Quando escrevo, e até mesmo quando falo, procuro não utilizar uma linguagem obscena.
Quando falo é mais difícil. A "fala" é, por natureza, espontânea - apenas "moderada" pelas circunstâncias ou por reflexões anteriormente feitas.
Na "Escrita" essa moderação, ou ponderação, acaba por ser uma "questão de método".
Por norma não edito "a quente" aquilo que aqui escrevo. Tenho o meu "método" que passa essencialmente por rever os textos, "pesar" os adjectivos e pesquisar "as fontes".
Porém, a paciência tem limites e a tolerância também.
A notícia da "Nova linha de crédito terá dotação global de 1,5 mil ME" e a respectiva comunicação do Sr. Ministro da Economia - Álvaro santos Pereira, obrigam-me, contudo, a ser mais contundente.
Tenho uma P.M.E. com uma vocação essencialmente exportadora. "Exporto", sobretudo para África, projectos e estudos de arquitectura.
No mesmo dia em que ouvi esta notícia recebi um telefonema do Gestor de Conta da minha empresa "Metáfora - Arquitectos, Unipessoal ", comunicando-me o facto de esse banco (onde a empresa tem conta desde a sua fundação - há 18 anos) - O Millennium BCP, não "ter condições" para renovar o crédito da conta dinâmica, atribuído há largos anos e propondo -me uma "negociação" que passaria essencialmente por me "vender" um novo empréstimo, em condições que eu nem quis ouvir...
Sabe-se, por outro lado, que essa "linha de crédito", agora chamada "nova", já está, como estiveram outras, "esgotada"...
Sabe-se que as PME estão a ser exterminadas por este governo e que, a maior parte delas não irão resistir a 2012.
A minha empresa tem, felizmente, condições (ainda que não garantidas) para resistir e até para possivelmente crescer em 2012. Mas dou comigo a pensar, com uma frequência perturbadora, em "pirar-me" rapidamente deste "ninho de cobras" infecto e contagioso.
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