Fotografia: Gad. Huambo, Angola, 2010
(...) Zungueiro, deriva da palavra Kimbundo Zunga, que significa andar, deambular. É um nome comum dado aos vendedores de rua do comércio informal. Pelo facto de estarmos habituados a ouvirmos falar mais de zungueira, se calhar alguns leitores poderão chamar-me de machista, confesso que não sou. Escolhi o título desta reflexão pelo facto do Zungueiro e a Zungueira terem os mesmos objectivos, que consistem no exercício económico de sobrevivência para o sustento, consubstanciado na venda pelas ruas de variadíssimos produtos. Podem ter um ponto fixo, ou caminhar sem rumo, até que a mercadoria acabe ou até a hora de irem para casa. Diferenciam-se nos tipos de produtos que comercializam, talvez pelo factor género. É comum o Zungueiro comercializar bens como: vestuário, telemóveis, relógios, medicamentos, DVD’s, CD’s, cartões de recargas, bebidas, etc. Ao passo que a Zungueira vende principalmente bens alimentares, das frutas ao peixe, legumes, sanduíche, mandioca e outros produtos como livros escolares, principalmente no inicio do ano lectivo.
A maioria dos(as) Zungueiros(as), desconhecem que alguns bens são proibidos por Lei nos locais onde comercializam, refirome por exemplo aos medicamentos e outros de venda proibida (os manuais escolares da Reforma Educativa, de distribuição gratuita). Em Angola, a venda ambulante começou a ter expansão nos anos 70, como consequência do êxodo populacional para as cidades, devido a guerra, que originou o agravamento do desemprego.
O desemprego fez com que certas famílias praticassem os seus negócios em casa, posteriormente defronte aos estabelecimentos comerciais, nos cinemas, tendo evoluído para as esquinas, nos mercados paralelos e na rua, sem observância das regras e normas mercantis e higiosanitarias. (...)
(
Cristiano Francisco O País - imprensa angolana)
Fotografia: Huambo, Angola, 2010
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