Saturday, February 18, 2012

Fotografia - É preciso parar.







"É preciso parar"
Fotografia: Gonçalo Afonso Dias. Ávila, Espanha. 2010

Parar para pensar mas também parar para aprender. A fotografia digital, como quase tudo, trouxe coisas boas e outras que nem tanto. Por um lado "democratizou" a fotografia, ie: tornou-a acessível a um maior número de interessados. A aprendizagem é agora também mais fácil e expedita com a possibilidade de em tempo real confrontar o que se fotografa com o resultado desse trabalho, experimentar, explorar, fotografar muito sem os custos proibitivos que a fotografia analógica acarreta. Mas, na minha opinião, essa aprendizagem, para se traduzir em conhecimento tem de ser "assistida". É preciso para para VER fotografia, para ler sobre fotografia. Mais uma vez, temos hoje a "vida facilitada" através da enorme enciclopédia que é a internet. Não é preciso, para quem não pode, gastar fortunas em livros. Há imensas exposições e até nos jornais e revistas vemos excelentes fotografias. É um método fundamental para consolidar conhecimentos, educar o olhar, conhecer. Por outro lado, é importante para para o exercício da autocrítica. Conhecer o que foi feito, e como foi, feito pelos nossos antepassados é quase obrigatório para a criação de uma cultura fotográfica, decisiva para o exercício e para a observação. Quantos de nós sabem quem foi e qual a importância que teve Joshua Benoliel - o pioneiro do fotojornalismo em Portugal que documentou os momentos mais relevantes da nossa História recente e inspirou muitos dos grande fotógrafos portugueses?! Pois é... É preciso parar...


Benoliel (à esq.) junto ao carro que o conduz ao Gerês em reportagem ao serviço de "O Século" e a "Ilustração Portuguesa" (talvez sobre a incursão monárquica de 1911)
in: Fotobiografias do Século XX - Direcção de Joaquim Vieira, Editora: Circulo de Leitores

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