Friday, May 15, 2015

A propósito do Bullying, do rapaz que foi agredido na Figueira da Foz, do vídeo que se tornou "viral", dos média e da nossa Sociedade

A primeira coisa que hoje vi no "face", quando, pela manhã, liguei o computador foi esta imagem:



Os olhos foram "desfocados" por mim porque, apesar da imagem também, aparentemente, já se ter tornado "viral, com múltiplas "partilhas" e "apelos" à partilha, me recuso, por Princípios, a alinhar em actos ou prácticas que considero "medievais"...

Transcrevo o comentário que deixei a um grande amigo que o fez (partilhou a imagem original - com olhos), pois esse comentário resume o que penso acerca deste assunto:

(...) Caro amigo,

Pela grande amizade e pelo respeito que tenho por si, consolidados em tantos anos de conhecimento, quero dizer-lhe que "não gosto" disto.

A "culpa" parece-me, neste caso tão mediatizado, algo difícil de definir.
São adolescentes e praticaram um acto a todos os títulos condenável. Abominável.
A vítima dificilmente será "o mesmo", depois disto.

É certo. Não "há volta a dar"...
Contudo, tenho visto com acrescido desgosto, o vídeo da agressão (que se tornou "viral") a passar, nos horários mais concorridos, nos vários canais de Tv.
Como sempre, o mal "vende muito"...

Mas, caro amigo, a culpa será delas? Alguém já nos disse como é ou como foi as suas vidas, as suas infâncias.
Se os pais estão no desemprego? Se os amigos estão "na rua"?
Alguém já contou como vivem as suas famílias? Que eventuais traumas viveram (ou vivem) essas raparigas? 


Já o escrevi e repito a minha convicção: A sociedade está doente, muito doente, e uma sociedade em declínio, em decadência, gera todo o tipo de consequências aberrantes...

Estas jovens não devem, quanto a mim, continuar a ser castigadas, "apedrejadas" em público como na Idade Média - devem, isso sim, ser tratadas. Ouvidas e tratadas.
Um grande abraço.(...)

E, já agora, a resposta que dei a um amigo desse meu amigo (que não concordava também) mas manifestou o "não saber o que se fazer" nestes casos:


(...) Pois é C.. Parece-me, contudo, mais importante a pergunta: o que não se deve fazer? (...)

(...) Obrigado C. e desculpe-me o meu amigo G.. se estou a abusar do seu espaço. Não é preciso "recuar" a Freud para saber que, sobretudo a infância, é decisiva para a formação da personalidade da Pessoa. O Ego, o Inconsciente, a auto-estima.


Gonçalo Afonso Dias,
15 de Maio de 2015

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