "eternizávamos" em pequenos livros de autógrafos e dos quais guardo belas recordações e uma enorme saudade.

A Independência de Angola estava prestes a acontecer e a guerrilha urbana entre os 3 movimentos armados (MPLA, UNITA e FNLA) era intensa e fraticida.

No Lobito fui membro da "Organização dos Pioneiros Angolanos (O.P.A) afecta ao MPLA, tive instrução militar aos 11 anos... participei em comícios e tive a Honra de apertar a mão ao histórico líder e fundador do MPLA -  Dr. António Agostinho Neto.




Fotografia retirada da Net

Depois a vida cumpriu o destino. Vivi em Luanda até 1981, no famoso "Prédio do Livro" na antiga Av. Guilherme Capelo, Maianga, altura em que vim para Portugal completar os estudos e fazer a licenciatura em Arquitectura.

Só voltei "à minha cidade" em 2004, quase 30 anos depois de a ter deixado. Fui conhecer "O Sítio" desta obra que deu início a um longo percurso (até hoje) de colaboração com o BESA.

Fui ver a minha escola e o recreio onde brincava.




FOTOGRAFIA "REENCONTRO" 07/2004

«Em 2004, acabada que estava a guerra voltei ao fim de mais de 20 anos à cidade onde cresci e fui feliz; O Lobito. Atordoado pelos sentimentos econfundido pelas memórias procurei desesperadamente pela minha escola primária onde aprendi o "babá" com a D. Célia - a antiga escola Pedro Alexandrino da Cunha. Ninguém me sabia dizer onde era. Eu tinha uma vaga ideia, mas parecia-me agora tudo tão pequeno. Depois de muito penar alguém me disse que já não havia escola. Agora era um hospital e estava a decorrer um período de febres contagiosas... Pouco me importou, tremi ao entrar no átrio recheado de macas com gente a sofrer, o ambiente impregnado de dor e desespero. Fui à minha sala. O mesmo. Corri para o recreio já sem ar, sem controlar as emoções. Foi nesse recreio» 

(GAD, 2004)

(TEXTO NO OLHARES.COM). A minha última estadia no Lobito, nos dias 3 a 5 deste Mês de Julho de 2012 foi já no âmbito da Assistência Técnica à obra que vai agora crescendo.





Indescritível foi a emoção de ali ver o grande "Painel da Obra" com o meu nome inscrito. O Sentimento de fazer obra na cidade que me viu crescer, de deixar o meu nome e o dos meus pais e irmãos ligado ao Lobito não é possível traduzir em palavras...

Esta obra é por isso dedicada ao meu pai - Carlos Afonso Dias que dirigiu, durante muitos anos como oceanógrafo a Missão de Estudos Bioceanológicos de Pescas de Angola (MEBPA) e à minha mãe - Fernanda Seixas, angolana do coração que lutou de armas e medicamentos na mão junto dos guerrilheiros, na frente de combate, prestando-lhes os primeiros cuidados de saúde, salvando e confortando muitos deles. 




Os meus pais - anos 90, Cascais

É também para os meus irmãos - Manuel e Ana que comigo partilham os sentimentos, as vivências e as emoções que antes descrevi.

A arquitectura não se faz apenas com Donos de Obra, Empreiteiros, Fiscais, orçamentos, programas e prazos. Faz-se também e muito com sentimentos de onde quer que eles venham.

Santo Amaro de Oeiras, 20 de Julho de 2012















ESQUISSOS COM ALTERAÇÕES À FACHADA SUDESTE AINDA NÃO ACTUALIZADAS NA MAQUETA





MEMÓRIA DESCRITIVA

1- Introdução:

A proposta do edifício BESA/LOBITO/SEDE é a sequência natural da fase anterior (estudo prévio) apresentada e analisada pelas entidades envolvidas, e após algumas afinações com o objectivo de optimizar funcionalmente o espaço, finalmente aprovada. O iniciar deste projecto foi consequência da conclusão de um processo já desenvolvido para um edifício, que projectado para o mesmo local, já não servia os propósitos e objectivos do requerente.

A fase de projecto que agora concluímos, não só compreende todas as observações, sugestões e críticas construtivas naturais e desejáveis num processo criativo, como tem em consideração a urgência de iniciar os trabalhos de construção, por isso apresenta um desenvolvimento mais aprofundado quer do ponto de vista da arquitectura como, no que diz respeito à intervenção e coordenação das diversas equipas das especialidades.




(O LOBITO EM CONSTRUÇÃO) - FOTOGRAFIA RETIRADA DAQUI


LOCALIZAÇÃO (CLIQUE PARA AMPLIAR)

2- O sítio e a importância urbana desta intervenção:
A responsabilidade de intervir arquitectonicamente no tecido urbano desta cidade, assume elevada importância quando nos debruçamos sobre a História da cidade. A revitalização do caminho-de-ferro e a existência de um porto marítimo conferem à cidade, características únicas num país em franco desenvolvimento. Cidade de belezas naturais ímpares, onde a qualidade arquitectónica e o desenho urbano “respiram” seriedade e bastante reflexão (é disso exemplo a “inventiva” Colina da Saudade), impõem uma intervenção de grande responsabilidade.



LOCALIZAÇÃO (CLIQUE PARA AMPLIAR)

ratando-se de um gaveto junto a um eixo viário estruturante, maior ainda será a visibilidade do conjunto projectado o que aumenta também, o grau de responsabilidade de quem conscientemente projecta.







O GAVETO AINDA COM A ANTIGA CONSTRUÇÃO POSTERIORMENTE DEMOLIDA

(FOTOGRAFIAS DE 07/2004)

A área destinada à construção do edifício situa-se na Caponte, junto à Colina da Saudade. Trata-se de um gaveto nas Ruas Eng. Gomes da Costa e 1º de Agosto, sendo actualmente um terreno descampado, anteriormente ocupado por precárias construções.

Na envolvente próxima, consolidada e qualificada do ponto de vista arquitectónico, destacam-se vários edifícios modernistas de indiscutível qualidade arquitectónica como por exº o "Edifício da Radio", o Mercado do Lobito - com o traço de Vasco Vieira da Costa e ainda o conjunto do Porto do Lobito.



EDIFÍCIO DA RÁDIO





MERCADO DO LOBITO
3 - Programa:

O factor impulsionador deste programa foi naturalmente a criação de um edifício do Banco Espírito Santo de Angola (BESA), no centro da cidade do Lobito, dimensionado para dar resposta às necessidades actuais, tendo em conta o desenvolvimento urbano que trará novas e diferentes exigências espaciais.

Um dos problemas com que nos deparamos é a diferente escala dos edifícios circundantes. De forma a minimizar os desequilíbrios volumétricos, formalmente a construção assume diferentes escalas, variando conforme a presença dos edifícios vizinhos.


A fachada principal assume-se na Rua 1º de Agosto, marcando o remate deste eixo urbano com um volume que se quer imponente e contemporâneo, digno da instituição que representará.




Os 8 pisos que o compõem não deixa de privilegiar a qualidade arquitectónica e a relação com a envolvente, quando torneando para a Rua Eng. Gomes da Costa, o corpo alto assume a cota de 2 pisos do edifício vizinho, deixando a cidade respirar.

Programaticamente o edifício é composto por agência bancária, escritórios, habitações e zonas técnicas :

Piso -1 – Zonas técnicas

Pisos 0 e 1 – Agência bancária

Pisos 2, 3, 4, 5 e 6 – Escritórios

Piso 7 – Habitação

Piso 8 - Sala dos condóminos e Instalações técnicas

3.1 – Zonas técnicas

Dada a complexidade e diversidade do programa funcional do edifício, optou-se por localizar a maioria das infra-estruturas técnicas num piso enterrado. O acesso a este piso é feito unicamente pelo exterior e por um acesso independente do edifício, de forma a facilitar a vivência no interior do edifício (poluição sonora, elevadas temperaturas, etc.) , minimizando o conflito com todas as circulações.

Para evitar uma sobrecarga na estrutura do edifício localizamos neste piso o reservatório de água e respectivas infra-estruturas, o posto de transformação e posto de seccionamento, grupo de geradores e depósito de gasóleo.

3.2 – Agência do BESA


A agência do banco assume, na concepção deste projecto um papel fundamental.

O seu programa espacial, genericamente semelhante aos anteriores, nomeadamente ao do edifício do BESA Soyo ou do BESA Ondjiva, foi no entanto optimizado ao nível das circulações, flexibilidade e segurança.

Esta optimização do modelo tem vindo a ser realizada com base na percepção das necessidades e na evolução dos próprios conceitos do BESA, no que respeita ao funcionamento das suas instalações.





Sendo um modelo já bastante optimizado, temos sempre que considerar as características morfológicas, as dimensões dos lotes e o contexto em que os edifícios se inserem.

Um dos princípios que tem vindo a ser sistematicamente valorizado tem a ver com o dimensionamento e a espacialidade das áreas de público.

As áreas anexas ao balcão, o átrio de entrada (aqui novamente sublinhado por um duplo pé direito), os atendimentos privados, etc, têm vindo a ganhar uma maior dimensão que se traduz na imagem e no conforto dos funcionários e clientes.

Sendo a área do lote insuficiente para a implementação do programa da agência, optou-se pela ocupação em dois pisos, sendo que no piso 1 se encontram áreas menos utilizadas pelo público (atendimentos privados, gabinete do gerente, zonas técnicas e arquivos)

Noutra vertente tem-se procurado uma maior flexibilidade na utilização dos espaços como por exemplo o Back Office e o Gabinete do Gerente.

A circulação de serviço foi pensada para a obtenção de percursos curtos e práticos.

As áreas mais restritas da agência, tesouraria, gabinetes de contagem e áreas técnicas são posicionadas estrategicamente por forma a diminuir a frequência do seu atravessamento e a aumentar a segurança desses espaços vitais.

3.3 – Escritórios
O funcionamento destas áreas de negócio exigem uma diversidade e complexa rede de apoios, quer técnicos / humanos, quer espaciais. A existência de espaços de escritórios para auxiliar o funcionamento de uma agência é cada vez mais uma realidade incontornável.



Os 5 pisos de escritórios foram pensados para poderem responder a uma ocupação versátil. Desenhados para um grande openspace, permitindo a sua futura divisão, conforme as necessidades de quem o vai ocupar. O acesso a estes pisos é comum aos pisos de habitação, sendo a circulação efectuada por espaço independente do da agência.

Estes pisos estão dotados de instalações sanitárias, pequena copa e zona técnica. A relação com a cidade não é esquecida, existindo sempre varandas em ambas as fachadas (Rua 1º de Agosto e Rua Eng. Gomes da Costa).

3.4 – Habitação
A ocupação deste piso foi estudada de forma a dar resposta a uma necessidade crescente de alojar as pessoas que aqui vão trabalhar. As tipologias apresentadas permitem uma vivência diversificada no que respeita aos agregados familiares. Daqui resultam 1 apartamentos de tipologia T1, e um de tipologia T2, localizados no 7º Piso



O acesso às tipologias T1 e T2 é efectuado por uma galeria exterior, de forma a trazer a iluminação e ventilação natural a esta zona do edifício.

Os espaços interiores são estudados de forma a dar resposta à utilização contemporânea dos dias de hoje (materiais, relações de espaços sociais com privados, instalações sanitárias de carácter social / privado, equipamentos, etc).

As varandas privilegiam a relação com a cidade, quer na integração urbana com o tecido existente, quer com a paisagem natural que a região oferece. O sombreamento destes espaços é uma preocupação, materializado por lâminas verticais, procurando uma solução tão largamente utilizada em edifícios desta cidade ( como é exemplo o edifício do Mercado ).


3.5 – Piso técnico e cobertura
O acesso à cobertura é feito pela caixa de escadas interiores. Este espaço é composto por um espaço que alberga os termo-acumuladores para aquecimento de águas sanitárias e espaço para a localização das máquinas exteriores de ar condicionado e ventilação.

4- Aspectos formais mais relevantes na concepção do projecto:
Dada a já referida importância que a cidade representa e representará num futuro próximo, procuramos que o edifício se imponha através de um desenho simples e contemporâneo mas, também com um carácter digno e corporativo que a instituição BESA merece. O desenho procura equilibrar volumetrias distintas e não ferir a harmonia do tecido da cidade. A forma contida e serena do objecto arquitectónico é já uma constante dos projectos para o BESA que, acreditamos transmitir a idoneidade, a modernidade, e o desenvolvimento que esta instituição tem vindo a consolidar.

5- Breve abordagem aos aspectos técnicos e construtivos:
Este documento vai acompanhado das memórias descritivas das especialidades mais relevantes para esta fase: fundações e estruturas, equipamentos de águas e esgotos e infra-estruturas eléctricas.

No entanto, as restantes especialidades (mecânicas, segurança contra incêndios) foram desde o início consultadas e integradas no projecto garantindo, deste modo, todas as condições e para que a fase de projecto de execução se realize sobre bases rigorosas e adequadas às exigências do edifício.

Em termos construtivos, para além da abordagem anexa do especialista de fundações e estruturas, é de referir que se mantém, neste trabalho, a ideia de uma operacional racionalização dos materiais de acabamento, e uma adequação à realidade construtiva local do grau de dificuldade na execução dos pormenores.

Em síntese, o conceito é o de “não complicar”. Defendendo a qualidade da construção, o rigor do desenho e a visibilidade do edifício, reforçando com isso a postura e visibilidade da própria instituição.



FICHA TÉCNICA:

Promotor da Obra: Banco Espírito Santo de Angola (B.E.S.A) - Coordenação: Eng. Luís Trocado Ferreira

Fiscalização: TPF Angola - Direcção Obra: Eng. Jorge Rocha; Fiscalização: Eng. Jorge Santos (coordenador)

Constructora: Soares da Costa - Direcção Eng. Jorge Rocha, Director Geral adjunto da Soares da Costa / Angola

Directora de Obra: Eng. Joana Alves

Projecto Geral de Arquitectura: Metáfora, Arquitectos Associados, Lda.

Coordenação da equipa projectista: Arq. Gonçalo Afonso Dias

Colaboração: Susana Alvarez, Andreia Carinhas, Edgar Soares, Tiago Iglésias, Vanda Santos, arquitectos

Projecto de Fundações e Estruturas: Safre / coordenação: Eng.º. Paulo Freire

Projecto de Instalações Mecânicas: Instec /coordenação: Eng.º. Viegas Rodrigues

Projecto de Instalações Eléctricas, telecomunicações e Segurança: Copreng / coordenação: Eng.º. António almeida

Projecto de Infraestruturas de Águas e Esgotos: Grade Ribeiro, Lda. / coordenação: Eng.º. Grade Ribeiro

Assessoria e implementação de sistemas de segurança: Securitas de Angola 
Maqueta: Edgar Soares

Fotografias: Gonçalo Afonso Dias