Foi numa estreita rua de Ferreira do Alentejo que me deixei seduzir pelo remodelado, inusitado e criativo, nicho de entrada de uma casa comum, perfilada com outras mais tradicionais da mesma rua."de imigrante"! dizem alguns com desprezo mas, no essencial e deixando de parte questões menores como a escolha da cor ou do azulejo que forra as paredes, está lá a essência da "Porta", a celebração da entrada, o orgulho da pequena propriedade.Hoje em dia, a arquitectura preocupa-se cada vez menos com esses valores que estão, no fundo, na sua essência. Importa mais agora, o macro-desenho de fachadas-cortina, impessoais e inspiradas nos variadíssimos e "milagrosos" catálogos de sofisticados sistemas para "vestir" os edifícios.Por isso a nossa arquitectura vai-se confundindo com outras arquitecturas quaisquer, impessoais também e internacionais como a Crise... deixaram de se desenhar as fachadas em função do espaço interior dos edifícios que lhes dão a razão de existir para, conceber primeiro a imagem (revisteira, desinteressante e sobretudo pobre) e depois, num processo algo confuso, encaixar as peças nessas premissas fotogénicas.Salvo algumas excepções.Este trabalho é, portanto, uma sátira, mas também uma séria provocação aos sentidos.Em termos fotográficos é, algo que eu gosto de fazer; a fusão entre a fotografia e as artes plásticas tendo subjacente um conceito qualquer.
Fotografia, composição e edição: (Gad, 2009)
3 comments:
excelente :) a foto !
excelente :) a porta :)
excelente :) o padrão :)
excelente :) o texto :)
excelente (mesmo) tudo :)
Obrigado aos dois! Abraços.
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