Friday, January 16, 2009

Os benefícios da Crise...


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Crise trava maiores investimentos turísticos do país
16.01.2009 - 09h16
Por Inês Sequeira, Ana Rute Silva

PÚBLICO
«A chamada cidade lacustre é um dos projectos que espera melhores dias
A crise está a bloquear mais de 3500 milhões de euros de investimento em turismo residencial. De uma lista de 18 grandes projectos analisados pelo PÚBLICO, e que somam mais de sete mil milhões de euros no papel, há pelo menos nove que estão a marcar passo, por falta de condições financeiras e dificuldades nas vendas. Há dois anos, o mercado de segundas residências integradas em "resorts" foi apontado pelo Governo como um dos motores de crescimento económico, contribuindo para atingir uma meta de 21 milhões de turistas (quase o dobro do número actual) e receitas na ordem dos 15 mil milhões de euros em 2015.
A maioria dos empreendimentos analisados ostenta o estatuto legal de PIN (projecto de potencial interesse nacional), conseguindo mais facilidade nos processos burocráticos de licenciamento.
No total, os cálculos do Turismo de Portugal elevam a 12.700 milhões de euros o investimento previsto em mais de 30 grandes empreendimentos para os próximos dez anos. Em causa estão 37.900 unidades (moradias), que se dividem sobretudo entre o interior e o litoral do Alentejo, o Algarve e o Oeste, na zona de Óbidos. Mas à medida que a crise tomou conta dos mercados e a confiança dos compradores diminuiu, muitos dos investidores suspenderam a corrida por questões de precaução. Uns, especialmente no caso de empreendimentos ainda no papel, simplesmente porque os bancos deixaram de emprestar dinheiro. Outros, aguardam por novas tendências. No Alentejo, que sofre de falta de notoriedade no segmento do turismo residencial, há projectos como a Herdade do Barrocal (da Aquapura, ligado a Diogo Vaz Guedes) que estão a ser repensados. "Gostaríamos de ir para o mercado em 2009 mas isso não vai acontecer", admite Miguel Simões de Almeida, administrador da Aquapura Hotels. Também o grupo SAIP (Sociedade Alentejana de Investimentos e Participações) de José Roquette, tinha um investimento previsto de mil milhões de euros no Parque Alqueva, na zona de Reguengos de Monsaraz. A componente imobiliária deveria ser a primeira a arrancar. Agora, está apenas garantido um investimento de 250 milhões de euros, grande parte em hotelaria e serviços turísticos (náutica e golfe). "Estamos a tentar perceber o que vai ser o pós-crise, que tendências novas é que irão surgir e que tipo de valores", comenta José Belmar da Costa, administrador executivo do Parque Alqueva. "A nossa grande vantagem é não termos ido ainda para o terreno. Temos a obrigação de fazer o que for mais adequado para o mercado", afirma. Esta é uma opinião partilhada pelo presidente da Confederação do Turismo Português (CTP), José Carlos Pinto Coelho, também investidor com o grupo Onyria. "Estava tudo montado num modelo em que havia dinheiro barato e disponível. Isso agora não há. O modelo mudou e vão aparecer outros projectos, outra maneira de viver e de gastar o tempo", defende. Contactado pelo PÚBLICO, o secretário de Estado do Turismo, Bernardo Trindade, sublinha que este segmento mantém-se como prioridade no âmbito do Plano Estratégico Nacional de Turismo (PENT), aprovado em 2006. Garantindo estar a acompanhar de perto o avançar dos investimentos, Bernardo Trindade admite no entanto alterar o PENT. "Face à conjuntura económica e à avaliação que vamos fazendo da execução das medidas, não afasto a possibilidade de revisão, mesmo porque considero que se trata de um plano dinâmico e evolutivo", avançou. Os analistas do sector, a par da necessidade urgente de repensar a estratégia turística nacional, salientam que esta será uma oportunidade para a sobrevivência apenas dos melhores projectos. Um factor de sucesso será "mais rigor nas previsões e nos estudos de viabilidade" e menos "optimismo desmesurado", nota a consultora ILM THR. Com efeito, os actuais problemas da banca tornaram visível a fragilidade estrutural de vários projectos. Alguns dos empreendimentos têm "níveis de alavancagem financeira altíssimos", nota Andrew Coutts, director-geral da consultora. Na ilha madeirense de Porto Santo, o Colombo's Resort é o exemplo de um empreendimento que está em maus lençóis. O grupo internacional Starwood rescindiu o contrato de gestão hoteleira com o grupo SIRAM devido ao atraso na conclusão das obras, paradas desde o Natal. Há já salários de operários em atraso. O empreendimento turístico-imobiliário de luxo enfrenta dificuldades financeiras, agravadas pela crise que atingiu os bancos a que estão ligados investidores deste projecto, entre os quais Joaquim Coimbra (JVC Holding), accionista do BPN, e Goes Ferreira (Grupo IPG), do Millennium bcp. Frustradas as tentativas de atrair novos investidores de países árabes, o presidente do grupo SIRAM, Sílvio Santos, tem procurado obter o apoio dos governos central e regional para evitar a falência do maior investimento privado em curso na ilha e candidato ao financiamento do Programa Integrado Turístico de Natureza Estruturante e Base Regional (PITER). À imagem do que acontece em Porto Santo, as dificuldades são bem maiores quando as obras ou a fase de comercialização já arrancaram. A Cidade Lacustre, em Vilamoura, no Algarve, é outro desses casos (ver caixa). "O facto de neste momento o Algarve ser reconhecido como destino de compra de segunda habitação por parte do mercado internacional, faz desta região a principal afectada", indica Eduardo Abreu, sócio da consultora Neoturis.»
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[GAD]Basta consultar os nomes que constam nos "links" para perceber quem perde com a dita "Crise"...
Basta ver as imagens para ter a certeza que o território e o ambiente ganham e muito... E os nossos olhos, já tão fustigados da "pastelaria arquitectónica nacional" agradecem e dispensam a pastelaria arquitectónica "à espanhola".
Os velhos e esfarrapados argumentos como; a criação de mais postos de trabalho, o incentivo ao crescimento económico e outros da mesma cartilha politíca, já não comovem ninguém. Porque já ninguém acredita neles. Nuns e noutros.

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