Tuesday, February 22, 2011

A Morte tem uma infinita paciência.

Desenho: Gad. Técnica mista sobre papel. Fevereiro 2010

2 comments:

jraulcaires said...

Adoro este desenho, mas custa-me a compreender o título. A morte não tem paciêcia nenhuma. Ceifa jovens e idosos: e resta saber o que é um idoso: tem 80 anos? tem cem?

Acho que nós é que somos pacientes, não é a morte. Quanto muito a morte ceifa mais rápidamente os impaciêntes. Peço desculpa, tenho um primo directo que morreu num estupido acidente de automóvel. Tinha mnenos de 30 anos, era brilhante, para além de ser uma excelente pessoa, e fopi assim. Quando aquilo aconteceu, senti que me tinham amputado qualquer coisa.


Mas peço desculpa pelo desabafo.

Talvez não tenha comp+reendido a mensagem. Talvez a morte só possa se paciente no sentido em que, de certo modo, lhe podemos sobreviver. Porque fomos feitos à imagem e semelhança de deus (e eu sou ateu) e podemos ser imortais. Não mew vou alogar mais, porque se calhar não percebi.

A imagem é bela, no entanto.

Gonçalo Afonso Dias said...

Meu caro jraulcaires,
Obrigado pelo teu comentário a este desenho e respectivo "sinistro" título.
Sobre a morte, tal como sobre a vida, cada um tem o seu "juízo"...
Nunca entendi, confesso, a "obrigatoriedade" de gostar da vida ao ponto de a ter de "aturar" até ao fim, tal como me custa a admitir uma obrigação de a odiar, apesar de ela ser, descaradamente, cada vez mais, todos os dias, odiável.
Esse desenho, feito num momento muito intimo, em que a vida e a morte se equivaliam e disputavam um protagonismo alucinante no meu dia-a-dia, foi um "retrato feito de olhos fechados".
Ó título é apenas isso - um título. Cabe a cada um, se "estiver para aí virado", decifrar a mensagem implícita.
Além do mais esse desenho já morreu também. Virou cinzas deitadas ao mar.
Mais não te posso, nem quero, dizer.
Um abraço,
Gonçalo