Thursday, June 14, 2012

Perdido, não. Abandonado...




O Belmiro em primeiro plano - ao fundo o Lobito que veste o mesmo fato preto e branco.

(Fotografia: Gonçalo Afonso Dias)
Publicada AQUI


Um comentário tocante de uma companheira do "Olhares.comhttp://olhares.sapo.pt/":


«Fiquei sem palavras quando vi o Belmiro, tem sido uma luta para mim a não aceitação do comportamento humano em relação ao abandono (...não só dos animais...), tenho dez e parei por aqui por diversos motivos (minha saúde e a minha bolsa e não só...). Por aqui nada lhes falta, só entre nós fica um Olhar que é todo seu estendendo ao Belmiro ao Lost, Lobito e Clarinha a Isabella. Mais gostava de dizer mas faltam-me as muitas palavras retidas num cérebro cansado (epilepsia). Abraçado beijo»

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Há aproximadamente uma semana atrás, dia 8, aqui postei um anúncio sobre um cão aparentemente perdido que resgatámos junto à casa onde moramos em Oeiras.

Mas fizemos muito mais; Publicamos o anúncio nos sites dedicados a quem procura animais perdidos e colámos esse folheto nos sítios mais movimentados da Vila(a estação dos comboios, o quiosque dos jornais do centro, a mercearia, na praça junto à igreja, etc.

Parecia-nos, nessa altura, pelo estado relativamente saudável do animal, e apesar de não ter qualquer placa identificativa ou chip, que poderia alguém estar desesperado à procura do seu amigo fugido...

Mas não... nada de nada. Por aqui o cão nunca tinha sido visto e escusado será dizer que os telefones que constam do referido anúncio nunca tocaram...
Mais um animal abandonado, portanto.

Apesar de já termos uma autêntica "Arca de Noé" não o deixamos entregue a um destino previsível e recorrente - o atropelo, a fome, as doenças, o sofrimento.
Quem tem 3 (2 gatos e um cão - todos "adoptados") também fica com 4...

E assim foi.

Entrou na nossa casa com uma indescritível alegria e um enorme reconhecimento. Pequeno, alegre, brincalhão, meigo e sociável adaptou-se de um modo incrível ao novo lar.

E que lições nos dão os animais! Os outros receberam-no como se o conhecessem desde sempre... tanto o cão - o Lost - como os gatos - Lobito e Clarinha.
O Lost, em minoria, ganhou um amigo com quem passa parte do dia a brincar.

Bem sei que os tempos são difíceis. Bem sei que manter e cuidar de um animal tem custos. Mas não aceito o argumento estafado de quem afirma que é compreensível que pessoas que pouco ou nada têm, que estão no desemprego ou para lá caminham, abandonem os seus animais de estimação.

Não aceito e acho mesmo que é uma enorme maldade.

As pessoas pobres, muito pobres, pedintes até não abandonam esses amigos. É muito frequente vermos essas pessoas na companhia deles, a repartirem o nada que têm com esses companheiros.

O abandono dos animais não surgiu com a Crise nem com a decorrente austeridade.
Muitas pessoas fartam-se deles e "despacham-nos" porque serviram apenas para corresponder a um efémero capricho - o menino ou a menina queria um cãozinho, por exº...

Concluindo: O pequeno cão ganhou um lar onde é feliz e nos faz felizes também. Ganhou um nome - "Belmiro" por ser um "chico-esperto"...

"Chegará o dia em que os homens conhecerão o íntimo dos animais, e,
neste dia, um crime contra um animal será considerado um crime contra a
humanidade". (Leonardo Da Vinci)"

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O ABANDONO DE ANIMAIS EM PORTUGAL


«Em Portugal mais de 10.000 animais são abandonados anualmente. Muitos encontram a morte nos canis camarários e outros acabam por morrer à fome ou nas estradas, enquanto vagueiam pelas ruas em busca de alimentos e de abrigo. Quando abandonados, os animais sofrem todo o género de maus tratos ficando igualmente sujeitos a contrair doenças. Para além do sofrimento infligido ao animal, o abandono é, portanto um risco para a saúde pública.
Nestes casos, os mais afortunados, que são poucos, são adoptados por uma ou outra pessoa mais sensível.
As associações zoófilas, que recolhem animais, já há muito que ultrapassaram a capacidade de alojamento para o qual estão preparadas. Isto reflecte-se no mau tratamento dispensado aos animais.
VOCÊ PODE AJUDAR A MUDAR ESTA SITUAÇÃO:
Os animais são seres vivos, sensíveis e sofrentes, não são BRINQUEDOS.
Um animal deve ser desejado pelo dono e bem aceite pelos restantes membros da família. Por isso, a compra ou a adopção de um animal deve ser muito ponderada e estar de acordo com a sensibilidade e disponibilidade do novo dono.
Um animal de companhia precisa, não só de alimentação adequada e água fresca, mas ainda de uma série de outros requisitos que não devem ser ignorados, tais como alojamento adequado e espaço para se movimentar, acompanhamento veterinário, e atenção, entre outros. Assim, oferecer animais às crianças, só para lhes satisfazer os desejos é uma atitude incorrecta. Um animal deve fazer parte da família, ser desejado e estimado até à sua morte natural.
Colocar um animal num canil albergue deve ser o último dos recursos, pois ele nunca será feliz sem o dono.»

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