Wednesday, December 31, 2008
S. Silvestre marca o fim de ano em Angola
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01-01-2009
Saíram os resultados oficiais:
Dorsal 071 - Manuel Seixas: 01.06 .19,- 253 da geral (em 630)
2º classificado na categoria Veteranos!
Tuesday, December 30, 2008
Estatuto dos Açores: Zangaram-se os "Compadres"...
segunda-feira, 29 de Dezembro de 2008, 20:45:00
Cavaco Silva promulgou o novo Estatuto dos Açores, anteriormente vetado. Em discurso no Palácio de Belém, o Presidente da República deixou duras críticas à Assembleia da República acusando-a de "falta de lealdade" e considerou "absurdo" o novo Estatuto.
Não será absurdo promulgar uma solução absurda?!...
E o burro sou eu ?!!!!!
Monday, December 29, 2008
Um segundo decisivo para a "Travessia do Cabo das Tormentas"...
O ano de 2009 vai começar oficialmente um segundo mais tarde, depois de todos os relógios do mundo se ajustarem à rotação cada vez mais lenta do eixo da terra. O anúncio foi feito, este domingo, pelo Observatório Naval dos Estados Unidos.
Assim, quando na quarta-feira os relógios marcarem 23:59:59 do denominado tempo universal, mais conhecido como meridiano de Greenwich, será adicionado oficialmente um segundo extra.
O Observatório, que tem a seu cargo o relógio oficial do Pentágono, explicou que o ritmo de variação da rotação da Terra «ocorre a taxas que são afectadas pela mutação das marés e outros factores».
«Este é o vigésimo quarto segundo extra que é adicionado à hora universal, uma escala uniforme de medição do tempo mantida por relógios atómicos em todo o mundo desde 1972», como pode ler se num comunicado do Observatório.
«Historicamente a medição horária do tempo está relacionada com a rotação média da Terra em relação aos corpos celestes e segundo a qual foi definido este marco de referência», explica a instituição.
A invenção dos relógios atómicos definiu um «tempo atómico» com uma escala muito mais precisa e com um segundo que é independente da rotação do planeta.
Em 1970, um acordo internacional estabeleceu duas escalas de medição do tempo: uma relacionada com a rotação da Terra e outra com o tempo atómico.
«O problema é que a rotação da Terra está mais lenta de forma gradual, o que requere a inserção periódica de um segundo extra à escala de tempo atómica para manter ambas a um segundo uma da outra», conclui o Observatório.
Pequenos, grandes "nadas".
Há tantas "coisas" que me passam ao lado...
Aflige-me a ligeireza com que a vida acontece.
Assusta-me o relativismo com que a premência de um sentido "arquiva"os actos e os factos.
Revolta-me, por outro lado, a intimação dissimulada de uma bomba relógio chamada Tempo. Absolutista, intolerante, intolerável.
Vejo "esse" Tempo como um paradigma do fascismo.
Tudo isto a propósito deste "mosaico"de amigos(as) do "Brites" onde surpreendentemente (para mim) figuro e que só por mero acaso encontrei na Net...
Obrigado Brites dos Santos.
Sunday, December 28, 2008
Wednesday, December 24, 2008
DIZEM QUE É NATAL...[2] Então que seja um Bom Natal!
"Estou aqui..." Foto Gad. Mussulo, Angola 2004
É Dia de Natal
Chove. É dia de Natal.
Lá para o Norte é melhor:
Há a neve que faz mal,
E o frio que ainda é pior.
E toda a gente é contente
Porque é dia de o ficar.
Chove no Natal presente.
Antes isso que nevar.
Pois apesar de ser esse
O Natal da convenção,
Quando o corpo me arrefece
Tenho o frio e Natal não.
Deixo sentir a quem quadra
E o Natal a quem o fez,
Pois se escrevo ainda outra quadra
Fico gelado dos pés
(Fernando Pessoa)
Tuesday, December 23, 2008
Retiro metade do que "disse" sobre o José Carlos Soares (J.C.S.).
É Natal e ainda que esse facto me diga muito pouco não quero aqui magoar o Zé (J.C.S)...
Descobri que sofreu as agruras do desemprego, provavelmente depois do didáctico programa que apresentou, e sofreu tanto com isso que encontrou na escrita uma terapia para a mente e não só...
Passou à escrita os piores momentos dessa situação e aí está nas bancas o "Diário de um Desempregado".
A capa, com a fotografia do autor atrás de umas requintadas grades de um portão, é de "levar às lágrimas" e a puxar impulsivamente da carteira. Afinal, é Natal.
Desculpa aí qualquer coisinha, Zé!
Uma desgraça nunca vem só...
"Canal Benfica TV
Veja e reveja os jogos do seu Clube em directo e Exclusivo no Meo!"
É mentira. E foi a primeira desgraça da noite de ontem...
A dita transmissão em directo resumiu-se à figurinha do conhecido alarve José Carlos Soares (apresentador de um programa grotesco que em tempos passou na tv denominado "Bombástico" ou algo do género, ao pior estilo do "ratinho" brasileiro.
Desligado o dito canal, e passado algum tempo veio então a notícia da segunda "desgraça": O Benfica, bem ao seu estilo, quando tem tudo na mão, deixa o passarinho fugir e depois diz que a culpa é do árbitro...
Resumindo: Um fim-de-semana brilhante no que diz respeito ao futebol "televisivo". Bem-feito!
Sunday, December 21, 2008
Sonho Meu... ou "O Futebol é isto mesmo"...
Hoje:
Saturday, December 20, 2008
DIZEM QUE É NATAL...
Dizem que é Natal.
Insistem em dizer que é Natal.
Para mim, definitivamente, não é Natal.
Mesmo fazendo um enorme esforço por disfarçar o meu verdadeiro desprezo por tudo aquilo que finge ser o que não é.
O Natal, desde que me lembro, nunca foi um momento transcendente de reunião da Família. Pela simples razão de que, desde que me lembro, nunca construí um verdadeiro sentido de família para além do núcleo embrionário.
I.E: Cresci e fiz-me homem com muito pouco no que respeita ao sentimento (que tanto aprecio em tantas famílias que conheci e conheço) de verdadeiros laços familiares. Daqueles que não precisam de pretextos para reunir à volta de uma mesa 20 ou 30 parentes, que ali ficam embalados pelas memórias do tempo que passou ou pelos sonhos dos mais pequenos que querem, a todo o custo, alimentar.
Julgo mesmo, voltando ao princípio, que jamais considerarei a data que se aproxima como uma data festiva ou merecedora de especial atenção.
Apesar de ter filhos, inteligentes (felizmente) que também há muito perceberam que o Natal é mais uma oportunidade para aumentar os seus parcos patrimónios individuais.
Eu também era assim. E se há uma coisa que a memória me continua a surpreender é a sua enorme capacidade de me transportar para a infância! Uma bênção para quem ficou privado da chamada “Memória Recente”.
Eu adorava espreitar e “esburacar” com o meu dedo mais pequenino, as prendas que magicamente (fingia acreditar) se iam adensando sob a árvore de Natal na casa do Lobito. Era um “risco” que valia bem a pena correr...
Muitos e muitos anos passaram destas memórias de um Natal “feito à nossa medida”.
Pagão, sem palermices, sem adultos travestidos de “velhinhos Coca-Cola”, era a nossa festa por ocasião do Natal. Normalmente era no dia 24 de Dezembro e o telefone tocava às 16:00h…
Dizem que é Natal. Há cinco anos o “Pai-Natal” chegou mais cedo a minha casa. Talvez tenha começado a “ronda” desse ano por mim.
Nunca me encontrei com o verdadeiro “Velho-Senhor” das barbas brancas. Queria muito agradecer-lhe a prenda que me deixou antecipadamente no dia 12/12 de 2003. Brindar com ele, fazer uma saúde à sua inesgotável imaginação e ao seu requintado humor. Pode ser que ainda apareça aqui por casa.
Pode ser.
Aí vou convidá-lo a deitar fora as toneladas de merda plastificada que lhe enchem o saco, a imitar brinquedos e bonecas, feitas na China ou noutro “exploratório qualquer” e a trocar tudo, mas tudo, por uma única palavra que nem precisa de embrulho: TOLERÂNCIA.
Tolerância significa para mim, hoje mais do que nunca, conceder o benefício da dúvida, procurar o entendimento pela palavra serena e frontal, rejeitar estatutos ou pressupostos.
Somos todos iguais. Aqui reside o maior problema da humanidade, julgo eu.
Por alguma razão rejeitamos essa condição. Tem sido, infelizmente, a nossa História.
E, depois, quando olhamos para nós, num contexto abrangente, numa escala redutora, sentimos o quanto somos ridículos nos nossos caprichos, o quanto somos efémeros, se assim continuarmos.
Dizem que é Natal.
Um Bom Natal para todos aqueles que acreditam no que dizem.
Friday, December 19, 2008
O CABO DAS TORMENTAS ou O DIA EM QUE SÓCRATES JÁ NÃO CONSEGUIU MAIS MENTIR-NOS...
Na impossibilidade de "vender" mais Histórias da Carochinha aos portugueses, Sócrates brindou-nos hoje com uma verdade... "2009 será o Cabo das Tormentas..." Já sabíamos, a torneira já há muito dava sinais isso. Agora que 2008 (O Cabo das mentiras ?!) se aproxima do fim, fica-me uma dúvida; como hei-de cumprimentar os meus amigos? "Um bom Cabo das Tormentas?!"... Um bom 2009 é capaz de cair pior...
Monday, December 15, 2008
Friday, December 12, 2008
12-12-2008 - [eu] Feméride
INTRVENÇÃO DO 112: "Despachou-me..."
INTERVENÇÃO DOS BOMBEIROS DO ESTORIL: Salvaram-me a vida.
APOIO DA FAMÍLIA E DOS AMIGOS: Fundamental embora o nºde amigos, nestes momentos sofra uma "crise considerável"...
GRUPO DE RISCO: Nenhum
CAUSA: Desconhecida; à falta de melhor ficou escrito "provável defeito congénito"
CONSEQUÊNCIAS: Quase todas boas com excepção das piores.
BALANÇO: Ainda me restam 6 vidas.
Estaleiro da obra do Teatro Municipal de Almada, 05/2003. Foto: Gad
Saturday, November 08, 2008
Código Laboral fez tremer Governo
O "Artes e Ofícios" tem orgulho nos portugueses que usam a sua própria cabeça sobretudo quando estão em causa Direitos, Liberdades e Garantias. Bem-hajam, por isso, os deputados: (Manuel Alegre, Teresa Alegre Portugal, Matilde Sousa Franco, Júlia Caré e Eugénia Alho).
(...) Uma dessas deputadas, Matilde Sousa Franco, admitiu ao DN que foi ontem chamada para "uma conversa" com o ministro Augusto Santos Silva (Assuntos Parlamentares). A parlamentar assumiu ainda que a decisão de votar contra o sentido oficial do PS foi para si muito difícil: "Estive noites sem dormir." (...) [mais no DN]
Cativeiro [I]
Cativeiro [I] Paço de Arcos, 2008
De "um dia para o outro, a nossa pacata vida doméstica sofreu uma metamorfose tão súbita quanto infernal... assustadores e vacilantes andaimes cercaram-nos as janelas, cegando-nos a pretexto de uma “renovação de fachada” estemporânea.
Em frente aos vidros “moram” agora homens bizzarros que arrotam e gracejam barbaridades, em voz alta, ignorando a nossa presença.
Procuramos argumentos que nos recarreguem os níveis de racionalidade…
Há que encontrar uma saída, uma "aberta"… ou então a “vingança,” feita com os clicks silenciosos da minha máquina fotográfica...
(continua...)
Texto e foto: gad, 2008
Cativeiro [II]
Síntese da Série
Cativeiro [II] Paço de Arcos, 2008
... e o "Lobito"?! gato meigo e perspicaz , Três anos a governar este seu "Mundo" como um "Rei", estabelecendo regras e rotinas. Visivelmente perturbado, deve agora questionar-se: -“estarei a delirar?! “Será um”regresso ao passado, àquele nauseabundo gatil de onde me foram resgatar ainda mal tinha aberto os olhos?!... “e de quem são estas rudes "patas" que me ameaçam neste vai-vem sem sentido?”
“E o meu companheiro "grande", a quem tanto me dedico, nada faz para além de tirar fotografias entrincheirado nos móveis da sala...”
(continua...)
Texto e foto: gad.
Friday, November 07, 2008
“Colecção Neves e Sousa” ["O PINTOR ANGOLANO"] em Oeiras
A primeira exposição sobre a Colecção Neves e Sousa a ser apresentada ao público em Oeiras é inaugurada no dia 8 de Novembro, às 16H00, na Livraria - Galeria Municipal Verney, na presença do presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Isaltino Morais, e da viúva do pintor, Luísa Neves e Sousa.
Com esta primeira exposição temporária e com outras que se realizarão no futuro pretende-se divulgar a obra e vida do artista.
Ficando patente até 18 de Janeiro de 2009, a exposição pode ser visitada de terça a sexta-feira, 10h00 às 13h00 e das 14H00 às 18H00, e ao sábado e domingo, das 14H00 às 18H00 (excepto feriados). A Livraria - Galeria Municipal Verney está localizada na Rua Cândido dos Reis, 90/90A, em Oeiras.
Albano Neves e Sousa nasceu em Matosinhos em 1921 mas cedo foi para Angola.
Regressou a Portugal para fazer o curso superior da Escola de Belas Artes do Porto. Porém, depois de ter defendido tese voltou para Angola.
Após ter percorrido aquela que ele referia como “Angola - Minha Terra”, Neves e Sousa andou por Moçambique, Guiné, Cabo Verde, S. Tomé e Príncipe, África do Sul, Namíbia, Zimbabwe e depois Brasil. Quando por motivos alheios à sua vontade deixou Angola foi viver para Salvador da Bahia, Brasil, onde faleceu em 1995.
Como testemunho das suas viagens pela África e Europa permanece na Colecção um riquíssimo espólio de aguarelas (1375), desenhos (5044) e peças de arte africana.
Esta primeira exposição pretende, fundamentalmente, dar a conhecer uma pequena mostra das diversas vertentes que integram a Colecção Neves e Sousa: espólio artístico e documental, no qual se destacam a sua biblioteca, os seus livros de poesia e as várias publicações que ilustrou.
Muito mais neste Post...
Wednesday, November 05, 2008
PLACA BUSH IP
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quarta-feira, 5 DE NOVEMBRO DE 2008
Imagem retirada da net - autor não identificado.
Tuesday, November 04, 2008
4 de Fevereiro 2008. Hoje comemoram-se 47 anos do início da Luta armada pela Independência de Angola.
Post linkado ao "Página Um" a quem agradeço e felicito.
[...] O dia 4 de Fevereiro de 1961, cujo quadragésimo sétimo aniversário se comemora esta segunda-feira em Angola, é recordado no país como o marco do início da luta armada de libertação nacional.
Naquela data, centenas de jovens nacionalistas, enquadrados por militantes do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), atacaram as cadeias da PIDE-DGS, principalmente a Casa da Reclusão e Cadeia de São Paulo para libertar presos políticos.
A edição de 5 de Fevereiro de 1961 do Jornal “Província de Angola” assinalava a morte de sete homens da Polícia Colonial e um soldado do exército, “abatido” junto à Casa da Reclusão.
Relatos da época revelam que três comandos despontaram no início dos ataques, tendo um deles enfrentado a guarda da Casa da Reclusão, outro, praticamente desarmado, lançou-se sobre as grades de ferro da prisão de São Paulo e posto da PIDE-DGS, enquanto o terceiro comando atacava o então Emissor da Rádio Oficial de Angola.
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A anteceder essas acções, em finais de Janeiro circulavam rumores segundo os quais os detidos políticos, (entre eles os incriminados do Processo de 50) encarcerados na fortaleza da Casa da Reclusão, seriam transferidos para a sinistra prisão de Tarrafal em Cabo Verde.
Tal situação, a par de outras injustiças, motivaram as acções da madrugada do 04 de Fevereiro de 1961: nacionalistas angolanos, com bravura, empunhando paus e catanas, atacaram a cadeia de São Paulo e a Casa da Reclusão, em Luanda.
A razão desse ataque foi libertar os presos políticos angolanos acusados pelo regime português de activistas subversivos, que pretendiam a independência de Angola.
O acto foi produto da afirmação da consciência nacionalista e patriótica dos angolanos contra a recusa, pelo regime colonial português, das propostas pacíficas que lhe haviam sido apresentadas, tendo em vista a soberania do país.
Além de ter marcado o rompimento com a opressão, o 04 de Fevereiro é tido como das datas mais importantes da história de Angola, à semelhança do 11 de Novembro de 1975, altura em que o país se tornou independente.
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Algumas fontes referem que a escolha do dia do ataque (04 de Fevereiro) teve em atenção o facto de estarem na capital angolana nessa altura muitos jornalistas estrangeiros que aguardavam a chegada a Luanda do paquete Santa Maria, assaltado alguns dias antes no alto mar por um grupo liderado por Henrique Galvão, um oposicionista do regime de Salazar.
Quando ficou claro que, afinal, o navio não viria para Luanda e os jornalistas começaram a prepararem-se para abandonar a capital angolana, os nacionalistas decidiram lançar o ataque antes que fossem todos embora.
Assim a presença dos jornalistas garantiu a projecção mediática internacional do acontecimento que marcou o início da luta armada, culminada com a independência do país, a 11 de Novembro de 1975.
A propósito da comemoração dos 47 anos, desde o início da luta armada, o cónego Apolónio Graciano, da Igreja Católica, considerou recentemente , em Luanda, necessária a acção do 04 de Fevereiro de 1961, para que "os filhos de Angola se sentissem livres e contextualizados no mundo, como um povo verdadeiramente soberano". [...]
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Zola Mbenga Véritas/Angop - Editado por AD
"I HAVE A DREAM... " AMERICA TODAY WILL CHANGE FOREVER!...
Barack Obama tinha 6 anos quando Martin Luther King foi assassinado em Memphis. Desde aquele 4 de abril de 1968, a história mundial tornou-se tão efervescente que esquecemos a face dolorosa dos EUA. A candidatura de Obama é um convite a nos lembrarmos dela. No entanto, se o eloqüente Obama é um herdeiro da epopéia de King, ele o é de maneira longínqua, imprecisa.
King, pastor na Geórgia, foi o representante exemplar dos descendentes de escravos africanos que viviam no sul, repelidos e desprezados pela maioria dos brancos. Obama vem de outra parte. Ou melhor, vem de todos os lugares ao mesmo tempo - e essa é a sua força. Ele é negro e branco. Nasceu no Havaí, de pai queniano e mãe branca de alta linhagem: entre seus ancestrais está Jefferson Davies, presidente dos Estados Confederados da América. Muito jovem, retornou ao Quênia. Estudou em uma escola muçulmana na Indonésia. Fez seus estudos superiores nos EUA. Tornou-se cristão e participou de uma igreja negra de Chicago. Nada disso lembra a história de King. Lembra mais a de um imigrante do que a de um negro americano.
Há outra diferença. King não se inscrevia no jogo normal dos EUA e de suas instituições. Ele não conduziu uma ação política. Era um pastor que a miséria e a injustiça vieram interpelar. Já Obama é um homem político. Seguiu todos os currículos. Sabe das dificuldades. Conhece todas as sutilezas. Assim, o combate que empreende não é exatamente o mesmo que o de King. É por isso que evitou tão ferozmente apresentar-se como o recuperador da bandeira de King.
Nem sempre foi fácil. Ele tinha um desafio sutil: não se passar por um representante natural da comunidade negra, mas sem negligenciá-la. Nesse caso também, ele precisava estar aqui e lá ao mesmo tempo: negro e branco, nem negro nem branco.
O fato de pertencer, se não à comunidade negra, mas pelo menos ao mundo mestiço, não conseguiu descarrilar sua carruagem em várias ocasiões em que isso poderia ter ocorrido. O momento mais perigoso foi no início de março, quando vídeos lembraram que o antigo pastor da igreja de Obama em Chicago, o reverendo Jeremiah Wright, era um inimigo dos EUA. Em 2003, Jeremiah, que foi uma espécie de guia espiritual de Obama, clamou: “Em vez de dizer ‘Que Deus abençoe os EUA’, é preciso dizer: ‘Que Deus amaldiçoe os EUA’, que tratam como subumanos alguns de seus cidadãos.” Pior: após os atentados de 11 de setembro de 2001, Jeremiah ousou dizer: “Surpreende-me que as pessoas se espantem de que tudo o que os EUA fizeram no estrangeiro seja jogado hoje em sua cara.” Diante desse terremoto, Obama reagiu com sangue-frio. Finalmente, ousou encarar de frente a questão racial, essa ferida dos EUA que ele até então evitava. Fez um discurso inspirado sobre o tema, à maneira de um Lincoln ou de King.
De fato, há algumas semelhanças entre sua luta política e a luta humana de King. Os dois homens, num dado momento, defrontaram-se com o mesmo inimigo: o ódio dos extremistas. Por volta de 1960, os negros americanos, constatando que a não-violência não dava resultado, distanciaram-se de King e cometeram excessos sangrentos. King assistiu, desesperado, a esse retorno do horror.
Obama também deparou com o mesmo tipo de excesso. Mas soube acalmar os ânimos. E exatamente por causa de sua personalidade ambígua, meio queniana e meio americana, meio negra e meio branca, um pouco religiosa, mas não muito. Ele tem uma suavidade, uma flexibilidade que King não podia conhecer. E ele tem outros trunfos. Além de seu charme e seu brio dialético, é um homem absolutamente novo. King era muito velho, dos inícios da história americana. Obama, com apenas 46 anos, é um homem livre em relação às tradições políticas asfixiantes às quais todos os seus concorrentes estão extremamente ligados.
O fato de ele pertencer à comunidade negra, longe de aliená-lo dos brancos, como ele próprio temia, é, ao contrário, aceito. Melhor ainda: muitos americanos brancos, desesperados ao constatar o desprezo, o ódio ou a aversão aos EUA no mundo todo, se perguntam se este homem brilhante, negro e ileso de todos os clichês americanos não poderia reconquistar o coração dos homens. A cor da sua pele não poderá fazer esquecer a imagem corrompida e despedaçada dos EUA de Bush? (...)
*Gilles Lapouge é correspondente em Paris
Saturday, November 01, 2008
Parabéns Kandengues!
Que bom que era se vocês pudessem ver agora... imagino a alegria.
Esta "Foto do Dia" é vossa. Foram os vossos sorrisos que a conquistaram. São os vossos sorrisos que me fazem feliz quando aí estou e me sinto verdadeiramente livre. Com a vossa liberdade, com a vossa genuína amizade.
Essa riqueza imensa que os angolanos ,como ninguém, sabem transformar em alegria. Apesar de tudo e de todos.
Até breve.
Thursday, October 30, 2008
A propósito de Contentores e do Porto de Lisboa - (actualizado 31/11/08)
A verdade é que nunca há tempo para esse conhecimento imparcial já que os assuntos mais sérios, ligados aos grandes investimentos, nunca são tecnicamente transparentes, abertos a uma discussão alargada, isenta e devidamente ponderados, transmitidos à opinião pública sem ser numa dimensão para a qual já é obrigatório usar uns óculos especiais. Como nos filmes 3D.
Se este caso me interessa agora particularmente, mesmo sem conhecer os “contornos”, os interesses, as verdadeiras motivações que excitam o Governo, o Porto de Lisboa e a oposição, acrescentada por um denominado “Movimento de cidadãos contra a ampliação do terminal de contentores de Alcântara” é exactamente porque ouvi os argumentos de alguns dos notáveis do dito Movimento…
Ouvi os que falaram com atenção. E com redobrada atenção ouvi a ex-Bastonária da Ordem dos Arquitectos, a arq. Helena Roseta.
Sem querer pessoalizar devo dizer que o que ouvi, em síntese, foi um amontoado de banalidades e lugares-comuns “politicamente correctos, à mistura com algumas barbaridades quando a palavra fugia para o tema “Arquitectura”.
Confesso que tenho um gosto, talvez paixão, pelo mar, pelos portos e por tudo aquilo que que ver com cidades portuárias. Cresci numa das cidades portuárias mais bonitas de África – o Lobito. Vivi sempre junto ao mar.
Talvez por isso, navios e contentores sejam para mim parte
Acresce que reconheço na aleatoriedade do empilhamento daqueles volumes de 2,5x2,5m de secção, (comprimento variável mas normalizado, cores diversas, vivas e com lettrings apelativos,) um partido estético e uma aproximação à escala arquitectónica muito interessantes.
De repente, um conjunto de pessoas sequiosas de protagonismo encontra um bom motivo para “acordar mais cedo”… e lá vai petição, conferência de imprensa, frases contundentes, ameaças que ficam a pairar… e enchem colunas de jornais e abrem noticiários e, e...
É o caso do Dr. Miguel Sousa Tavares (MST). Refeito do assalto à sua casa da Lapa e à perda de um ano de trabalho (?!) transforma-se rapidamente em “cabeça de cartaz” e, com o seu estilo arrogante, ressaibiado, e provocador pega nas rédeas de um cavalo que não conhece. Como é costume nele que sobre qualquer assunto debita com a convicção e a certeza de alguém que nunca se dedicou a outro tema durante a vida.
O Dr. Miguel já tem idade para ter juízo. 'Admitiu´ uma “acção popular” caso as coisas não corressem como o “seu” movimento desejava… ameaça velada, pois claro.
Pediu e teve... Não dos “queques da Lapa” de blusão “lacoste” vestido, mas dos estivadores do Porto de Lisboa em “fato de trabalho” e com a cara de quem não está disposto a aturar parvoíces nem a alimentar o número crescente e desesperante do desemprego em Portugal.
Sousa Tavares , ao que consta foi insultado e teve de ser escoltado pela polícia.
Talvez agora (MST) entenda também o que sentem os milhares de trabalhadores , (todos os dias, quando reivindicam pelos seus empregos vendidos ao estrangeiro junto às fábricas de portões trancados onde fizeram uma vida), quando chega a Guarda, armada, agressiva e com ordens para “dispersar”. A bem ou a mal. Como “nos tempos da outra senhora.”
Porto de Luanda. Foto: gad, 2006
E para fechar o post sem "setressingue" dedico ao "Miguel" a letra de uma música dos XUTOS, quase tão conhecida como o Porto de Lisboa... e que não lhe tire o sono! FUI!
Contentores
A carga pronta metida nos contentores
Adeus aos meus amores que me vou
P'ra outro mundo
É uma escolha que se faz
O passado foi lá atrás
Num voo nocturno num cargueiro espacial
Não voa nada mal isto onde vou
P'lo espaço fundo
Mudaram todas as cores
Rugem baixinho os motores
E numa força invencível
Deixo a cidade natal
Não voa nada mal
Não voa nada mal
Pela certeza dum bocado de treva
De novo Adão e Eva a renascer
No outro mundo
Voltar a zero num planeta distante
Memória de elefante talvez
O outro mundo
É a escolha que se faz
O passado foi lá atrás
E nasce de novo o dia
Nesta nave de Noé
Um pouco de fé
letra: Tim
música: Xutos & Pontapés
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Sexta-feira, 31 de Outubro de 2008 - O que se diz e se mostra de um lado... [ video ]
Terminal de contentores
Demolições em Alcântara começam já este ano
[...] Por Sónia Trigueirão
Liscont e Mota-Engil explicaram ontem em conferência de imprensa a prorrogação por 27 anos do contrato de concessão e a necessidade de fazer obras já. Garantiram também que não vai haver nenhuma «muralha de aço» a tapar a vista para o Tejo (Veja o vídeo)
A prorrogação por 27 anos do contrato de concessão do terminal de contentores de Alcântara foi hoje justificada pelo presidente da Mota-Engil Ambiente e Serviços, Gonçalo Martins - num encontro marcado só para esse efeito com jornalistas - com a necessidade de amortizar o investimento feito pelo concessionário nas obras de ampliação daquela estrutura portuária.
Por seu lado, Rocha Morais, o representante da Liscont (a empresa da Mota-Engil que tem a concessão do terminal) explicou o porquê de se avançar com a ampliação agora.
Segundo Rocha Morais, os armadores estão a comprar navios cada vez maiores por ficar mais barato transportar cada vez maiores quantidades de contentores.
Se nada se fizesse, adiantou aquele responsável, «a partir de 2009, os navios iam ter de procurar alternativas», disse, sublinhando as potencialidades de outros concorrentes como o porto de Valência. Segundo Rocha Morais, só assim Lisboa poderá continuar na rota dos grandes armadores internacionais.
Os responsáveis das duas empresas quiseram deixar claro que não vai haver nenhuma «muralha de aço», sublinhando o facto de os contentores terem uma grande rotatividade e não serem empilhados mais de cinco de cada vez.
Lembraram ainda o facto de os edifícios que serão demolidos serem mais altos que os contentores.
O objectivo deste investimento é aumentar a capacidade do terminal de Alcântara, de 300 mil contentores para um milhão por ano.
Para concretizar esta ampliação, será necessário demolir o actual edifício administrativo da Liscont e os restantes imóveis, situados entre a vedação norte do terminal e a Doca do Espanhol.
Será ainda necessário, explicaram os responsáveis da Mota-Engil e da Liscont, fazer um prolongamento do cais do terminal, em mais de 500 metros, e construir uma plataforma de manobra e descarga de composições ferroviárias.
Com ou sem petição, asseguraram aos jornalistas, as demolições avançam até ao final do ano - numa referência ao Movimento de Cidadãos, que integra, entre outros, Miguel Sousa Tavares e Helena Roseta, e que está a reunir assinaturas para impedir a concretização deste projecto.
A polémica estalou quando foi publicado o decreto-lei governamental, determinando o alargamento da concessão à Liscont, até 2042 (mais 27 anos), sem concurso público e ainda com um regime de isenção de taxas portuárias único no sector, como revelou em primeira mão o SOL (edição de 4-10-2008).
O PSD fez, logo a seguir uma conferência de imprensa denunciando a eventual «ilegalidade» deste processo e, depois de ter escrito um artigo de opinião muito crítico sobre o assunto, Miguel Sousa Tavares lançou o movimento de cidadãos.
A conferência de imprensa de ontem (ver vídeo acima) foi apenas mais uma das iniciativas em que, entretanto, se desdobraram, ao longo dos ultimos dias, a Liscont e a Administração do Porto de Lisboa, para responder às criticas ao projecto. [...]
in: "O Sol"
Wednesday, October 29, 2008
(...) "Portugal, aliás é um concentrado de deprimidos" (...).
Portugal, aliás, é um concentrado de deprimidos. Leia-se Manuel Laranjeira. Mas também Antero, Eça (que escondia o acabrunhamento com a zombaria e o cinismo) e, sobretudo, o imenso Oliveira Martins, cujo Portugal Contemporâneo fundamenta um magno tratado do que fomos e do que somos. Além do mais, Martins escrevia num idioma admirável, no qual a clareza se associava ao mais elegante sainete. Mas se quiserem uma excelente introdução a essa época, a essa gente e ao espírito de uma fascinante aventura cultural, estética e ética leiam, com mão diurna e mão nocturna, A Tertúlia Ocidental, de António José Saraiva, outro dos grandes esquecidos. Numa semana em que se comemora um autor estimável, seria bom não olvidar aqueles que tentaram a identificação do "moderno", combatendo a desgraçada condição social do português. Eles procediam de Verney, de Luís da Cunha, de Herculano e de Garrett, e pelejavam com forças inominavelmente superiores. A "desistência" das elites, substituída por uma casta de medíocres, transformou-nos em uma espécie de carpideiras. A depressão vem de longe, e aqueles de nós que almejavam defender a condição de todos e a livre realização de cada um, cedo foram ameaçados, removidos ou impelidos ao silêncio. Sei muito bem do que falo.
O pensamento político dos partidos portugueses continua imutável. O debate entre as duas grandes opções ideológicas, que instigou as gerações saídas da II Grande Guerra, quedou-se na banalidade ou na repetição dos equívocos. Vejamos: se as declarações de Sócrates pecam por um excesso de optimismo ou se se apoiam em técnicas de marquetingue, a dr.ª Manuela Ferreira Leite, ao quebrar o tenaz mutismo, acentua a depressão nacional. Quando a política deixa de ser relação, deixa de ser política e converte-se nesta massa parda e viscosa. Reformular as categorias políticas só seria possível com a radicalização dos conceitos de liberdade e de sociedade. Já se viu a falência do "socialismo real" e estamos a assistir à queda da infausta experiência do "neoliberalismo". Os encomiastas de um sistema económico que deixou o mundo derreado carregam um fardo pesadíssimo. [... ]
Baptista-Bastos Escritor e Jornalista
in: "Dn Digital - 2008-20-29"
Dan Perjovschi
Outubro 28 – Novembro 22, 2008
[...] "Dan Perjovschi (Romenia, 1961), vive e trabalha em Bucareste e transformou o desenho enquanto medium, no sentido do seu uso para a criação de um objecto, uma performance e uma instalação. Ao longo da ultima decada, Perjovschi tem vindo a fazer os seus desenhos expontanea e directamente nomeadamente nos espaços dos museus, permitindo que quer assuntos locais, quer assuntos do mundo globalizado informem o resultado final.
Temos o prazer de apresentar o trabalho de Dan Perjovschi editado por Joao Felino, na /galeria integrado no programa slideshow'series :
Jack presents
CÇ. DO CORREIO VELHO 3 - 2NDLARGO DE SANTO ANTONIO DA SE1100-171 LISBOA PORTUGALsoon moving to new premises to be announced+ 351 962 453 596
...E eu tenho o prazer de divulgar! (Gad.)