Tuesday, March 03, 2009

OEIRAS - CENTRO HISTÓRICO: Leis não faltam... Falta IMAGINAÇÃO

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«Para um cego caminhar pelos passeios das nossas cidades ou vilas é esbarrar a cada pequeno passo com a falta de "visão" dos autarcas, com a falta de civismo dos cidadãos, com a falta de escrúpulos e de valores generalizada. Este homem, que eu ajudei,ficou bloqueado por uma simples pedra da calçada negligentemente atirada "para o lado"... Tenta cumprir a sua vida com a qualidade possível, mas, por "estes lados" é quase impossível...»
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Os Centros Históricos são (pelo contexto sócio-económico dos proprietários e/ou inquilinos dos seus edifícios) locais onde a degradação estrutural e social encontra o seu "micro ambiente" preferencial.
Por um lado as autarquias "defendem-se" com a Lei imputando responsabilidades aos proprietários; do lado dos proprietários, os miseráveis valores das rendas são o argumento recorrente para o "deixar cair", ou "deixar arder", já que os edifícios "só" têm valor patrimonial mas os terrenos (esses sim) têm um enorme valor material...





No meio destas razões (ou falta delas) instala-se a INSEGURANÇA.
Edifícios "fantasma" de portas escancaradas para a rua são locais apelativos para o "crime perfeito" sobretudo quando vivemos tempos de crescente e indiscriminada criminalidade.
Temos leis a mais...falta o PODER DA IMAGINAÇÃO às entidades que dizem que não têm legitimidade para intervir; Abrir um Corpo de Intervenção Urbana que limpasse, escorasse e entaipasse de um modo inteligente e criativo os edifícios "escancarados" usando, por exº, os "monstros" (nome dado ao lixo volumoso) que as pessoas diariamente depositam junto aos contentores. Criaria muitos postos de trabalho entre gente sem profissão, carpinteiros, pintores, artistas plásticos, garfitters, etc.

Interviria de um modo sistemático e regrado por forma a criar uma "imagem de marca" que identificasse claramente esse sector, não deixando margem para outras interpretações.
Falta, de facto, muita inspiração aos dirigentes deste país. A criatividade não se pode esgotar nas campanhas eleitorais.
Fotos: Gad. Oeiras, 02-2009

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