Friday, April 24, 2015

Coisas" e "coisos", pessoas também, mas poucas...



Fotografia: Gonçalo Afonso Dias - série - "assombrações".


Coisas" e "coisos", pessoas também, mas poucas...

Aos 50 anos ainda me admiro com a facilidade com que me engano a respeito de muitas "coisas".
Mais ainda quando as "coisas" não são bem "coisas" - são uma espécie de pessoas.
E ainda me choco quando as pessoas, essas sim, são "coisas", não respondem aos meus "bom dia!", "boa tarde!" ou "boa noite!" no hall de entrada ou no elevador do prédio onde vivo e que tem muitas "coisas" e possivelmente algumas pessoas também, espalhadas por 64 apartamentos amontoados em 16 andares.

Ainda acho incrível que as "coisas" não apanhem o cocó dos seus animaizinhos (que não têm culpa nenhuma de as ter) e não os metam nos saquinhos pretos que dizem: "O seu bairro não é um campo minado - seja um dono responsável. Recolha os dejetos (assim mesmo, de acordo com o acordo) do seu cão!", e que estão em recipientes bem assinalados, pendurados em postes ao longo dos passeios. Está mal escrito, claro... Porque dá a ideia que quem leva uma cadela e não um cão, pode estar à vontade a minar o passeio que é de todos. Também está mal escrito porque o "cão" não é da pessoa ou "coisa" que o (a) leva a fazer cocó - a pessoa, ou "coisa", dependendo dos casos, é que é do cão ou a cadela que leva a fazer cocó, só que não o sabe... Ele, ou ela, se for "uma" também não lhe diz porque como é mais inteligente que a pessoa que acha que é dono ou dona, sabe muito bem que se o fizer perde os poucos privilégios que tem.

E fico (ainda) irritado quando os "coisos" ou as "coisas" não param os popós antes das passadeiras para as pessoas passarem. Não devia ficar assim porque sei que as "coisas" não têm olhos e não sabem que aquelas listas brancas pintadas no meio das ruas se chamam "passadeiras" e que, isso significa "sítio por onde as pessoas passam". P r i o r i a r i a m e n t e.

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