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Friday, March 27, 2015

A ÚLTIMA VIAGEM (2)



A queda do Airbus A320 da Germanwings provocada deliberadamente pelo jovem co-piloto Andreas Lubitz (28 anos) que consigo arrastou para a morte 149 pessoas (incluindo 5 tripulantes) chocou o Mundo. Chocou-me muito também.

Desde que começaram a ser conhecidas as causas do desastre, através de uma das "caixas negras" do avião muito se tem especulado nos meios de comunicação social, nos meios políticos, nos cafés, nas escolas, na rua.

O terrorismo foi, desde logo, apontado como "causa provável", desmentido depois pelas referidas revelações da caixa negra.

Na televisão, multiplicaram-se análises técnicas, especulações, previsões de alteração às "Regras da Aviação Civil".

Foi tornado público uma "prolongada pausa" que Andreas terá sido forçado a fazer durante a sua formação sem se conhecer o motivo.

Hoje, após a busca que as autoridades fizeram à casa de Andreas Lubitz "fez-se luz" neste "buraco negro" para todos nós.

O co-piloto teria um distúrbio mental e a dita "prolongada pausa" deveu-se a uma alegada depressão que o assolou.

O que não se disse (que eu tenha ouvido) é que não é o Andreas Lubitz o responsável por essa tragédia. É a Sociedade que está gravemente doente.

E não prevejo que venha a ter melhoras...

Não me admirarei, por isso, se, "um dia destes", um qualquer pacato motorista de autocarros se atirar contra um poste com todos os seus passageiros ou se, uma simpática e serena professora assassinar, assassinando-se, os seus estimados e dedicados alunos numa qualquer sala de aulas de uma qualquer cidade de um qualquer país.

A minha homenagem vai para todas as vítimas do desastre.

A minha compreensão vai para Andreas Lubitz e todos aqueles que como ele se vêm obrigados a esconder o seu sofrimento até um dia...

As Doenças Mentais continuam a ser um Estigma numa época que se estima que uma em cada cinco pessoas sofra de algum distúrbio dessa natureza.

Por isso me preocupam mais as Causa do que as Consequências.


Gonçalo Afonso Dias,

27 De Março de 2015


Composição fotográfica: Gonçalo Afonso Dias

Monday, July 30, 2012

Marcelo R. de Sousa: Multado pela GNR



«Marcelo R. de Sousa: Multado pela GNR

O comentador disse ontem na TVI que foi autuado por excesso de velocidade, na A2, mas confessou-se “feliz” e elogiou a GNR, porque não está acima da lei. CM»



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Esta (não) notícia dada pelo Correio da Manhã é exemplar da conduta editorial desse popular órgão de informação… e de tantos outros.

Um cidadão foi multado pela GNR por conduzir em excesso de velocidade. Todos os dias são multados, pelo mesmo motivo milhares de condutores em Portugal.

Acontece que MRS é uma figura pública e mediática.

A mensagem implícita e que justifica para o editor do CM esta manchete é tão simples como básica: “vejam só… um político com os créditos e as responsabilidades de MRS não cumpre a lei, transgride!” 



Fotografia: Gonçalo Afonso Dias, Luanda, Angola
Todos os direitos reservados

Conheço pessoalmente MRS com quem tive o gosto de conversar demoradamente numa dada ocasião em Luanda e de o retratar também.
É um homem como outro qualquer, porventura mais perspicaz, comunicativo e inteligente do que a maioria mas que tem, como “humano” que é, virtudes, defeitos, carácter, “feitio” e as contradições próprias de quem pensa pela sua cabeça.

O CM está, desde a sua fundação na “pole position” do mau jornalismo que por cá se faz.

Esta é uma notícia insignificante, outras muito piores , porque sujam de um modo quase definitivo o Bom-Nome de pessoas e das suas famílias têm sido recorrentes na estratégia deste “pasquim” para vender papel…

Não defendo o fim do CM. Pelo contrário. Como em tudo na vida é importante que estes maus exemplos existam para que se valorize efectivamente quem trabalha com ética, com rigor, com respeito pela dignidade das pessoas, com o princípio basilar em Justiça de que “até prova em contrário qualquer cidadão é inocente. Com ética, enfim. (GAD)

Saturday, March 31, 2012

"Caso" Álvaro Sobrinho




Ameaças de Angola a superjuiz

«O juiz Carlos Alexandre está a ser alvo de intimidação, escreve o Correio da Manhã, segundo o qual cópias de notícias saídas em jornais angolanos a anunciar a retaliação a Portugal por investigar Álvaro Sobrinho foram deixadas na caixa de correio do juiz

De acordo com o Correio da Manhã, o juiz Carlos Alexandre pediu ao Conselho Superior de Magistratura uma inspeção extraordinária à sua atuação no Tribunal Central de Investigação Criminal na sequência de notícias saídas em jornais portugueses e angolanos sobre as suas decisões no caso judicial por indícios de branqueamento de capitais que envolve o banqueiro angolano Álvaro Sobrinho, presidente do BES Angola.

Segundo o Correio da manhã, o juiz sentiu-se visado por essas notícias, que associam as suas decisões nos referidos processos ao abandono de investimentos angolanos em Portugal»
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(GAD)
O "Correio da Manhã" (CM), dá hoje, de novo, destaque ao caso do Dr. Álvaro Sobrinho.
Como sempre, e na qualidade de "pasquim" que é, num sistemático atropelo às regras e à ética do jornalismo sério, credível e isento, insinua, provoca e desrespeita tanto a "vítima" da sua recorrente difamação - o Dr. Álvaro Sobrinho, como o país onde ele tem reconhecidamente uma obra notável (no BESA) reconhecida e premiada internacionalmente ao longo de vários anos.
Como é evidente, o trabalho de Álvaro Sobrinho, é. antes de mais reconhecido e valorizado pelos angolanos e pelo seu governo.
A perseguição ignóbil,  com laivos de racismo a que esse banqueiro foi submetido, sobretudo em Portugal, não poderiam, evidentemente, passar em "claro" às autoridades angolanas.
Por muito que o (CM), ao serviço de interesses pouco transparentes e nada credíveis, tente, numa postura rasteira, vender mais papel à custa de insinuações levianas, o Estado Angolano, repôs a verdade dos factos e defendeu, como qualquer estado de direito um cidadão, comprovadamente inocente e vítima de uma campanha miserável por parte dos media (não todos - há excepções) em Portugal.
Um negro, banqueiro, inteligente e com provas dadas é, ainda, para muitos acéfalos portugueses um inimigo a abater - não importam os meios...
Mas os angolanos sabem disso... E de muito mais. Têm um orgulho genuíno e incondicional pelos seus "cérebros".
Por isso, a notícia do (CM) é apenas e só mais uma provocação, permitam-me a expressão - ordinária e gratuita de um "pasquim" sem qualquer credibilidade.

Friday, February 17, 2012

Presidente do BES Angola ilibado para já de branqueamento - A verdade vem sempre "ao de cima"


Presidente do BES Angola ilibado para já de branqueamento





Num Estado de Direito que se preze os julgamentos não podem ser feitos na Praça Pública nem tão pouco nos media, ávidos de escândalos com um único objectivo - vender papel.
Nesses momentos a vida das pessoas é devassada, as insinuações e as ofensas mostram o que de pior o ser humano tem - A inveja, a maldade, e neste caso também o racismo.
Limpar o nome é infinitamente mais difícil do que denegri-lo.
Esta notícia publicada no "SOL" repõe a verdade no "caso" em que se viu recentemente envolvido o Presidente do Banco Espírito Santo de Angola (BESA) - o Dr. Álvaro Sobrinho.
Órgãos de informação como o "Correio da Manhã e muitos outros, revistas e semanários, blogues, até... denegriram, insinuaram e ofenderam a dignidade deste homem humilde, dedicado, cerebral e honesto que eu conheço bem e que considero um irmão.
Numa sociedade evoluída, Álvaro Sobrinho e a sua família mereciam, agora, um pedido de desculpas público da parte dessas pessoas com responsabilidades na formação da opinião pública em Portugal.
Na sociedade em que vivemos apenas "farão de conta", calarão as bocas imundas e partirão no encalce de um novo e rentável escândalo.
Para o Dr. Álvaro Sobrinho e sua família envio daqui um grande abraço e reforço a solidariedade que desde o início manifestei publicamente.

Tuesday, December 13, 2011

"A NUVEM" dos MVRDV - pedido de desculpa foi o reconhecimento tácito da gratuitidade do seu trabalho



"A dupla de edifícios concebidos para apartamentos de luxo chama-se “The Cloud” (“A nuvem”) e a maquete foi apresentada na semana passada às autoridades de Seul.

Desde logo motivou protestos dos familiares das vítimas dos atentados. Estes dizem que as duas torres concebidas para Seul estão ligadas entre si, ao nível do 27.º andar, por aquilo que parece ser uma nuvem de destroços e fogo, numa imagem semelhante à das explosões no World Trade Center de Nova Iorque, na manhã de 11 de Setembro de 2001. Os críticos acusam os arquitectos de não terem tido respeito por aqueles que morreram e utilizaram o sucedido como um golpe barato de publicidade ao projecto.

O estúdio de arquitectura Designer MVRDV alega que não quis criar uma imagem que fosse parecida com a dos atentados e não detectou qualquer semelhança durante o processo de concepção das torres.


“Pedimos as mais sinceras desculpas a todos os que se sentiram ofendidos. Não foi essa a nossa intenção”, afirma a equipa no site oficial dos arquitectos. “Começou uma verdadeira tempestade mediática e recebemos emails com ameaças e telefonemas de pessoas enfurecidas a chamar-nos amigos da Al-Qaeda [rede terrorista] ou pior”, acrescenta.

Por enquanto não se sabe se o projecto vai ser alterado, mas até Março as autoridades de Seul deverão decidir se aprovam ou não o design final. As torres deveriam estar concluídas até 2015" . (Fonte)





Os MVRDV são o arquétipo da "Arquitectura da Imagem". Uma arquitectura vazia onde o Homem é reduzido à condição de um mero observador.



Pior do que a imagem da "Nuvem" é o pedido de desculpa "esfarrapado" dos seus autores, tanto na forma como no conteúdo.


Evocar a tragédia do 11 de Setembro de 2001 em NY não encerra, em si, qualquer "pecado" nem devia ser motivo para qualquer indignação. A questão reside na autenticidade dessa evocação. Sem autenticidade não há argumentos credíveis por muito sofisticadas que as imagens possam ser.





9 11 Memorial in Paris Twin towers Eiffel tower Day & Night 2011



"os arquitetos não inventam nada, apenas transformam a realidade" (Álvaro Siza)

Tuesday, December 06, 2011

A polémica sobre a Igreja de S. Francisco Xavier no Restelo - Pretensão e Mediocridade na Crítica de Arquitectura. (With English Translation)





"A arquitetura, boa ou má, representa sempre um momento de procura e esperança profissional quando um arquiteto a elabora. E isso, a meu ver, deve ser respeitado. Criticar um colega é para mim pretensão e mediocridade."
(Oscar Niemeyer)

Pretensão e Mediocridade. A citação de Oscar Niemeyer, sobre a Crítica de Arquitectura,  pareceu-me uma  introdução adequada à finalidade deste texto a propósito da recentemente inaugurada Igreja de S. Francisco Xavier, no Restelo,  projecto da autoria do arquitecto Troufa Real.

Em Portugal Crítica é sinónimo de Maledicência. Na sociedade, na política, na arte e particularmente na Arquitectura.
Não existe uma tradição de crítica séria, fundamentada e objectiva. Por outro lado, a abordagem aos projectos e/ou às obras de maior impacto (quer pela singularidade dos programa, quer pela escala dos edifícios) é, à partida, uma abordagem inquinada por preconceitos, pelos "amores" ou "ódios" aos seus autores e focada essencialmente na expressão plástica das obras (vulgo aspecto exterior).
Portanto, é perversa, vazia, extemporânea. Em suma, inútil.

A polémica é saudável quando não é tardia. A crítica é positiva quando é frontal e construtiva.
Os grandes projectos deveriam envolver as populações, não no sentido de limitar ou condicionar a liberdade criativa dos seus autores, mas num sentido de participação cívica, de discussão pública. Seria com certeza uma mais valia para os arquitectos e para as suas obras.

A polémica que frequentemente se gera (e se alimenta nos media) em torno de uma ideia ou de uma obra de maior impacto não é acompanhada por qualquer iniciativa pedagógica (isenta) da Ordem dos Arquitectos (O-A), instituição que estatutariamente "representa a profissão do arquitecto e regula o respectivo exercício em Portugal".
As poucas iniciativas de que me recordo foram infelizes e serviram basicamente interesses de lobbys mais ou menos organizados (Os casos dos Contentores do Porto de Lisboa ou do Novo Museu dos Coches, por exº.). Acresce que, a (O-A) tem vindo, ao longo dos anos, e independentemente de quem a dirige, a discriminar negativamente os arquitectos. Há uma pequena elite de arquitectos "protegidos" enquanto muitos outros (Troufa Real é disso um paradigma) são ignorados, silenciados, proscritos.


Img -1 (Fotomontagem com a torre que ficou por construir)

Quanto à  Nova Igreja: recuso-me, evidentemente, a alinhar no plano da crítica sem elevação, normalmente limitada a questões de gosto, simplistas e esquemáticas (o "Gosto" e o "Não Gosto"...). Não vou, também, fazer aqui uma dissertação teórica sobre  Arquitectura Religiosa Contemporânea, as suas motivações e os seus simbolismos. É um tema apaixonante, matéria largamente estudada e suficientemente documentada.

Não sou religioso mas tenho "Fé". As igrejas sempre me apaixonaram, muito antes de ser arquitecto. Mais do que em qualquer outro lugar é nas igrejas que encontro o verdadeiro significado de Espaço, de Luz e de Espiritualidade (como dimensão da condição humana e não bem exclusivo da Igreja, enquanto instituição ou de uma Religião em concreto). Nesse sentido, entendo que a "Igreja Caravela" pensada e desenhada por Troufa Real é exemplar e reflecte plenamente essa Dimensão Espiritual da arquitectura.



Simpatizo com o "objecto" enquanto forma de expressão surrealista (tenho pena que a torre não tenha sido construída), plena de simbolismo, artístico, autêntico, pessoal e coerente. As polémicas têm um prazo de validade. As grandes obras não. 
A polémica é vulgarmente suscitada pela "novidade". A memória é curta. As Amoreiras, o CCB, a Casa da Música,  foram, no seu tempo, polémicas. Hoje, não sendo consensuais (e ainda bem), estão assimiladas pelas cidades e pela generalidade dos cidadãos.

Fora de Portugal, não faltam também, exemplos de obras que revolucionaram cidades e mentalidades e que, pela sua originalidade, fazem já parte da Memória Colectiva e da História da Arquitectura Contemporânea.

















The controversy over the S. Francisco Xavier Church in Restelo - Pretension and mediocrity on Architecture Criticism


"Architecture, good or bad, always represents a moment of search and professional hope when created by an architect. And that, in my view, should be respected. Criticizing a colleague is, in my opinion, pretension and mediocrity"

(Oscar Niemeyer)

Pretension and mediocrity. Oscar Niemeyer's citation, about Arquitecture critique, seemed like an adequate introduction to the finality of this text about the recently opened S. Francisco Xavier Church, in Restelo, project by the architect Troufa Real.

In Portugal, Criticism is a synonim of calumnia. In society, politics, arts and mostly Arquitecture.
There is no tradition of a serious, justified and objective criticism. On the other hand, the approach to projects and / or the works of greatest impact (either by the singularity of the program, either by the scale of the buildings) is, in principle, an approach vitiated by prejudice, by "love" or "hate" their authors and mainly focused on the works of artistic expression.
Therefore, it is perverse, empty, out of time. In short, useless.

Controversy is healthy when it isn't late. The criticism is positive when it is frontal and constructive.

Major projects should involve people, not in a sense of limiting or restricting the creative freedom of their authors, but a sense of civic participation, public discussion. It would certainly be an asset to the architects and their works.



The controversy that often generates (and feeds the media) around an idea or a work of greater impact is not accompanied by any educational initiative (free) of the Order of Architects (O-A), an institution that "represents the profession of the architect and regulates the practice in Portugal."



The few initiatives that I remember were unfortunate and served primarily the interests of lobbies more or less organized (The cases of the containers from the Port of Lisbon or the New Museum of Carriages, for example). Moreover, the (O-A) has, over the years, and regardless of who directs it, to discriminate negatively architects. There is a small elite of architects "protected" while many others (Troufa Real it is a paradigm) are ignored, silenced, proscribed.





About the New Church: I obviously refuse, to endorse the plan of criticism without elevation, usually limited to a simplistic and esquematic sense of taste (The “Like” and “Dislike”...). I am not going to make a theoric dissertation about Contemporary Religious Architecture, it's motivations and symbolisms. It is an enthralling subject, widely studied and sufficiently documented.





I am not religious but I have “Faith”. I have always been passionate about churches, long before I was an architect. More than anywhere else, churches are where I find the true meaning of space, light and sprituality (as a dimension of the human condition and not exclusive good of the Church as an institution or any specific religion). In that sense, I understand that the “Caravel Church”, thought and designed by Troufa Real is exemplary and fully reflects that Spiritual Dimension of architecture.

I simpathise with the “object” as a fom of surrealistic expression (It is a pity that the tower wasn't built), filled with simbolism, artistic, autenthic, personal and coherent.
Controversy is commonly raised by the “novelty”. The memory is short. The Amoreiras, the CCB, The Casa da Música, were, in their time, controversial. Today, even (thankfully) not being consensual, are assimilated by the cities and majority of citizens.

Outside of Portugal, there are a lot of examples of works that revolutionalized cities and mentalities and that, by their originality, are already a part of the Collective Memory and History of Contemporary Architecture.




img 1: (Photomontage with the tower)


img 2: (Bilbao Guggenheim Museum, Spain, Bilbao)


img 3: (Oscar Niemeyer Museum, Curitiba, Brasil)


img 4: (New Metrepolis, Amstardam, Holand)


img -5: (“Dancing House”, Plague, Czech Republic)




Gonçalo Afonso Dias (architect)


Translation: Tiago Afonso Dias

http://goncaload-artes.blogspot.com/2008/10/propsito-de-contentores-e-do-porto-de.html

Monday, October 11, 2010

Verdade ou o Oportunismo dos Media ?. Provavelmente as duas coisas...



Desde o passado dia 5 de Agosto, data em que os 33 mineiros ficaram soterrados na Mina de San José, Chile) que à superfície se montou um autêntico "circo mediático" .
A comunicação estabelecida com os mineiros trouxe ao Mundo sucessivas imagens e palavras de esperança, confiança, e sobretudo de uma incrível coragem.

Desde o início que tento imaginar o estado emocional daqueles homens a viver uma experiência tremenda, num espaço reduzido, no limite da resistência e da dignidade humana.
Vi e ouvi com desconfiança as noticias que se sucederam, porque sei, que um contexto como aquele, é propício à depressão e à instabilidade emocional que conduz a uma crescente irracionalidade e a uma decorrente degradação da capacidade individual de relativizar o medo.

Também me parecia evidente que no grupo se teria gerado espontaneamente um "Líder", condição natural, tanto entre os humanos como nos restantes animais - a "Lei do mais forte" acaba por se impor.
E, tanto quanto se sabe agora, esse líder tem nome - Luís Urzúa.

A progressão extraordinária dos trabalhos para o resgate (inicialmente previsto para o Natal) e os riscos que envolviam e envolvem essa iminente operação trazem agora notícias alarmistas, especulativas, numa manipulação descarada que, perante um final prematuro do "filão chileno", empolgam agora os riscos e os alegados desentendimentos entre os mineiros nomeadamente quanto à "ordem de saída" do "buraco".
Como se essa questão não tivesse sido anteriormente estudada, discutida com os interessados, debatida multidisciplinarmente (engenheiros, psicólogos, psiquiatras, etc.).
Parece-me, para acabar, que estamos perante uma encenação que nada tem a ver com os sentimentos e a realidade daqueles homens óbviamente fragilizados, mas antes com os interesses e o pragmatismo cruel e abutre da rentabilização da notícia.
Prevejo um "directo" que se prolongará até à saída do último homem, com muitas entrevistas, comentários e "pareceres" da outra "fauna" recorrente que são os comentadores de ocasião.

Tudo acabará bem, como nos filmes
.
Depois, à medida que "a notícia" for perdendo a intensidade e o "cheiro a morte" virá o esquecimento e os "Heróis de San José" passarão à História. Sózinhos.

(Fonte: Reuters - Infografia JN)


Thursday, September 30, 2010

AUSTERIDADE

Fotografia: Gad, 2010

Austeridade: conheça as medidas

Hoje às 10:19São cerca de 30 as medidas que integram a proposta de Orçamento de Estado para 2011. Algumas delas entrarão em vigor ainda este ano.
Medidas a aplicar já em 2010:
Eliminar o aumento extraordinário de 25% do abono de família nos 1.º e 2.º escalões e eliminar os 4.º e 5.º escalões desta prestação;

Reduzir as ajudas de custo, horas extraordinárias e acumulação de funções, eliminando a acumulação de vencimentos públicos com pensões do sistema público de aposentação;

Reduzir as despesas com medicamentos e meios complementares de diagnóstico no âmbito do Serviço Nacional de Saúde e reduzir os encargos com a ADSE;

Congelar as admissões e reduzir o número de contratados;

Reduzir as despesas de investimento;

Aumentar as taxas em vários serviços públicos designadamente na Justiça e Administração Interna;

Aumentar em um ponto percentual a contribuição dos trabalhadores para a CGA;

Transferência de planos de pensões da Portugal Telecom para o Estado, de forma a compensar a despesa extraordinária relativa à aquisição dos submarinos e a execução abaixo do previsto da receita não fiscal.

Para 2011, redução da despesa:

Reduzir os salários dos órgãos de soberania e da Administração Pública, incluindo institutos públicos, entidades reguladoras e empresas públicas.
Esta redução é progressiva e abrangerá apenas as remunerações totais acima de 1500 euros por mês. Incidirá sobre o total de salários e todas as remunerações acessórias dos trabalhadores, independentemente da natureza do seu vínculo. Com a aplicação de um sistema progressivo de taxas de redução a partir daquele limiar, obter-se-á uma redução global de 5% nas remunerações;

Congelar as pensões;

Congelar as promoções e progressões na Função Pública;

Congelar as admissões e reduzir o número de contratados;

Reduzir as ajudas de custo, horas extraordinárias e acumulação de funções, eliminando a acumulação de vencimentos públicos com pensões do sistema público de aposentação;

Reduzir as despesas no âmbito do Serviço Nacional de Saúde, nomeadamente com medicamentos e meios complementares de diagnóstico;

Reduzir os encargos da ADSE;

Reduzir em 20% as despesas com o Rendimento Social de Inserção;

Eliminar o aumento extraordinário de 25% do abono de família nos 1. º e 2.º escalões e eliminar os 4.º e 5.º escalões desta prestação;

Reduzir as transferências do Estado para o Ensino e sub-sectores da Administração: Autarquias e Regiões Autónomas, Serviços e Fundos Autónomos;

Reduzir as despesas no âmbito do Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central (PIDDAC);

Reduzir as despesas com indemnizações compensatórias e subsídios às empresas;

Reduzir em 20% as despesas com a frota automóvel do Estado;
Extinguir/fundir organismos da Administração Pública directa e indirecta;

Reorganizar e racionalizar o Setor Empresarial do Estado reduzindo o número de entidades e o número de cargos dirigentes.

Em 2011, para aumentar a receita:

Revisão das deduções à colecta do IRS (já previsto no PEC);

Revisão dos benefícios fiscais para pessoas coletivas;

Convergência da tributação dos rendimentos da categoria H com regime de tributação da categoria A (já previsto no PEC);

Aumento da taxa normal do IVA em 2 pontos percentuais;

Revisão das tabelas anexas ao Código do IVA;

Imposição de uma contribuição ao sistema financeiro em linha com a iniciativa em curso no seio da União Europeia;

Aumento em 1 ponto percentual da contribuição dos trabalhadores para a CGA, alinhando com a taxa de contribuição para a Segurança Social;

Código contributivo (já previsto no PEC);

Aumento de outra receita não fiscal;

Revisão geral do sistema de taxas, multas e penalidades no sentido da actualização dos seus valores e do reforço da sua fundamentação jurídico-económica;

Outras receitas não fiscais previsíveis resultantes de concessões várias: jogos, explorações hídricas e telecomunicações.

Fonte: Ministério das Finanças

Tuesday, May 18, 2010

Manuel Graça Dias, as Cidades do futuro e a domótica

Eu nem queria dizer nada... Calhou apanhar o Manuel Graça Dias a fazer de "entrevistado" num daqueles programas de televisão "para encher", que me pareceu dedicado às casas e às cidades do futuro.
Gostei de ver o Manel. Mas não gostei de o ouvir. Bem sei que o Manel também não foi fazer aquele "frete" (teve de falar de domótica e tudo...) para ser ouvido... mas sim para ser visto.
Na verdade, o Manuel Graça Dias não disse nada. Na verdade, também, não lhe foi feita uma única pergunta "decente". E, verdade seja dita, aquelas mais "técnicas", mais apropriadas ao assunto do dito "po"grama, o nosso Manel "cortou para canto", refugiando-se na eventual sabedoria dos técnicos da equipa projectista, dos consultores, hohó, hohó...
A dada altura, para quem o conhece era evidente o embaraço e, como diria o "viajante" Victor figueiredo, a "Mala de Truques" não chegou...

Tuesday, December 15, 2009

O "louco" e o ignorante


Berlusconi, o "famoso" primeiro ministro de Itália, foi, como se sabe, agredido em Milão por um homem chamado Massimo Tartaglia, com 42 anos de idade.
Dessa agressão resultaram lacerações internas e externas no lábio superior e Berlusconi ficou com ainda com dois dentes e o septo nasal partidos.
Condenável, obviamente.
Como condenáveis têm sido as sucessivas agressões que berlusconi tem feito, por diversos meios, ao povo italiano, em particular e ao sistema democrático num sentido mais lato.
Como condenável e fruto de uma ignorância confrangedora é, na minha opinião, a manchete na capa do Diário de Notícias «BERLUSCONI AGREDIDO POR UM LOUCO EM MILÃO»...
Porque se soube que Massimo Tartaglia é tratado de uma perturbação do foro psiquiátrico há mais de dez anos.
Por isso, para o reles escriba do DN, deixou de ser um cidadão revoltado que cometeu um acto condenável para descer à arcaica e abstracta condição de "LOUCO".
Do mesmo modo que os alcoólicos não são pessoas doentes, são BÊBADOS e os dependentes de substâncias alucinogénas são reduzidos a DROGADOS.
Neste país fabuloso onde, cada vez mais, prevalece a exuberância da mediocridade em prejuízo da descrição do conhecimento, qualquer assunto, qualquer acontecimento é submetido a uma espécie de "plastificação de rua" para bem enganar e melhor vender.
O responsável pela capa do "DN" é o director desse diário.
Correndo o risco de entrar para o "clube" de Massimo Tartaglia, aconselho-o a passar uma tarde inteira a escrever à mão e a tinta permanente sobre papel a frase "Eu sou tonto". Afinal, como diz o provérbio, de poetas e loucos todos temos um pouco".

Tuesday, December 08, 2009

Manuel Machado saiu do coma induzido


Ontem
José Luis Pimenta

Manuel Machado saiu ontem, domingo, do coma induzido, de acordo com o que o JN conseguiu apurar.

O técnico do Nacional da Madeira submetido a um coma induzido devido a uma infecção generalizada em sequência de uma operação cirúgica de natureza estética, e já falou com os médicos que o acompanham no Hospital Dr. Nélio Mendonça.

Manuel Machado mostrou-se bem disposto ao longo da conversa que manteve com os clínicos e, apesar de o seu estado de saúde ainda inspirar cuidados, é de esperar que no prazo de uma semana seja transferido para um quarto normal na unidade de saúde do Funchal.

O director clínico da unidade hospitalar, o médico Miguel Ferreira, explicou que Manuel Machado vai continuar nos cuidados intensivos por “mais meia dúzia de dias, pois necessita ainda de um grande acompanhamento”.
(JN)

Wednesday, November 18, 2009

Quem vai à guerra...


VAMOS PARA CIMA DELES - "A BOLA";
PRONTOS PRÁ GUERRA - " O JOGO"
BATALHA FINAL - "RECORD"
Muita tinta correu acerca da recepção agressiva e insultuosa que alguns cidadãos Bósnios "ofereceram" à comitiva portuguesa na sua chegada aquele país.
Não foi bonito, não se faz, é anti-desportivo.
falou-se muito também do ambiente de exaltação nacional que se vive na Bósnia á volta deste decisivo Bósnia x Portugal, jogo que decidirá qual das equipas irá disputar o Mundial de 2010 na África do Sul.
A excitação dos Bósnios é, para mim, perfeitamente natural e compreensível ; Têm agora uma oportunidade de ouro de entrar num campeonato do Mundo, só tendo pela frente um jogo, em casa, com uma selecção que eles já não temem.
Respeitam, com certeza. Mas não temem. E vão jogar para ganhar.
Quem leia as "Gordas" dos nossos principais jornais desportivos é que poderá ficar com algumas reservas sobre quem teme quem... é que tanta fanfarronice faz lembrar o clássico "rufia do bairro" a gritar junto dos amigos " AGARREM-ME QUE EU MATO ESSE GAJO !".
Qualquer povo civilizado entende o futebol como um jogo. E os jornais, desportivos ou não como coisas sérias feitas por gente responsável.
Seria, por isso, mais decente se, até pela situação melindrosa em que se encontra a selecção portuguesa, as mensagens fossem de apoio, de ânimo, de confiança, de solidariedade.
O que virá escrito amanhã, nesses mesmos jornais, se Portugal tiver a infelicidade de perder?
"SANGRÁMOS ATÉ AO FIM"?
"SUICÍDIO COLECTIVO"?
"O ÁRBITRO, ESSA ARMA SECRETA...?
"MORREMOS NA PRAIA..."?
"ENTERRO EM BILINO POLJE"?
Se vencermos, como eu desejo, teremos mais fanfarronice, mais gabarolice, mais do mesmo...

Monday, November 16, 2009

O ECLIPSE DO "SOL"OU, PIOR JORNALISMO QUE ESTE NÃO HÁ...


O ECLIPSE DO "SOL", OU, PIOR JORNALISMO QUE ESTE NÃO HÁ...
Irresponsabilidade, insensibilidade, oportunismo, desinformação, crime até.
A forma como o "Sol" vende a notícia sobre a morte de um bébé, de uma mãe recentemente vacinada contra a Gripe A, insistindo em relacionar, (contra a informação clinica atempadamente prestada pelos responsáveis da unidade hospitalar), essa morte com a vacina a que a mãe se submeteu, não só é um caso de pura especulação como também pode vir a ser uma responsabilidade criminal.
O alarmismo e a desconfiança que o "Sol" assim lança, ignorantemente, sobre muitas jovens grávidas, eventualmente indecisas sobre esta questão, pode vir facilmente, com o previsível crescimento da pandemia neste inverno, a traduzir-se em números estatísticos macabros.
Eu pergunto aquilo que pergunto sempre; A impunidade está institucionalizada... e a morte? também?. Nesse caso será legítimo que, por exemplo, um pai que perde um filho ou uma filha porque não tomou a decisão mais sensata, influenciado por notícias como a do "SOL", perder as estribeiras, dirigir-se à redacção desse jornal e matar, a sangue frio, os responsáveis pela notícia que lhe acabou com a vida?!