Sunday, June 17, 2007

Distorções.

Os “pecados” do fotógrafo.
Não sou um fotógrafo. Do mesmo modo que não me sinto um arquitecto, desenhador, pintor, ou lá o que seja.
Procuro, sem grande histerismo, transmitir a visão do mundo que conheço. Uma visão critica, despojada, mas sincera.
Na arquitectura, onde vou “ganhando a vida” procuro “(des) referenciar-me.”.
Faço o que faço, de uma forma mais ou menos intuitiva. Compulsiva, talvez…
Mas recuso a auto-flagelação tão comum e deprimente nos mais jovens arquitectos.
Andei na Escola do Porto, já lá vão muitos anos. Não gostei. Nunca gostei do totalitarismo.
Voltando à fotografia, por onde principiei, é um “mundo” ainda mais duvidoso do que o “mundo dos arquitectos”.
No que “toca à arquitectura” e à fotografia de obras de arquitectura, estamos mal.
Entraram na “moda” os manos Guerra…
Obviamente efémeros (aproveitem a onda).
Fotografar arquitectura é, quanto a mim, fotografar a verdade, a evidência.
O que os manos Guerra fazem, e com um aparente grande sucesso, é manipular as imagens tirando o maior proveito dos equipamentos e técnicas disponíveis (e caras…)
Fazem belas fotografias.
Mas, não mostram arquitectura; aquela que dispensa encenações “modeiras” contraluzes forçados, personagens fantasmagóricas “para dar escala e um pouco de mistério”.
E assim, com mais ou menos truques, se vai publicando e promovendo uma arquitectura contemporânea, fotogénica, mas muito pobre.

1 comment:

AM said...

não posso estar + de acordo com esta posta
uma coisa é fotografia, e mesmo fotografia de arquitectura, como arte em si mesma, outra coisa, muito (mas mesmo muito) diferente, é fotografia de arquitectura, por assim dizer, ao serviço da arquitectura
as fotografias dos guerra, são quase todas do primeiro "tipo"
são muito boas, é verdade, mas podem conduzir a grandes equívocos
infelizmente, é apenas isso, a "respeitabilidade" académica (e comercial...) das fotos "bonitas", o que a grande maioria dos "colegas" arquitectos procura nas fotografias ditas de arquitectura