Tuesday, September 30, 2014

DESAFIO - MEMÓRIA DESCRITIVA



"DESAFIO"
MEMÓRIA DESCRITIVA
Gonçalo Afonso Dias
30 de Setembro de 2014


"É assim..." (Paula Rego)


Agradeço a todos (as) os (e as) que aceitaram este desafio - o primeiro de muitos que tenho pensado fazer.

Não esperava, confesso, uma adesão tão significativa, tão sincera e tão didáctica (Cristo! pareço o António Costa...).Mas, é verdade...

Lancei este desafio porque a sua essência me inquieta, inquieta-me o que faço, porque faço, o que é, de onde veio..., se é válido ou não, independentemente de se tratar de desenho, pintura, instalação, arquitectura, escrita ou fotografia...

Nesse sentido, as respostas, as interpretações e os comentários, só ajudaram a "perceber-me"!



Desenho: GAD, 2011


Procurei que aqui fossem registadas as acepções e as ideias dos mais variados amigos, com as mais variadas profissões (arquitectos, pintores, artistas plásticos, músicos, poetas, fotógrafos (muitos), designers, professores, advogados, médicos...), mas com uma coisa em comum - o gosto, a paixão, a atracção e a "urgência" da Arte.

Comprometi-me (Há! se o arrependimento matasse!...) a deixar aqui, hoje, a minha "Memória Descritiva e Justificativa" deste trabalho... Pois... Depois de tantos testemunhos brilhantes e assertivos fico com o "coração nas mãos"...

Vou, por isso e não só, socorrer-me de alguém que "mora" muito perto de mim e cujas obras (e palavras) me desconcertam pela frontalidade e pela simplicidade - a Paula Rêgo.





Paula Rego "A Ordem foi Estabelecida..." 1960
Óleo sobre pape l30,5 x 39,5 cm


Moro perto da sua "Casa das Histórias" desenhada pelo não menos brilhante arquitecto Eduardo Souto Moura. "Visitá-la" tornou-se um vício, "ouvi-la" tornou-se uma inevitabilidade...



Fotografia: GAD, 2013

A simplicidade, o aparente despojamento, com que "explica" o seu trabalho, as suas figuras, os seus sonhos e os seus medos desarmam-me... "É assim" diz ela, assim...

E também, de certo modo, foi "assim" que este trabalho foi feito: Não nasceu "assim", foi o resultado de outro trabalho e de muitas reflexões. Abro aqui um "parênteses" para o desenho que esteve na origem "disto" - " ESCRAVOS MODERNOS OU, A DITADURA DOS TELEMÓVEIS #01"



 " ESCRAVOS MODERNOS OU, A DITADURA DOS TELEMÓVEIS #01"


E aqui, cabe, julgo eu, uma pergunta tão filosófica como recorrente: "Como e quando nascem as ideias?"

Pois... Feito esse desenho, senti a necessidade de ir mais longe. A ideia inicial tinha a ver com a dependência que hoje temos da tecnologia, sobretudo dos telemóveis que tudo fazem...
Fui "provocado" (assumo) pela minha mãe que, com 81 anos ainda me "ralha" quando, ao almoço, não resisto a ver as novidades no iPhone... " É uma falta de respeito!" - Diz e com razão...
Daí a imaginar esse desenho "feito" com IPhones dentro de um IPad, configurando, pela geometria e pelo significado das mãos uma prisão foi "um passo"...


Fiz, esse trabalho mas ele pedia mais, pedia "vida", pedia que aqueles telemóveis se pudessem ligar, pudessem ter toda a diversidade de imagens...

Recortei com um X-Acto o écran de todos os telefones desse desenho.


Pensei que, feito isso, lhes pudesse dar a vida que queria que tivessem.
Feitos os recortes bastaria colocar qualquer plano (liso, colorido, estranho, neutro...) por baixo para os "acender" e assim, criar outras imagens, outras formas, outras ideias.
Criei, portanto, uma superfície apta a acolher qualquer base transfigurando-se assim, ganhando outra dimensão.




Não fiquei consolado nem convencido... Faltava coerência, faltava um conceito firme e coerente para essa justaposição de imagens.

O plano recortado, "saído" do outro trabalho era apelativo com qualquer fundo, mas só apelativo...
Tinha, por um lado, o aleatório (fruto dos recortes num trabalho anterior).
  


"Ensaio sobre a razão"
Técnica mista sobre MDF (100x100x4cm)

Faltava a "razão", a lógica, a matemática, o Xadrez... - Um tema que explorei num quadro já antigo.http://goncaload-artes.blogspot.pt/2009/04/ensaio-sobre-razao.html

Ao aleatório, juntei a matemática, a arte, o jogo e a ciência do Xadrez - A base que finalmente me satisfez e cumpriu foi um tabuleiro em pedra, desse  fabuloso jogo, que me foi recentemente oferecido pelo meu irmão mais velho...






Quanto à questão: O que isto é?:

Para mim tem mais a ver com "o quero fazer deste trabalho?"

Provavelmente uma fotografia em grande formato (150 x 60 cm) num suporte em alumínio.

Já o significado é mais difícil de exprimir mas andará muito próximo da interpretação que o João Veríssímo fez, embora muitas outras se tenham aproximado desse conceito.

Todas foram válidas e muito interessantes!

Conto convosco para o próximo desafio!

Gonçalo Afonso Dias

30/09/2014

Monday, September 29, 2014

Levanta-te e Anda!







Levanta-te e Anda!



Despertei…;

Desvendei os olhos. Estava escuro, muito escuro...;

Ergui o opérculo do caixão onde há muito estava prostrado,

Sem saber porquê...;

Sentei-me, atordoado, na borda desse baú onde os meus sonhos apodreciam...;

Dei os primeiros passos,

Nauseado, curvado, com os olhos postos no chão;

Depois, endireitei-me,

Segui o perfume do mar.

GAD, 29 de Setembro de 2014




(...) E disse Pedro: Não tenho prata nem ouro; mas o que tenho isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda. (...)
Atos 3:6




Sunday, September 28, 2014

ESCRAVOS MODERNOS OU,... A DITADURA DOS TELEMÓVEIS


ESCRAVOS MODERNOS OU, A DITADURA DOS TELEMÓVEIS #01 
(Ensaio)



ESCRAVOS MODERNOS OU, A DITADURA DOS TELEMÓVEIS #02 
(Ensaio)



ESCRAVOS MODERNOS OU, A DITADURA DOS TELEMÓVEIS #03 
(Ensaio)

Técnica mista sobre papel (30x20cm)
GAD, 09/2014







Sunday, September 21, 2014

Alcácer do Sal, 2007

















Fotografias: Gonçalo Afonso Dias
(Todos os Direitos reservados)