"Eu não minto !"
Entendo que é muito preocupante um ministro ou qualquer outro responsável político sentir a necessidade de proferir oficialmente, e perante os seus pares, uma declaração como essa.
O "EU" assume nesse "desabafo" uma demarcação explicíta dos "Outros" - os que, subentende-se, mentem.
Por outro lado, é inconcebível que um Ministro das Finanças, num contexto de e de incerteza (que ele assume) tenha a "lata" de proclamar tais justificações...
A mentira, no "Mundo da Política" é algo de relativamente abstracto. Não tenho memória de algum dirigente que tenha assumido que "Mente" ou que "Mentiu"...
Num cenário mais abrangente, o do Governo de que faz parte Vítor Gaspar, as mentiras têm sido sucessivas, comprovadas, pelos factos, e notórias, pelos efeitos. Passos Coelho mentiu aos portugueses e continua a mentir.
A cumplicidade entre o primeiro-ministro e os seus comparsas - "Vitinho" incluído - faz, obviamente, com que essas mentiras sejam uma co-autoria.
Talvez, admito, os senhores que nos governam, tenham uma interpretação da palavra "mentira" muito específica e conveniente. Para mim continua a valer o significado que vem nos dicionários:
ENTRETANTO...:
Reposição de subsídios a partir de 2015 "não é um compromisso", afirma Vítor Gaspar
OJE/Lusa
A reposição gradual dos subsídios de férias e Natal a partir de 2015, avançada no documento de estratégia orçamental (DEO) do Governo, é uma "perspetiva técnica" e não uma "decisão política", disse hoje o ministro das Finanças.
Em declarações perante a comissão parlamentar do Orçamento, Vítor Gaspar recusou comprometer-se com uma data específica para o regresso destas prestações, que foram suspensas para funcionários públicos e pensionistas.
O deputado social-democrata bracarense Nuno Reis mencionou que no DEO é avançada a possibilidade de repor os subsídios a um ritmo de 25% por ano a partir de 2015 - voltando ao total em 2018.
Em resposta, Vítor Gaspar disse que há uma "considerável incerteza" à volta da evolução da economia portuguesa e da europeia.
"Não é possível de forma definitiva projetar o que vai acontecer nos anos seguintes", disse Gaspar. Assim, a hipótese de repor 25% 5dos subsídios em 2015 é uma mera "perspetiva técnica" e não "um compromisso".
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