Até sempre pai!
Há exactamente quatro anos (17/02/2010) perdi (perdemos) o meu pai - Carlos Afonso Dias.
Perdi, também, uma grande parte de mim, a minha verdadeira referência..
Hoje, apercebo-me como nunca antes da dimensão dessa perda...
Mas, para além do pai que perdi, perdemos todos; (aqueles que prezam a cultura, a ciência, a arte e, nomeadamente a fotografia) um exímio fotógrafo, geógrafo e desenhador.
Há exactamente quatro anos (17/02/2010) perdi (perdemos) o meu pai - Carlos Afonso Dias.
Perdi, também, uma grande parte de mim, a minha verdadeira referência..
Hoje, apercebo-me como nunca antes da dimensão dessa perda...
Mas, para além do pai que perdi, perdemos todos; (aqueles que prezam a cultura, a ciência, a arte e, nomeadamente a fotografia) um exímio fotógrafo, geógrafo e desenhador.
Um homem tímido, reservado, culto, crítico, mas, acima de tudo, com um sentido de humor por vezes intangível. A sua obra, quer fotográfica, quer de desenhador, revela essa sua faceta de um modo inequívoco.
Hoje, não vou escrever muito sobre o meu pai (para além daquilo que tenho vindo a escrever ano após ano no meu blogue e aqui (menos) também.
Deixo aqui apenas a transcrição de uma dedicatória que o seu grande amigo de sempre e companheiro de lides fotográficas - Gérard Castello-Lopes - me deixou no livro que acompanhou a sua exposição no CCB (Abril de 2004 «Gérard Castello - Lopes - Oui Non »:
(...)Para o Gonçalo, filho do homem que me ensinou, entre outras coisas, a DÚVIDA.(...)
O Gérard também já anda "em parte incerta"...
Mas, nessa breve e simpática dedicatória, disse tudo aquilo que também a mim uma das coisas mais categóricas que o meu pai me ensinou: a Dúvida, sempre a dúvida.
Até sempre, pai.
Para aqueles, e sei que são poucos, que estão interessados em conhecer a "Geração esquecida dos anos 50's, a que pertenceu CAD, deixo aqui alguns atalhos.:
http://goncaload-artes.blogspot.pt/search/label/Carlos%20Afonso%20Dias
http://goncaload-artes.blogspot.pt/2010/02/carlos-afonso-dias-1930-2010.html
http://alexandrepomar.typepad.com/alexandre_pomar/2008/09/carlos-afonso-dias-1.html
http://digitarq.cpf.dgarq.gov.pt/details?id=39151
http://www.fundacaoplmj.com/detalhe.php?aID=4219#showDetail
http://artephotographica.blogspot.pt/2008/10/carlos-afonso-dias.html
http://f508.com.br/morre-carlos-afonso-dias/
http://malomil.blogspot.pt/2012/01/carlos-afonso-dias-1930-2010.html
http://www.almedina.net/catalog/product_info.php?products_id=6168
http://www.publico.pt/cultura/noticia/carlos-afonso-dias-19302010-um-poeta-da-fotografia-portuguesa-1423380
(…) Do meu pai, Carlos Afonso Dias (C.A.D.) tem-se, após a sua morte, escrito o possível. Para além de alguns (muito poucos) testemunhos dos também muito poucos que souberam conhecê-lo, citam-se generalidades maioritariamente acerca da sua faceta mais conhecida - a de fotógrafo. C.A.D. era também fotógrafo e não foi nenhuma galeria que o "descobriu". Era daqueles homens já raros, muito raros que, possuidores de um vasto conhecimento da vida e dos homens, senhor de uma imensa cultura, tinha um carácter onde a humildade e a honestidade intelectual o impediam de se por "em bicos dos pés" para ser notado, convidado, elogiado ou mesmo homenageado. A dúvida, a par de um sentido estético transversal a todos os seus gestos, levavam-no à procura, a uma incessante procura de conhecimento, de novos caminhos, de outras abordagens. Carlos Afonso Dias não estava ,(li algures), fascinado com o "mundo do digital". Não o renegou é certo, mas também pouco investiu nele porque como uma vez desabafou "nunca sai aquilo que eu vejo" C.A.D. viveu e trabalhou num país onde os artistas são desprezados em vida. Para além do fotógrafo, morreu, poucos o sabem, um exímio e irónico desenhador da vida. Até já pai. (…)
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