Antes de mais, como português, estou orgulhoso do percurso da nossa selecção neste Euro disputado em terras ucranianas e polacas.
Orgulhoso porque aqueles jogadores e aquele seleccionador cumpriram aquilo que prometeram - lutar até ao fim com todas as forças, unidos e solidários, de igual para igual com qualquer equipa por muito favoritismo que tivesse.
E foi assim neste jogo das meias-finais contra a Espanha - campeã do mundo, campeã da Europa.
Lutámos 120 minutos Os 90' mais o 30 do prolongamento. Depois veio a "lotaria dos penaltis"... e aí caímos de pé, como muito bem disse Paulo Bento numa análise lúcida, realista e sem dramas.
Durante os 90´não fomos inferiores à Espanha e, se o jogo tivesse terminado com a vitória de Portugal não seria injusto. Anulámos o sistema de jogo espanhol defendemos exemplarmente e criámos oportunidades. Os jogadores são homens, repito, com qualidades e defeitos, com momentos de maior ânimo e outros onde o coração fala mais alto do que a cabeça. Somos, tal como os espanhóis, latinos - com tudo de bom e de menos bom que isso significa. O nosso sangue é temperado... Não é frio como o dos nórdicos nem tão quente como o dos sul-americanos.
Durante todo o jogo estive tranquilo e acreditei que, mais tarde ou mais cedo iríamos marcar. A Espanha acusava claramente a surpresa que a estratégia de Paulo Bento provocou. Falhava passes, não conseguia implementar o seu famoso sistema de jogo feito de passes e transições curtas, apoiado num domínio e numa posse de bola contínuos.
Quando chegou o prolongamento chegou com ele a minha inquietação e, sobretudo nos últimos 15' em que a Espanha foi claramente superior, a minha enorme angústia.
No fim desse prolongamento Portugal estava notoriamente por baixo e à espera das penalidades.
Nas penalidades caímos...
Agora que a selecção perdeu, vêm de novo as críticas; que Paulo Bento devia ter feito entrar Varela mais cedo, que Bruno Alves não devia ter marcado o penalti, que isto, que aquilo...
Mas a altura não é de críticas. É, muito pelo contrário, de orgulho, de celebração e de felicitar todos - técnicos, jogadores e anónimos empenhados que tornam possível a brilhante carreira de Portugal neste campeonato da Europa.
Por isso, estou tranquilo, temos selecção, reconquistámos o respeito das outras.
PARABÉNS PAULO BENTO !
OBRIGADO A TODOS OS JOGADORES !
O DIA SEGUINTE:
O jogo do afastamento de Portugal do Euro2012 (em imagens) - TSF
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