Fotografia: Gonçalo Afonso Dias
Benguela, Angola, 07/2012
Fotografar é proibido em qualquer aeroporto do Mundo. Todos o sabem e eu também. Fazê-lo num aeroporto em Angola para além de proibido é perigoso…
Contudo as fotografias acontecem primeiro na nossa cabeça e, por vezes, torna-se um imperativo fazê-las.Perante este cenário na sala de espera do Aeroporto de Benguela avaliei os riscos, lembrei-me dos vários incidentes que já vivi (por ser teimoso) mas não resisti ao impulso…
Levantei a pequena G12 – o homem fixou-me com cara de poucos amigos – e disparei.
Depois, acenei-lhe… ele correspondeu.
Desta vez correu bem…
«Adoro aeroportos um pouco à semelhança do meu gosto pelas Áreas de Serviço nas Auto-estradas.São ambos locais de passagem fortuita. Aí a solidão sente-se de uma forma diferente, o tempo passa-se a observar... os outros.
Em Espanha, em Pontevedra, fui preso e espancado em 2005, por supostamente ter fotografado as instalações do Comando da Guardia Civil, o que, no julgamento se provou ser falso... Um processo kafkiano que me desgastou durante dois longos anos onde não podia, tão pouco, entrar naquele país.
Em Portugal já não tenho conta dos incidentes (e acidentes...).
Em Angola também já passei muito... Uma vez, fui detido no Huambo por alegadamente ter fotografado crianças pobres "para levar para o estrangeiro"...
Mas nada me demove. Considero esses riscos como parte da paixão pela fotografia das realidades. A adrenalina é também uma droga... preciso dela para fotografar.» (GAD)
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