Conheço este senhor.
De vista, de me cruzar com ele inúmeras vezes na rua e de trocarmos cumprimentos e, sobretudo de o admirar.
Somos praticamente vizinhos, desde que me mudei, há um ano, para Santo Amaro de Oeiras.
Vejo-o de dia, na sua rotina, vejo-o, por vezes, à noite quando nos cruzamos na rua do café onde paro sempre que vou passear o meu cão. Ele não toma café mas compra cigarros.
Resumindo: tem uma qualidade de vida que nunca teria sem a sua cadeira de rodas motorizada.
Penso nisso muitas vezes... Na quantidade de pessoas que, por diversos motivos, estão condenadas ao isolamento, à solidão, a uma vida vazia de tudo apenas porque não podem sair de casa.
Quando vejo os políticos em campanha eleitoral, sobretudo para as autárquicas, como agora, altura em que "acordam" e se lembram das mais demagógicas e disparatadas ideias para "caçar votos", (ex: António Costa, o Porsche, o taxista e a bicicleta, ou as ciclopistas na "cidade das sete colinas") já não fico perplexo, apenas sinto um crescente e continuado desprezo por essa gente engravatada, de vistas curtas e rasgadas ambições.
E se um candidato à presidência de uma Câmara Municipal se comprometesse com os idosos e /ou deficientes motores dessa autarquia entregando, a fundo perdido, cadeiras de rodas eléctricas aos cidadãos em "prisão domiciliária", pagando-as com parte dos fundos da campanha?!
Desses não há... Preferem amealhar as "sobras" para depois as porem num qualquer "mealheiro" longe das vistas e dos corações.
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