Friday, July 31, 2009
Eu indago, tu indagas, o "Zé" manda indagar...
O "caso" chegou aos media por um rugido enciumado de Louça que se tem vindo progressivamente a transformar numa espécie de Pitbull do nosso jardim zoológico parlamentar.
Sucederam-se às acusações ferozes de Louçã, de que teria sido o "charmoso" do "Zé" a convidar a ex bloquista, não menos acicatados desmentidos dos socialistas tentando, desse modo repor a honra no convento.
Finalmente hoje, "a vítima", a bela Joana, abriu o livro; foi, sim senhora, convidada pelo partido socialista, através de um telefonema pessoal do "Paulo Campos" para fazer parte das listas desse partido para o próximo governo.
O Paulo, confrontado com essa declaração, coitado, meteu os pés pelas mãos e repetiu, vezes sem conta, ao jeito de profissional de futebol a seguinte declaração: "O Paulo Campos só indagou da possibilidade..."
Ora bem...; é evidente que o Paulinho, um simples secretário de estado adjunto das obras públicas não "indagou" mas foi mandado indagar. E no PS quem manda, sabe-se é o "Zé".
A Joana também não sai "bem na fotografia"...
Bem sei que "a vingança é um prato que se serve frio", mas, para o meu gosto, o ambiente ainda está muito quente para servir o gaspacho.
Para o marialva português ficou o melhor de tudo isto; agora, nos seus próximos engates clandestinos, quando for confrontado pelo marido ou namorado da vítima assediada tem mais um truque na "mala"... _ Ó meu! Eu só táva a indagar da possibilidade!...
Thursday, July 30, 2009
Não há necessidade...
Bem sei que estamos em crise...
Mas será que esta "coisa" que supostamente faz rir qualquer alarve tem de aparecer em todos os sites que frequento. Até na página de abertura do Blogguer?!
Qual é a ideia? Foi o governo que incentivou/promoveu sabendo que o povo já se anda, há muito, a "ca..r" para a política e para os seus in(dignos) actores?
Será que os portugueses precisam dessa máquina agora que cada vez estão condenados a uma alimentação mais propícia à flatulência?! Arroz, feijão de lata... e agua das pedras.
Será que o Pacheco Pereira, no seu novo programa, na TV vai pôr a dita a "bombar" para melhor exemplificar a sua apurada critica?
A ver vamos...
Wednesday, July 29, 2009
Falar à toa
Hoje apetece-me falar "à toa".
Por exemplo das últimas "coisas" aparentadas com arquitectura que vi, e ouvi, na televisão.
Num programa que, não faço questão de ver mas, que deve ser repetido tantas vezes que acabo por "levar com ele".
Acontece que tenho uma televisão no meu escritório, em casa.
Também acontece que me deito tarde, normalmente a fazer "coisas" que nada têm a ver com o curso que os meus pais com muito esforço me ajudaram a fazer...
Seja como for, deito-me muito tarde, com a tv ligada, no escritório e acabo invariávelmente por ver esse programa dedicado à arquitectura de moda- design- e não me lembro mais de quê.
O programa é muito fraquinho...
Em regra, os arquitectos ou arquitectas apresentam-se sempre com o aspecto esteriótipado de arquitectos ou arquitectas.
Um "ar" sofrido, desgastado (e são tão novinhos...), mãos nos bolsos, óculos de massa (pesados), tudo pesado, tudo sofrido...
A senhora que apresenta o programa também não ajuda muito. Faz o que sabe... e não sabe grande coisa para além dos mais hilariantes lugares comuns.
Uma pergunta estúpida merece uma resposta estúpida. Mas nesse programa não. Uma pergunta estúpida é uma pergunta feita num programa de televisão e, por isso, convém aos arquitectos responder com uma pose profissional ainda que, aquilo que digam sejam também conjuntos de palavras igualmente estúpidas.
Mas há excepções e é por isso que eu quis aqui "falar à toa".
Recentemente vi, nesse programa, os meus amigos Diogo Burnay e Cristina Verissímo do atelier (não me lembro mas têm um nome feito de siglas, um pouco à holandesa)com uma obra aqui no meu sítio - Oeiras!
Até me brilharam os olhos!
Por duas razões;
Pela estima que tenho pelos dois, particularmente (e devido ao processo académico) à Cristina, com quem partilhei tempos inesqueciveís no primeiro ano feito no Porto, e pelo programa e contexto em que (pelo que percebi) se inseria o edifício de habitação e não só.
Neste mundo de Oeiras, onde reina Isaltino, só quem é cego é que não sabe como funciona o "sistema" dos projectos oriundos do «Gabinete de ...».
Sabe-se também que Mestre Carrilho da Graça supervisiona os mais de 80 projectos que o dito gabinete têm actualmente em execução.
E isto quem me disse?! Fonte muito segura. Acreditem que mais segura não podia ser.
Continuando a "falar à toa".
Já deixei implícito que o "grande" Carrilho têm um grande tacho na Câmara de Oeiras...
E também não serei preso se disser que o "Gabinete de Estudos e Projectos Especiais" da Câmara de Oeiras é uma enorme e camufulada fonte de sub-empreitadas de projectos a gabinetes do círculo de "conhecimentos" de Mestre Carrilho da Graça.
Por alguma razão nos painéis que sempre informam as obras a que me refiro não consta nenhum autor... apenas o dito gabinete de ...
E, repito, sei exactamente o que digo. (ponto)
O que vi do projecto do Diogo e da Cristina pareceu-me interessante como conceito apesar de muito académico. Promover as relações e a con(vivência)entre parceiros marginalizados através de áreas de circulação amplas e comunicantes, é bonito. Contudo, porventura, esses mesmos indivíduos preferiam ter mais espaço em casa e não ter de aturar os vizinhos que aturam a todas as horas na rua.
Mas até aqui achei tudo bem... idealista, académico, para autarca... ok.
O pior foi quando vi a "cara" do bicho...
É que não dava a "bota com a perdigota".
Há que parar e reflectir.
Sinceramente o digo.
Os edifícios, tenham lá a natureza que tiverem, não podem, não devem ser pensados como se se tratassem de "bolos"...
O que eu quero dizer com isto é que não serve de nada garantir um bom "recheio" , partindo do princípio que é bom, se não se pensou, à partida, no resultado, depois da cozedura.
E depois, quando assim não é, temos uma mayonnaise desfeita. Deslaçada.
Com esta critica não tiro mérito ao projecto/obra referido. Pelo contrário.
Quem me conhece sabe bem que só me dedico a assuntos que me parecem interessantes.
Por exemplo, muito mais interressantes do que as conversas "da trêta" de Souto Moura e Aires Mateus sobre a "LUZ"... Santa paciência...
Costa x Lopes
Não posso, não devo, deixar passar "em claro" o debate de ontem entre Santana Lopes e António Costa, candidatos à Presidência da Câmara Municipal de Lisboa.
Confesso que é quase um "frete" escrever sobre esse tão propagandeado confronto mediático. Apesar de a vontade me faltar (ou porventura a paciência), convenci-me, um dia, que o meu blogue era uma espécie de "um livro que eu ia escrevendo...".
Nesse sentido, impõe-se registar, ainda que com breves e imprecisas palavras, aquilo que de mais mediático por cá vai acontecendo. Para mais tarde recordar. Com certeza.
De fora deixo, por agora os sucessos, ainda tímidos, do nosso Ronaldo no Real que fica em Madrid.
Também a contagem absurda e negligente dos casos de contaminação do vírus da Gripe da "Moda".
Voltando ao Costa e ao Lopes;
O Lopes entrou no "ringue" com um ar desgastado que eu não esperava...
O Costa, por seu lado, entrou na contenda com o seu ar de "novo rico de barriga cheia".
O que é curioso é que se percebeu, desde o primeiro minuto, aquilo que já (pelo menos para mim) era evidente;
O Lopes ia "comer" o costa...
Nas Calmas...
O truque que o Costa levava, porventura sussurrado ao ouvido por alguém com mais (suposta) experiência, era dizer ao Lopes que estava "Nervoso"...
Ora o "Lopes" que já é um catedrático nestas coisas da retórica e da TV, facilmente deu um golpe de rins ao Costa (Valente, a avaliar pelo peso que o bicho aparenta) e pôs-se literalmente em cima dele.
Eu não gostei de ver o Lopes assim em cima do Costa.
Apesar de já ter previsto que a luta seria desigual.
O Costa, na verdade (e ficou claro) não soube falar de nada de jeito...
O Lopes, pelo contrário, soube, nem sempre bem, com a ajuda da moderadora(que vergonha!...)resumir o Costa à sua condição de principiante...
Se eu fosse o árbitro tinha acabado o "combate" antes do tempo regulamentar.
Porque o Lopes teve a ajuda da moderadora e isso é batota.
Mas, mesmo que assim não fosse o Lopes tinha ganho "aos pontos". Claramente. Porque o Costa demonstrou com toda a clareza a sua lealdade ao "dono". Ao Zé. Só não sabe mentir tão bem como ele. Por isso, perdeu. E vai perder. Ó Ó...
Monday, July 27, 2009
«TRÂNSITO PROIBIDO»
Do fundo da rua dos mil e um passos
dos mil e um passos definitivos
do fundo da rua te estendo os braços
do fundo da rua dos mil e um passos
impercorridos.
Sinais vermelhos
de trânsito proibido
Alto! Alto!
Sigam pela direita
sempre pela direita!
Filas e filas de povo
mar que entrou no rego
aberto a dedo na praia
Correntes e posres listrados
Aqui estaciona-se
AQUI É O GRANDE PARQUE DE ESTACIONAMENTO
Aqui e ali:
«Trânsito proíbido»
Aqui e ali:
«Por excesso de velocidade»
Os apitos rasgam
o bruáá dos claxons
_ Pst ! onde vai?
o seu caminho está marcado a cal
_ Mas...
_ Cale-se você vai errado
o caminho é pela direita
sempre pela direita.
_ Mas eu sei o meu caminho
_ Eh onde vai?
É pela rua dos mil e um passos
_ Pare !
_ Dos mil e umpassos definitivos
_ Atenção esse homem vai fugindo
_ Do fundo da rua dos mil e um passos
ALTO !
_ Estende-me os braços
_ Estende-me os braços
_ ESTENDE-ME OS BRAÇOS !
Sim evidentemente:
resistência à autoridade.
[ in: " TRANSITO PROIBIDO" de V. Costa Marques - Poesia, 1950 . Ed. do autor. ]
(Fotografia: Gad. Lisboa, 2009)
Sunday, July 26, 2009
Mártires da Pátria
Em breve, algumas décadas apenas, serão necessárias mais obras no Terreiro do Paço...
Será lançado um concurso público para escolher a melhor proposta para o "update" do monumento que hoje ainda homenageia, noutro lugar, outros mártires de uma pátria cada vez menos respeitada.
Nessa altura, contar-se-ão as vítimas do flagelo de sucessivas governações irresponsáveis, negligentes, corruptas onde o povo "são apenas números" que só importa contar em época de eleições.
Não haverá mármore que baste para inscrever os nomes de todos os que foram vítimas da política do " - tu também não fizeste! - e do - mentiroso és tu! -.
Nessa altura, repito, as velhinhas não irão, tristes e melancólicas, colocar flores sobre as lápides que lhes são familiares... Irão sim com um sorriso irónico nos lábios pendurar recortes de jornais que quiseram guardar com fotografias dos verdadeiros, hoje impunes e activos, traidores da pátria e da confiança do povo que os elegeu. Uns e outros.
Os que roubam e os que ficam na esquina a ver "se não vem ninguém"...
Friday, July 24, 2009
"SUBMIT" ... "porque o marido é a cabeça da mulher."
MEDITAÇÃO SOBRE O MATRIMÓNIO
Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Efésios - Ef 5, 2a.25-32
Irmãos:
Caminhai na caridade,
a exemplo de Cristo, que nos amou
e Se entregou por nós,
Sede submissos uns aos outros no temor de Cristo.
As mulheres submetam-se aos maridos como ao Senhor,
porque o marido é a cabeça da mulher,
como Cristo é a cabeça da Igreja, seu Corpo,
do qual é o Salvador.
Ora, como a Igreja se submete a Cristo,
assim também as mulheres
se devem submeter em tudo aos maridos].
Maridos, amai as vossas mulheres,
como Cristo amou a Igreja e Se entregou por ela.
Ele quis santificá-la,
purificando-a no baptismo da água pela palavra da vida,
para a apresentar a Si mesmo como Igreja cheia de glória,
sem mancha nem ruga, nem coisa alguma semelhante,
mas santa e imaculada.
Assim devem os maridos amar as suas mulheres, como os seus corpos.
Quem ama a sua mulher ama-se a si mesmo.
Ninguém, de facto, odiou jamais o seu corpo,
antes o alimenta e lhe presta cuidados,
como Cristo à Igreja;
porque nós somos membros do seu Corpo.
Por isso, o homem deixará pai e mãe,
para se unir à sua mulher, e serão dois numa só carne.
É grande este mistério,
digo-o em relação a Cristo e à Igreja.
Palavra do Senhor
Para ler MAIS e MELHOR COMPREENDER...
Thursday, July 23, 2009
Ainda está para nascer....
Imagem roubada à C.I.A., do Primeiro Ministro que ainda está para nascer e que fará tanto como Sócrates... O sujeito fotografado foi o resultado de uma complexa investigação ciêntifica elaborada pelos maiores cérebros em clonagem da actualidade.
Lamenta-se, contudo, que a data prevista para a tomada de posse do primeiro - espermatezoide - ministro esteja prevista, precisamente, para quando Portugal já não necessitar de um primeiro ministro...
Tributo a Manuel Alegre
Sobre Manuel Alegre já muito foi dito. Sobretudo na hora da sua despedida da Assembleia da República onde se sentou desde 1974. A Hipocrisia fluiu como sempre, em rasgados elogios, nos breves discursos de homenagem das diferentes bancadas... para os ouvidos do poeta deve ter doído. Para o coração do democrata, deve ter sorrido...
Facto é que a já pobre, miserável e decadente assembleia ficou hoje ainda mais pobre, decadente e miserável.
Saiu um homem que vale provavelmente pelos outros(as) 229 que lá ficaram. Pela sua Independência, pela sua ética, pela defesa intransigente dos valores e direitos conquistados em Abril. A sua Actividade Politica nessa "casa" fala por si e pelos 34 anos que lhe dedicou.
Dizem que «É a Vida.»
(...) «É a vida.» Esta frase com que o apresentador da RTP termina amiúde o Jornal da Noite dá o tema do ambiente mental em que vivemos. «Dar o tom» significa muito mais do que «sugerir» ou «indicar» uma direcção de leitura. Na realidade, constitui por si só toda uma «visão do mundo» e, mais importante, toda uma visão de nós mesmos, da nossa vida enquanto (tele)espectadores do mundo.
Depois de assistirmos às notícias sobre raptos, assassinatos, acidentes de viação, mortos palestinianos e israelitas, descobertas de centenas de vítimas taliban asfixiadas em contentores no Afeganistão, surge uma notícia que, como uma luz divina, redime todo o mal espalhado sobre a Terra: nasceu um bébé panda no Zoo de Pequim! O apresentador sorri largamente, pisca mesmo um olho cúmplice aos telespectadores. Depois das imagens do futebol, remata enfim, com um tom sábio: «É a vida!» (...)
[Excerto do livro "Portugal Hoje - O Medo de Existir" de José Gil. - Ed. Relógio D'Água]
"Dizem que é a vida #03"
Fotografia e edição; Gad. 2009
Wednesday, July 22, 2009
Só para dizer que os Juízes têm toda a razão!...
Não faço ideia de quem foi ou quem foram os cérebros ou o cérebro do "Campus Judicial".
Edifícios "esquemáticos" e "intelectualmente miseráveis" como aqueles não servem nem para albergar os doutos queixosos nem, na minha modesta opinião, para coisa nenhuma.
Servem, isso sim, para o negócio do betão, do caixilho e...da película colocada à posteriori.
Friday, July 17, 2009
Fachada
Foi numa estreita rua de Ferreira do Alentejo que me deixei seduzir pelo remodelado, inusitado e criativo, nicho de entrada de uma casa comum, perfilada com outras mais tradicionais da mesma rua."de imigrante"! dizem alguns com desprezo mas, no essencial e deixando de parte questões menores como a escolha da cor ou do azulejo que forra as paredes, está lá a essência da "Porta", a celebração da entrada, o orgulho da pequena propriedade.Hoje em dia, a arquitectura preocupa-se cada vez menos com esses valores que estão, no fundo, na sua essência. Importa mais agora, o macro-desenho de fachadas-cortina, impessoais e inspiradas nos variadíssimos e "milagrosos" catálogos de sofisticados sistemas para "vestir" os edifícios.Por isso a nossa arquitectura vai-se confundindo com outras arquitecturas quaisquer, impessoais também e internacionais como a Crise... deixaram de se desenhar as fachadas em função do espaço interior dos edifícios que lhes dão a razão de existir para, conceber primeiro a imagem (revisteira, desinteressante e sobretudo pobre) e depois, num processo algo confuso, encaixar as peças nessas premissas fotogénicas.Salvo algumas excepções.Este trabalho é, portanto, uma sátira, mas também uma séria provocação aos sentidos.Em termos fotográficos é, algo que eu gosto de fazer; a fusão entre a fotografia e as artes plásticas tendo subjacente um conceito qualquer.
Fotografia, composição e edição: (Gad, 2009)
Thursday, July 16, 2009
Fotografia - Série "Registos Imprecisos" I a X
Retratos/ momentos, fugazes ou furtivos maioritariamente captados em noites "perdidas" num sítio qualquer. (fotografias: Gad)
RI. I - Mértola, 2007
R.I. II - Mértola, 2007
R.I. III - Faro, 2007
R.I. IV -Braga, 2005 R.I. V - Barcelona, 2006
R.I.VI - Mérida, 2008
R.I. VII - Santo Amaro de Oeiras, 2009
R.I. VIII- Lagos, 2007
R.I. IX - Faro, 2007
R.I. X - S. João do Estoril, 2005
Por agora, é tempo de estar calado.
E tenho estado. No que respeita ao meu circulo profissional, (esvaziado que está de motivos de interesse), e, de uma forma mais abrangente, da minha própria condição de cidadão deste país decadente.
Paradoxalmente, é neste preciso momento em que tudo é objecto de enxovalho público
que, menos sentido faz, para mim, tecer quaisquer considerações sobre os assuntos julgados mais relevantes.
Em síntese, diria que neste momento nada é relevante, o que, por si só, constitui um facto de extrema e preocupante evidência.
Hoje, não faz qualquer sentido dizer mal dos políticos quando os próprios se encarregam, empenhadamente de o fazer.
Clamar pela Democracia e pelo Estado de Direito é agora um lugar-comum com "escritos" nas janelas.
Ouvi dizer hoje, na televisão, que provavelmente Portugal já "bateu no fundo" da Crise Internacional...
Mentira, claro está. Foi dito por um ministro... O super-ministro - O Teixeira, que arrebatou a pasta do outro (coitado) que, por não ter partido, e ter cornos, foi pelo governo enjeitado.
No fundo da crise...
É bom de ver para quem vai a votos. "agora é sempre a subir"!...
A experiência aconselha menos optimismo, e não são só os doutos economistas que o dizem. Qualquer um sabe que, quando se abeira de um poço e olha para baixo não lhe vê o fundo... apenas o reflexo da sua imagem na escassa água que ele tiver.
Mas, é tempo de estar calado.
Porque se adivinham tempos onde as palavras terão outros sentidos. Como já tiveram que ter.
Por aqui, continuo atento apesar do cansaço de ver o tempo a andar para trás.
Devia estas palavras àqueles (que apesar de tudo) continuam a visitar este "refúgio".
Friday, July 10, 2009
Sunday, July 05, 2009
Friday, July 03, 2009
A Senhora da Lapa
"A história da Lapa inicia-se nos finais do século XV, mais propriamente no ano de 1498. Percebido o sinal miraculoso, os romeiros empreenderam a espontânea construção de uma capela. E a seguir uma proteção para os devotos que faziam a romaria à volta da gruta inserida no enorme fraguedo. Isto da sua história passou-se assim:
O célebre e hábil general mouro, Al-Mançor, pelo ano de 982, atravessou o Douro para a margem esquerda. Havendo destruído Lamego, progrediu para Trancoso. No trânsito arrasou o Convento de Arcas, onde martirizou muitas das religiosas. Atravessada a serra de Pêra, chegaram ao convento de Sisimiro, sito na actual Quinta das Lameiras, freguesia de Pinheiro, concelho de Aguiar da Beira. Parte das religiosas sofreram o martírio, outras escaparam levando consigo uma imagem de Nossa Senhora, procurando abrigo nos matos por onde se embrenharam. Acharam a gruta ou lapa, onde guardaram a dita imagem que ali resistiu à agrura dos séculos, durante uns 515 anos."
A "Vaca Negra"
O último debate do Estado da Nação e o final da legislatura do governo de Sócrates criou, inspirado no incidente dos "corninhos" do ministro Manuel Pinho, uma nova lenda;
A da "Vaca Negra".
"Era uma vez, num país onde a Assembleia da República mais parecia uma estrebaria, onde todos regurgitavam e mais nada faziam, um dos animais "passou-se" e levantou os cornos numa impulsiva reacção de indignação a uma cornada traiçoeira de um pequeno bezerro importado das pradarias do leste.
Como em todas as comunidades em risco de vida, sufocadas por um contexto adverso,o pastor daquele rebanho, um dos animais mais agressivos do grupo, sem saber o que fazer fez aquilo que os outros esperavam ansiosamente que fizesse. Cortou a cabeça ao pretenso prevaricador e pintou-a de negro para que todos soubessem o quanto ele era firme e respeitador.
De repente, numa sequência vertiginosa, vieram os restantes "cabecilhas cornudos" de rebanhos não menos infestos crucificar o que crucificado já estava para que ficasse claro também que, a dois meses da "matança da vaca" se demarcavam de tão ignóbil atitude da (agora só) vaca negra.
O fim desta lenda será contado no dia posterior à "grande farra", o já citado dia da matança das vacas. Aí adivinha-se o "milagre da cabeça perdida"...
O Castelo de Adriano
"Quem passa pela estrada que liga Vila Nova de Paiva a Sernancelhe tem que parar obrigatoriamente para ver tão inusitada obra. É um castelo, imponente e está a ser construído com o suor de um só homem.
Parece uma história de fadas, contos fantásticos e irreais. Mas é verdadeiro: um castelo feito em granito no coração das “Terras do Demo” de Aquilino Ribeiro. Quem passa pela freguesia onde nasceu o escritor, Carregal, no concelho de Sernancelhe, e, de repente vê um castelo enorme, real, em pedra... perde o fôlego e sustém a respiração por instantes.Trata-se de um velho sonho de Adriano dos Santos, um homem de meia-idade que nasceu em Leomil, no concelho vizinho de Moimenta da Beira e se fixou em Carregal por lá ter casado. Hoje tem um conjunto musical e é assim que ganha a vida para o sustento da família e do seu castelo de sonho.A obra foi começada há oito anos e já está em pé até as torres e pináculos. Em redor do castelo há uma muralha, também ela imponente, que encerra não só o castelo, como também um jardim e a residência de Adriano e família. “Sempre gostei de castelos e dessas coisas assim do tempo medieval”, explica Adriano dos Santos que “sempre quis fazer uma coisa diferente” no terreno."
(José Lorena in: Diário “As Beiras” 21 Nov 2008)
DESALENTO
Nesta idade a doença surge como uma ameaça terrível. As aldeias do interior, desertificadas, assistem aos poucos à partida dos mais idosos, dos mais esquecidos.Aqui a distância à "civilização" não se mede em quilómetros - esses são poucos - mede-se em Interesse Político e esse não é nenhum...
Thursday, July 02, 2009
Tributo a Aquilino Ribeiro - "Terras do Demo"
"A serra é agreste, primitiva, mas tem carácter, sem dúvida. Comprazes-te em pintar-lhe as virtudes e encantos sem sombras, e não serei eu que te acoime de parcial. As tintas escuras são para o novelista e tens razão. Decerto que eu, ao chamar-lhe Terras do Demo, não quis designá-las por terras do pecado, porque o pecado seja ali mais grado ou revista aspecto especial que não tenha algures. Nada disso. A serra é portuguesa no bem e no mal. Chamei-lhe assim porque a vida ali é dura, pobrinha, castigada pelo meio natural, sobrecarregada pelo fisco mercê de antigos e inconsiderados erros e abusos, porque em poucas terras como esta é sensível o fadário da existência. Só por isto".
(Prefácio de Aquilino Ribeiro ao livro do Pe. Manuel da Gama "Terras do Alto Paiva", 1940)